[SP] ESTUDANTES DE MEDICINA DA USP ENTRAM EM GREVE!

No dia 7 de março, após Assembleia Geral do curso, os estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) aprovaram o início de uma greve com mais de 300 votos favoráveis. Já na segunda semana após o início das aulas na USP, inicia-se uma greve estudantil em uma das faculdades recém-ranqueadas dentre as 50 melhores do mundo.

Os estudantes da FMUSP possuem dentre suas pautas:

1) contra a privatização do ensino público e da saúde pública e contra o Experiência HC (programa no qual externos pagam para ter acesso ao complexo hospitalar do HC, e sobre o qual há diversos relatos de que estão prejudicando o internato, além de ter acesso a procedimentos e espaços que, muitas vezes, os estudantes não tem);

2) contra o autoritarismo da diretoria e as ameaças de retirada do termo de uso do Porão, espaço estudantil histórico e simbólico para o corpo discente;

3) contra o atual e recente modelo da prova de residência, que agora, basicamente, é feito de questões objetivas, sem prova prática, resumindo a aprovação a uma preparação teórica, sustentada por “cursinhos” de residência;

4) contra o fim do subsídio alimentar dos estudantes: a diretoria quer cortar de imediato a verba direcionada para subsidiar a alimentação, demonstrando seu claro desinteresse pelo bem-estar e corpo estudantil, o qual pede por alimentação subsidiada e de qualidade. Ademais, a perda, por meses, de um restaurante na FMUSP comprometerá a segurança alimentar dos estudantes, pois não há infraestrutura suficiente para comportar todo o corpo discente da Medicina nos restaurantes adjacentes.

Enquanto o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior investe fortunas em propaganda nacional e internacional para maquiar a Universidade de São Paulo como o paraíso universitário na América Latina, a realidade joga tudo isso por água abaixo. Na USP, a ordem do dia é a precarização e privatização do ensino público e gratuito. São inúmeros os cursos que se encontram em estado de precarização profunda e em luta diária contra o avanço do projeto de sucateamento e privatização promovido pela burocracia universitária em conjunto com empresas privatistas.

A greve da Medicina não é um caso isolado, mas sim a continuação da gigantesca luta estudantil que cresce dia após dia na USP. Em 2023, os estudantes da USP realizaram uma das maiores greves de sua história pela falta de professores, permanência estudantil, dentre outras pautas. Apesar de sua força, o DCE encabeçado pelo Juntos/PSOL, Correnteza/PCR e UJC/PCB, junto à outros partidos eleitoreiros e oportunistas do movimento estudantil, sabotaram e traíram a greve por migalhas oferecidas pela reitoria, cantando vitória e exigindo o fim da greve. Entretanto, os estudantes denunciaram os traidores e seguiram adiante com a greve, culminando na ocupação dos blocos K e L, ex-moradia estudantil tomada pela USP no AI-5 e transformada em reitoria, e após a ocupação da reitoria de 2012, em administração central, prédio auxiliar da reitoria.

Agora, no início do semestre, fica evidente que mesmo com as tentativas contínuas de imobilismo promovidas pelo DCE e seus colaboradores, os estudantes anseiam por um 2024 de grandes e combativas lutas na USP, com o crescimento de um movimento estudantil independente e combativo que combata medida por medida cada e qualquer tentativa de sucateamento e privatização da Universidade de São Paulo.

TODO APOIO A GREVE DA FACULDADE DE MEDICINA DA USP!
PARA BARRAR A PRECARIZAÇÃO, GREVE GERAL DE OCUPAÇÃO!

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