Executiva Paranaense realiza vitorioso 26º Encontro Paranaense de Estudantes de Pedagogia

No último domingo, dia 04/10 a Executiva Parananense de Estudantes de Pedagogia realizou o 26º Encontro Paranaense de Estudantes de Pedagogia em um colégio estadual da capital paranaense. Teve como tema: Em defesa do ensino público gratuito: Barrar a imposição da EaD impulsionando o boicote! Em defesa do direito de ensinar, estudar e aprender!

O evento, realizado de forma presencial, contou com a participação de 30 estudantes e foi transmitido nas redes do Centro Acadêmico Anísio Teixeira, da UFPR. Durante todo o evento foram respeitadas as normas sanitárias para prevenção ao coronavírus, que incluíram uso de máscara e protetor facial, álcool gel, distanciamento dos participantes e medição de temperatura. Mais uma vez comprovando que é possível realizar atividades politicas de forma presencial.

A primeira mesa do evento tratou da discussão acerca da situação politica nacional e teve como convidados um representante do Jornal A Nova Democracia e a professora Maria Rita, pró-reitora de assuntos estudantis da UFPR. O primeiro fez uma fala contextualizando a situação por meio da análise das 5 forças que se gestam no seio da sociedade e pugnam pelo poder: a extrema-direita fascista de Bolsonaro, a direita hegemônica do Alto Comando das FA, os partidos tradicionais da burguesia (PSDB, MDB etc), o oportunismo (PT, PSOL, PCdoB etc) e por último e mais importante a força do povo, a única força verdadeiramente popular expressa nas organizações de caráter democrático que defendem os interesses das classes exploradas. Tratou da importância dos levantamentos populares que tem ocorrido nos EUA, no Chile, na França e demais países como sintoma da grave crise de decomposição do imperialismo e colocou que não tardará para que a mesma situação se reproduza no Brasil. A professora por sua vez centrou sua intervenção na análise do desenvolvimento da universidade pública nos últimos anos e na importância da defesa da autonomia e democracia universitárias, atualmente sobre ataque direto da gerência obscurantista de Bolsonaro.

A segunda mesa do evento girou em torno da discussão acerca da EaD e suas implicações para a educação pública e gratuita. Este espaço contou com a importante participação da professora Carolina Lobo, vice-diretora do Colégio Estadual Santos Dumont, do professor Astrogildo de França, docente da faculdade de formação de professores da UERJ e de um companheiro da UNIFESP que participou da CO do 39º ENEPe.

A professora Carolina Lobo abriu a discussão relatando as dificuldades que a EaD representou para a educação básica. Em sua visão não se trata de ensino, pois não é possível aprender nada dessa forma. Falou que o colégio onde trabalha optou por aplicar a EaD unicamente para não perder o vínculo com seus alunos e que mesmo assim os resultados são baixos. Para Carolina a propaganda demagógica do governo do estado, que afirma total vitória na aplicação da educação à distância não passa de enganação para manter a receita de Renato Feder, atual secretário da pasta ligado à empresas de tecnologia.

Em seguida o professor Astrogildo de França demarcou sua posição firmemente oposta a aplicação da EaD. A qualificou como um processo de privatização que vai muito além do momento atual de pandemia e alertou contra o falso consenso criado em torno da necessidade de sua aplicação. Para o professor é importante articular a luta dos estudantes, professores e técnicos para barrar este ataque.

Por fim o companheiro da UNIFESP interviu no sentido de esclarecer acerca da posição da Executiva Nacional sobre o tema. Recordou que a EaD é uma politica imposta à educação brasileira desde os anos 90, tendo seu ápice durante o governo do oportunismo e agora vindo para tomar de vez o ensino superior. Para ele também se trata de estratégia privatista e voltada a coibir a organização consciente dos estudantes e professores em seus locais de estudo e trabalho. A EaD é em suma uma forma de re-domesticar a força de trabalho para um novo momento da crise do capitalismo burocrático brasileiro, onde a brutal destruição de forças produtivas leva a fenômenos de sub-emprego como uber, rappi, youtubers, influencers e toda sorte de semi-profissões, que tem como correspondente ideológico o empreendedorismo etc. O companheiro reforçou que nesta situação a única posição possível para os estudantes de pedagogia é assumir cabalmente a luta contra a EaD impulsionando o boicote massivo às “aulas”. “É questão de princípio para nós defender a ciência, que passa por defender que o conhecimento é indissociável da prática social concreta, coisa que a EaD nega”.

Ao fim do evento foram deliberadas a configuração dos representantes estaduais da ExPEPe e representantes Nacionais para a ExNEPe, foi distribuído a quantidade de participantes para o 40º ENEPe por cidade e foi aprovado o plano de lutas que segue:

PLANO DE LUTAS 26º ENCONTRO PARANAENSE DE ESTUDANTES DE PEDAGOGIA

1) Lutar contra os ataques do governo em meio à pandemia, organizando e/ou participando de Comitês Sanitários de Defesa Popular nos bairros, prédios, favelas, locais de moradia em geral! Exigir condições de sobrevivência para toda a população!

2) Transformar os Comitês Sanitários de Defesa Popular em projetos de extensão universitária.

3) Lutar contra a implementação da EaD (Educação a Distância) e a privatização das instituições públicas de ensino impulsionando o boicote. Por um ensino público, gratuito, democrático e a serviço do povo! Pelo direito do povo ensinar, estudar e aprender!

4) Lutar contra a intervenção do MEC nas universidades! Defender a democracia e a autonomia universitária!

5) Contra o corte de bolsas de pesquisa e do orçamento do ensino superior! Por uma ciência a serviço do povo, contra o obscurantismo! Defender o direito do povo de acessar e produzir ciência!

6) Lutar pelo cancelamento do ano letivo nas escolas de ensino básico e adiamento do ENEM. 

7) Lutar pela realização do 40º Encontro Nacional de Estudantes de Pedagogia (ENEPe) em Curitiba(PR) nos dias 29, 30 e 31 de outubro, 01 e 02 de novembro, impulsionando a Comissão Organizadora (CO).

8) Realizar reuniões trimestrais da Executiva Paranaense de Estudantes de Pedagogia (ExPEPe) para impulsionar a luta no estado.

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