Nos dias 13 e 14 de novembro ocorreram encontros estaduais, convocados pela Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia (ExNEPe), no Brasil todo. No Paraná, o evento ocorreu em Laranjeiras do Sul, dentro da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), organizado pela Executiva Paranaense dos Estudantes de Pedagogia (ExPEPe) e pelo Centro Acadêmico de Pedagogia Anita Garibaldi (CAPAG). Participaram estudantes de Laranjeiras do Sul, Maringá e Curitiba; em todas essas regiões foram realizadas grandiosas campanhas de arrecadação para garantir a presença de todos no evento. As arrecadações ocorreram com venda de pizzas, doces, águas, rifas e recebimento de doações de professores e da população como um todo.

O evento teve início com o café da manhã, que foi organizado e realizado pelos próprios participantes do evento, seguido do credenciamento e a distribuição do kit de credenciamento.  Em seguida ocorreu a primeira mesa, com o tema “Imediata Revogação da BNC: em Defesa da Autonomia Universitária e da Formação Unitária do Pedagogo!”, teve a presença da pedagoga da rede de ensino básico do município, a Doutora Rosane Toebe Zen, e o Secretário Executivo da ExNEPe. Foi lido o Boletim número 08 “O MEC quer destruir o curso de pedagogia, responderemos: não passarão!” e debatido, portanto, os impactos que a Base Nacional Comum Curricular e a Base Nacional Comum de Formação de Professores tem na Liberdade de Cátedra e autonomia do professor, além de imporem  uma formação que vê o professor como um “dador de aula”, alguém que simplesmente segue uma apostila/ cartilha, sem uma formação crítica que compreende todo o processo de desenvolvimento do indivíduo e a forma como se dá o aprendizado, além de todas as questões políticas que envolvem o sistema de ensino brasileiro. Assim, ambas as Bases Nacionais observam a educação como algo meramente técnico, que serve apenas para aumentar a nota do Brasil nas avaliações externas, e não formar indivíduos críticos, com o conhecimento desenvolvido pela humanidade ao longo da história.

A segunda mesa, com o tema “Situação Política”, ocorreu após o almoço, em que foi feito uma análise política do governo de Bolsonaro e generais, além de relacionar as três tarefas reacionários do velho Estado (na economia, impulsionado o capitalismo burocrático; na política, reestruturando o aparelho estatal; e na legislação, criminalizando os lutas e mobilizações populares) com o presente cenário dos ataques às Universidades Brasileiras.

A mesa foi seguida da exibição do documentário “Greve UNIR 2011 – Resistimos, Lutamos, com a Greve Triunfamos”, que apresenta a vitoriosa greve e ocupação realizada pelos estudantes, com o amplo apoio dos professores, técnicos e da população da cidade de Porto Velho em geral, na Universidade Federal de Rondônia contra o sucateamento da mesma, em especial contra a implementação do REUNI, que buscava expandir a universidade sem expandir a verba para sua manutenção, colocando mais alunos por professores, sendo que a UNIR já contava com uma estrutura precária, com até mesmo falta de coleta de lixo no campus.

O dia foi concluído com a realização de Grupos de Discussão, que são ambientes reduzidos para todos os participantes do evento ficarem mais à vontade para fazerem intervenções e expressarem suas opiniões, e uma Noite Cultural, com apresentação do grupo musical TerrAvante, seguido de sarau.

O segundo dia teve início com o Encontro Nacional Extraordinário, que ocorreu de forma online, integrando todos os Encontros Estaduais, de forma que todas as Executivas Estaduais apresentaram informes a respeito da luta e da mobilização estudantil em cada região, concluindo a mesa com a reafirmação da decisão de todos os estados de continuar travando a luta por um Movimento Estudantil autônomo, independente e classista, defendendo a democracia e gratuidade Universitária, junto ao co-governo estudantil; e, em especial, no momento atual, colocando a necessidade da reabertura imediata das Universidades e escolas, garantindo alimentação, transporte e moradia aos estudantes. Para isso, a Executiva coloca a necessidade da ampla mobilização e combatividade dos estudantes, utilizando a Greve de Ocupação como forma de garantir os direitos mínimos que merecem. Em seguida ocorreu a Plenária Final, apresentando o Plano de Lutas da ExPEPe (segue abaixo) e foram indicados e aprovados os novos representantes da Executiva Paranaense dos Estudantes de Pedagogia.

Com tão vitorioso evento, os estudantes de Pedagogia do Paraná reafirmaram seu compromisso por lutar por uma educação pública, gratuita e democrática, por uma formação completa do pedagogo, como um cientista da educação, capaz de analisar a sociedade criticamente e educar indivíduos conscientes. Apontaram a necessidade da reabertura imediata das Universidades e das escolas, através das Greves de Ocupação, para garantir que os estudantes e os professores tenham de volta o seu direito de estudar, aprender e ensinar! Sendo o 27º EPEPe um dos primeiros eventos estudantis acadêmicos presenciais dentro da Universidade durante todo o período da pandemia, além de algumas reuniões do PIBID  de pedagogia, que também tem denunciado a Educação à Distância, escancarando a necessidade da Ocupação dos espaços universitários para a retomada efetiva das aulas.

VIVA A EXECUTIVA NACIONAL DOS ESTUDANTES DE PEDAGOGIA!

VIVA O VITORIOSO 27º ENCONTRO PARANAENSE DOS ESTUDANTES DE PEDAGOGIA!

DEFENDER AS UNIVERSIDADES COM UNHAS E DENTES!

PELA REABERTURA IMEDIATA DAS UNIVERSIDADES E ESCOLAS!

OCUPAR, COM A GREVE TRIUNFAR!

VÍDEO

Plano de Lutas da Executiva Paranaense dos Estudantes de Pedagogia

14 de novembro de 2021

1. Defender a gratuidade, democracia e autonomia universitárias barrando o avanço da privatização, completo fechamento da universidade, e o criminoso corte de verbas do Ministério da Ciência e Pesquisa através de mobilizações presenciais e combativas, utilizando a tática da greve de ocupação;

2. Lutar pelo retorno imediato das aulas presenciais em todas as universidades do estado do Paraná com os devidos cuidados sanitários: impulsionar através de aulas públicas.

3. Lutar pela reabertura dos Restaurantes Universitários de forma intransigente, garantindo a permanência estudantil e alimentação aos estudantes, professores e técnicos;

4. Realização de aulas públicas através de comitês sanitários, estudantis, centros acadêmicos, diretórios acadêmicos, DCE’s, PIBID ou RP, para manter a mobilização e politização presencial, contrapor a Educação à Distância, além de aprofundar o contato com os estudantes e a população em geral;

5. Exigir a imediata revogação da BNC (Base Nacional Comum) de formação de professores, denunciando a prática pedagógica tecnicista, pragmática e esvaziada cientificamente, defendendo a formação unitária do pedagogo;

6. Fortalecer a Executiva Estadual dos Estudantes de Pedagogia através da aplicação do plano de lutas de forma conjunta em todo o estado. Utilizar das aulas públicas, espaços de debates, reuniões abertas para apresentar a Executiva a novos estudantes. Fortalecer os centros acadêmicos e espaços democráticos de participação estudantil. Prezar pelo trabalho de base persistente.

7. Expandir a autossustentação da Executiva Paranaense, visando contribuir mensalmente com 200,00 para o caixa da ExNEPe, além de manter caixa regular próprio de no mínimo 1.000,00.

8. Ampliar a relação com professores e intelectuais democráticos, convidando-os a compor nossos eventos e assinar nossas notas, em especial aqueles congregados em torno do Fórum Paranaense de Defesa do Curso de Pedagogia.

9. Realizar as atividades do dia 23 de novembro conforme orientado pela Secretaria Nacional da ExNEPe.

10. Desde já preparar a ida ao Encontro Nacional de Estudantes de Pedagogia ENEPe, mobilizando os estudantes e realizando atividades de arrecadação.