Rechaço ao “Novo” ensino médio e solidariedade ao povo palestino marcam dia 19 de outubro por todo o país

Em mais um dia nacional de luta contra o “novo” ensino médio, estudantes e professores se lançaram às ruas, escolas e universidades para uma vez mais marcar sua firme posição de rechaço a imposição do NEM e exigir sua imediata revogação. Também os manifestantes de norte a sul ergueram alto a bandeira da heroica resistência palestina como demonstração de solidariedade ao povo palestino que neste momento estão enfrentando o maior cerco e ataque por parte do Estado sionista fascista de Israel dos últimos 76 anos de continuada ocupação ilegal de suas terras e sucessivos genocídios de seu povo.

Paraná

No estado do Paraná manifestações ocorreram tanto na capital Curitiba como nas cidades de Maringá e Palmas:

Curitiba

No dia 19 de outubro, estudantes de pedagogia e psicologia se reuniram no Colégio Estadual Plinio Alves Monteiro Tourinho em Colombo, região metropolitana de Curitiba, para denunciar a criminosa reforma do “Novo” Ensino Medio e defender a justa luta do povo palestino. Os estudantes e professores que iam saindo do colégio paravam para conversar com os companheiros, demonstrando total apoio a luta pela revogação da reforma e rechaço à agressão genocida do Estado de Israel ao povo palestino.

O rechaço à diminuição dos conteúdos científicos, ao uso das plataformas e ao aumento da carga horária foi generalizado, a nota da ExNEPe, distribuída na saída, foi muito bem recebida por toda a comunidade. Os pais que levavam seus filhos para as aulas do turno da tarde concordaram cabalmente com a denuncia da Executiva, afinal o aumento da carga horária e o uso de plataformas foi generalizado pelo governo do Paraná, impactando também os alunos do Ensino Fundamental II.

“Meu filho nunca tirava nota vermelha, sempre gostou de ir pra escola, mas depois que colocaram a sexta aula e essas plataformas que não se entende nada, até nota ruim ele tira agora” – disse uma das mães.

“A gente tinha que estar fazendo manifestação, incomodando mesmo, a sexta aula tá acabando com os alunos e com a gente também. As terceirizadas não tiram um salário mínimo.” – relatou uma funcionária da limpeza da escola.

Ao final da agitação, os estudantes do Plinio e a ExNEPe, com apoio dos professores, pais e funcionários do colégio, firmaram o compromisso de impulsionar a luta contra o “novo” ensino médio e a precarização do ensino, marcando a necessidade da luta combativa para resolver os problemas da educação.

Maringá

Em Maringá, norte do Paraná, o Dia Nacional de Luta Contra o NEM contou com uma combativa manifestação, chamada pelo recém-eleito Diretório Central dos Estudantes – UEM Presente, que em sua campanha defendeu a luta combativa e independente dos estudantes e colocou-se firmemente contra o Novo Ensino Médio. Dezenas de estudantes, entre eles alunos da Pedagogia, Psicologia, Geografia, Ciências Sociais, Matemática, História e Economia marcharam pelas ruas do centro da cidade, rumo ao terminal central. A seu lado marcharam estudantes do ensino fundamental e médio de colégios de Sarandi e Maringá, que atenderam ao chamado da manifestação e expressaram todo o ardor da juventude que está disposta a lutar contra o NEM com unhas e dentes. Na manifestação era possível ver, entre as faixas e bandeiras tremular a invencível bandeira da Palestina, símbolo máximo da resistência dos povos do mundo contra a opressão, a qual a ExNEPe tomou como sua neste dia 19. Ao fim da manifestação, de volta à universidade, os estudantes fizeram um balanço, no qual se comprometeram com manter viva a luta contra o NEM e aplicar a greve de ocupação como principal tática de resistência contra as reformas e cortes de verbas realizados pelo governo federal e estadual, inspirando-se nas vitoriosas ocupações da USP, UNICAMP e UFMA.

IFPR PALMAS

São Paulo

No estado de São Paulo foram realizadas atividades na cidade de Guarulhos, Ribeirão Preto e na capital paulista.

Capital

A Frente Independente de Luta Contra o “Novo” Ensino Médio de São Paulo (FIL-SP) organizou no fim da tarde uma aula pública e um ato contra o “Novo” Ensino Médio e em solidariedade a heroica luta do povo palestino. Também participaram a Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia (ExNEPe), Cursinho Popular da FFLCH, Coletivo Mal-educado e o Coletivo Aroeira. O evento ocorreu no vão do prédio da Geografia e História da FFLCH USP, que já está em greve estudantil há mais de um mês, visando unir a luta secundarista com a luta universitária. 

A aula pública iniciou com a fala de uma professora de Artes da rede estadual que abordou como o NEM é uma contrarreforma que tira o direito dos alunos de estudar e dos professores de ensinar. Ele esvazia o conteúdo científico do currículo, visando formar mão-de-obra barata para o mercado em crise, também alienando os filhos dos trabalhadores para não lutarem por seus direitos. Em seguida tivemos a intervenção de uma profa do Cursinho da FFLCH que detalhou como tem sido a luta dos estudantes da USP, que deflagraram greve há um mês pela contratação imediata e permanente de professores e pela reformulação do programa de permanência estudantil e se mantém firmes enquanto suas demandas não são atendidas pelo reitor Carlotti Junior. Por fim, tivemos a fala de outra professora do cursinho, que explicou a relação e a importância de unir as lutas dos universitários com os secundaristas contra o projeto de privatização e destruição do ensino público brasileiro.

Os estudantes presentes fizeram intervenções demonstrando seu repúdio ao NEM ressaltando, dentre outras coisas, que a reforma retira as matérias básicas e isso ceifa o direito dos estudantes de entrarem no ensino superior público, principalmente universidades como a USP; também foi salientado que os governos do reacionário Tarcísio e do Luiz Inácio não querem e não vão revogar o NEM, eles não ouvem os estudantes e, portanto, estes últimos devem tomar a frente e impor na marra a revogação imediata desta contrarreforma nefasta com atos de rua, manifestações e greves de ocupação!

Após o debate se organizou um protesto aos arredores do campus empunhando faixas com os dizeres “Nem Aceitar, Nem Ajustar: Revogar o NEM Já!”, “Abaixo o Novo Ensino Médio! Greve de Ocupação!”, assinadas pela FIL-SP e mais uma: “Palestina Resiste! Palestina Triunfará!”. Durante o trajeto, os manifestantes agitaram a Cidade Universitária entoando palavras-de-ordem como “Não tem defesa, Não tem remédio, Revoga já o novo ensino médio!”, “Para barra a precarização, Greve geral greve geral de ocupação!” e “Povo do Iraque e Palestina, Sua luta continua na América Latina!”

Guarulhos

Foi realizada uma roda de conversa para estudo da nota da ExNEPe sobre o resultado da falsa consulta pública realizada pelo MEC: “Sem “ajustes”, nem “reforma”: desatar uma poderosa onda de greves de ocupação pela revogação imediata do NEM!” com alunos de uma escola estadual de Guarulhos, com as turmas da manhã. O evento foi organizado pela Executiva Estadual de Estudantes de Pedagogia e pelo Grêmio da escola. Cerca de 60 secundaristas participaram e 500 panfletos foram distribuídos.

Durante o debate os estudantes relataram diversos problemas que enfrentam com a implementação do NEM, como a retirada de disciplinas fundamentais (filosofia, história, física, química…); como os itinerários são inúteis e seu conteúdo é superficial como um vídeo do YouTube; que têm aprendido muito mais no cursinho pré-vestibular do que na escola; a falta de estrutura das escolas para realização das matérias práticas. Também citaram como a reforma, apesar de nefasta, está causando apatia nas estudantes e o representante da ExNEPe complementou analisando que este é o resultado ideológico do NEM: tornar os alunos dóceis e despolitizados para aceitar a exploração cada vez mais desapiedada da crise economia. Representantes do grêmios ressaltaram a necessidade de debates como este e de impulsionar a mobilização pela revogação imediata do NEM, propondo como futura atividade uma manifestação pelo bairro.

Ribeirão Preto

Em Ribeirão Preto – SP – foi realizado, no dia nacional de luta, panfletagem na Escola Estadual Otoniel Mota contra o Novo Ensino Médio (NEM) pelo Centro Estudantil da Pedagogia (CEPed) e pela Frente de Luta Combativa USP. A panfletagem aconteceu no horário de saída dos estudantes. Diversos alunos manifestaram suas indignações e o grêmio da escola se colocou contrário o NEM e afirmou que irão se movimentar buscando elevar a mobilização dos estudantes na luta contra o NEM.

Minas Gerais

Recentemente, os alunos do “Novo” Ensino Médio de uma Escola Estadual de Belo Horizonte postaram no Instagram um vídeo de denúncia sobre o fechamento de turmas que ocorreu no colégio em decorrência da ampla evasão escolar. Estudantes que haviam escolhido um itinerário na área das Ciências Biológicas foram obrigados a se juntarem com turmas de um Itinerário da Área das Ciência Humanas, e agora não terão aula de suas matérias específicas pelo menos até o final do ano. Assim, a ExMEPe entrou em contato e organizou uma atividade em sua escola. Nisso, os companheiros foram recebidos com muito prestígio pelos estudantes e professores. Um professor apresentou inúmeras denúncias do fracasso que é o NEM na escola, onde nas quintas feiras ele ministra uma aula de uma hora e meia para 4 turmas de séries diferentes. Durante o restante da semana, dá aulas completamente desconexas à sua formação acadêmica, o que é motivo de forte frustração para ele. O professor cedeu uma aula de quinta feira com grande entusiasmo para a realização do Pós-FoNEPe, e foi escolhido o dia 19 para somar ao dia nacional de luta contra o NEM.

A entrada da escola foi ornamentada com uma bandeira da Palestina, uma faixa em defesa da greve de ocupação e uma bandeira da ExNEPe, tendo apoio dos professores que passaram interessados nos panfletos e os alunos que pediam o material e liam concordando, inclusive tendo gritos dos estudantes de dentro da escola olhando toda a mobilização lá fora, dizendo abaixo ao novo ensino médio.

Mato Grosso do Sul

No dia 19 de Outubro, foi realizada uma panfletagem e agitação em frente ao colégio Presidente Vargas em Dourados (MS). Na agitação, se denunciou a tentativa de enganação do governo federal de falar em mudança e “revogação” do NEM quando na verdade propõe apenas ajustes mínimos que não mudam em nada do essencial, tudo pra frear a luta estudantil. Também foi denunciado o recente corte de verbas na educação feito pelo governo de R$332 milhões em Agosto e o mais recente corte de 116 milhões na CAPES essa semana.

Os estudantes também aproveitaram o ato para prestar sua solidariedade e apoio a luta do povo palestino, denunciando os ataques do genocida Estado de Israel e apontando que é dever dos estudantes se colocar ao lado do povo e dos povos do mundo. Ao final, os estudantes convocaram estudantes, professores e pais a continuarem na luta por uma verdadeira revogação do NEM e a seguir o exemplo das recentes mobilizações e ocupações que se alastram pelo país como na USP, UFMA e Unicamp.

Goiás

Em Goiânia, no dia 19/10, estudantes de pedagogia realizaram atividades de panfletagem nas escolas CEPI Dom Abel e CEPI Pré-universitário. Muitos panfletos foram distribuídos convidando os estudantes secundaristas para se juntar à mobilização contra o NEM. Além de demarcar a importância da greve de ocupação como tática de luta para conseguir a imediata revogação da medida.

Após as panfletagens pela manhã e pela tarde, foi realizado um cine-debate na Faculdade de Educação com exibição do documentário “Acabou a paz, isto aqui vai virar o Chile” de Carlos Pronzato. Diversos estudantes participaram da atividade, debatendo a importância da organização política dos estudantes em prol da elevação da combatividade e independência do movimento estudantil, principalmente no curso de Pedagogia. O debate envolveu alunos e professores. Na ocasião, os estudantes discutiram e realizaram vídeo de apoio à ocupação da UFMA, como forma de demarcar a solidariedade à justa greve de ocupação que reivindica pautas urgentes para os estudantes da Universidade. Foi realizada ainda a venda de doces e boletins sobre o NEM para a auto sustentação das atividades do movimento estudantil.

Pará

Atendendo ao chamado da Executiva Nacional, a Executiva Paraense convocou para o dia 19 um ato na Universidade do Estado do Pará (UEPA), levantando a bandeira da revogação do “Novo” Ensino Médio e também contra a precarização da UEPA, que como muitas universidades estaduais sofre com a falta de professores, prédios sucateados, RU de péssima qualidade e não atende aos estudantes do noturno, além do que agora a reitoria tenta implementar catracas no RU para controlar a quantidade de refeições dos estudantes e avançar ainda mais na privatização da universidade. Ao longo das semanas anteriores, os companheiros da ExPaEPe passaram em salas chamando para o ato, explicando como o NEM se liga a privatização da universidade pública e a necessidade de se elevar a luta estudantil de patamar com greve de ocupação, seguindo os exemplos dos estudantes da USP e UFMA. A ExPaEPe também tomou parte da plenária convocada pelos Centros Acadêmicos da UEPA para discutir os rumos da luta contra as catracas e demais reivindicações, defendendo a greve de ocupação como caminho, sendo a fala que mais ressoou nos estudantes. Nessa plenária ficou aprovado que o dia 19 seria parte das mobilizações para acumular para uma manifestação no dia 26, dia que a reitoria vai receber representações estudantis para “conversar” sobre as reivindicações após meses de enrolação. No dia 19 no ato, os estudantes presentes no ato debateram sobre as consequências do NEM para o ensino público brasileiro, como ele se liga a privatização do ensino, a necessidade de se ligar as lutas pelas reivindicações específicas da UEPA com essa luta geral na sociedade como parte da luta contra a destruição do ensino público brasileiro. Também foi exaltado a heroica resistência do povo palestino contra o estado sionista de Israel, sendo destacado pelos companheiros da ExPaEPe a necessidade de se mirar no exemplo da juventude palestina para seguir lutando aqui também no Brasil, um país dominado por grandes potências. Os estudantes encerraram com o compromisso de seguir realizando o trabalho de formiguinha em elevar a politização e brigar para desencadear na UEPA uma greve de ocupação ainda este ano, única forma de enfrentar os desmandos da reitoria e do governo do estado!

Rondônia

Em Porto Velho, foi realizado um debate junto aos alunos dos 1º e 2º anos da escola estadual Brasília acerca do “Novo” ensino médio. A centena de estudantes que lotaram o auditório da escola demonstraram todo seu rechaço a imposição do NEM denunciando a retirada de disciplinas com conteúdo científico em detrimento das trilhas dos itinerários formativos com conteúdos esvaziados, diluídos e que pouco ou nada contribui com sua formação. Ao final da atividade os secundaristas afirmaram em alto e bom som que o caminho para barrar essa medida é o da luta combativa através de manifestações e greves de ocupação.

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