Viva o Vitorioso 4º Encontro Sul-Mato-Grossense de Estudantes de Pedagogia!

Nos dia 13 e 14 de Novembro ocorreu presencialmente o 4º Encontro Sul-Mato-Grossense de Estudantes de Pedagogia (ESMEPe) na Escola Professora Efantina de Quadros em Dourados-MS. O evento, promovido pela Executiva Sul-Mato-Grossense de Estudantes de Pedagogia (ExSMEPe) e Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia (ExNEPe) teve por tema:  “Imediata Revogação da BNC: Em Defesa da Autonomia Universitária e da Formação Unitária do Pedagogo” e serviu para congregar estudantes de pedagogia e demais interessados de todo o estado para debater o atual cenário da educação brasileira, do curso de pedagogia, bem como a luta para defender o ensino público e gratuito.

O evento começou no dia 13 às nove horas da manhã com a mesa de situação política. Nesta mesa esteve presente o professor Souza, representando o Comitê de Apoio a Luta dos Povos Indígenas-CALPI, e Jaiane, professora indígena da escola Agustinho da aldeia Bororó em Dourados. A professora Jaiane desenvolveu sobre a situação vivida hoje pelos povos indígenas, em especial os Guarani Kaiowá das aldeias de Dourados, que  tem por fundo o genocídio secular e roubo de suas terras tradicionais, situação que se aprofundará caso o Marco Temporal e a PL 490 sejam aprovados. Já o professor Souza, do CALPI, explanou sobre a situação política nacional e internacional, de grave crise do sistema imperialista e por conta disso, avanço da repressão e criminalização da luta; ao mesmo tempo que as classes dominantes não conseguem dominar como antes, o povo não aceita continuar vivendo nesse sistema de opressão e miséria e se rebela cada vez mais, tendo como maior expressão atual a luta pela terra empreendida pelos  camponeses em RO.

Mesa de Situação Política

Ao final, foram apresentados vídeos que mostravam a luta dos povos indígenas na cidade que haviam sido atacados recentemente, assim como vídeos da resistência dos camponeses das áreas Tiago dos Santos e Ademar Ferreira em RO, dirigidos pela LCP, a luta por um pedaço de chão para plantar e sobreviver e que enfrentam uma verdadeira operação de guerra e todo tipo de ataques, mas tem imposto duras derrotas ao Estado e aos reacionários da região.

Na mesa da tarde “As Lutas Atuais da Universidade Pública Brasileira” tivemos a presença do professor de Geografia da UFGD Alexandre Bergamin, também presidente do sindicato dos professores da UFGD, além do CA de Pedagogia da UEMS e um representante da Campanha Contra a Intervenção e Imposição da EaD para debater com os presentes os diversos ataques à universidade pública brasileira, especialmente os planos de sua privatização e sucateamento. Ao final se pode constatar a grave situação das universidades e como urge lutarmos decididamente pela volta às aulas presenciais e convocar os estudantes a ocuparem as universidades para que se abram imediatamente como parte da luta por barrar todos esses ataques e desmontes.

ENEPe Extraordinário
Vídeo sobre a luta dos camponeses em Rondônia

No segundo dia de evento, ocorreu o Encontro Nacional de Estudantes de Pedagogia Extraordinário onde os presentes no evento se reuniram concomitantemente a estudantes de todo o país durante os Encontros Estaduais através de uma transmissão online. Contamos então com a fala do professor Marcos Calazans da Universidade Federal de Ouro Preto, além da fala do presidente e do secretário da Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia tratando sobre o problema da volta às aulas presenciais e da necessidade de lutarmos por sua volta imediata, como parte da luta contra os ataques à universidade pública. Em seguida, os representantes de cada estado fizeram falas se posicionando sobre o que havia sido exposto e comentando sobre a luta em cada região.

Ainda pela manhã de domingo, tivemos a mesa “Imediata Revogação da BNC: Em Defesa da Autonomia Universitária e da Formação Unitária do Pedagogo” tendo como palestrante a professora e pesquisadora Andréia Nunes Militão, professora do curso de Pedagogia da UEMS e vice-presidente da regional da ANFOPE Centro Oeste. Nesta mesa pudemos aprofundar o debate sobre a implementação da Base Nacional Comum da Formação Inicial de Professores (BNC-FP), entendo como um grande ataque aos cursos de pedagogia e licenciatura que busca adequá-los a uma lógica tecnicista e mercadológica que vai contra uma formação crítica e científica. 

Já no período da tarde iniciamos com uma roda de discussão sobre o exposto nas atividades no período da manhã e encaminhando propostas para avançar a luta na região contra os ataques ao ensino superior público e avançar na mobilização dos estudantes. Em seguida, passou-se a plenária final, onde foi aprovado o plano de lutas assim como os representantes da Executiva Sul-Mato-Grossense e a proposta do estado para aprovação de representantes nacionais.

PLANO DE LUTAS DO 4º ENCONTO SUL-MATO-GROSSENSE DE ESTUDANTES DE PEDAGOGIA

  1. Lutar, de maneira incisiva e combativa, pelo retorno imediato das aulas presenciais em todas universidades, contra a via privatista, burocrática e negacionista que mantêm as universidades fechadas, alijada da defesa dos interesses do povo. Junto a luta pelo retorno imediato das aulas presenciais, intensificar a luta pela manutenção das condições sanitárias, seguindo as medidas protetivas incluindo compra de EPIs e materiais de higiene, estruturação do espaço físico com distanciamento social e completa vacinação de estudantes e trabalhadores da educação. Como parte desta luta, organizar aulas públicas, atos e colagem de cartazes agitando pelo retorno e impulsionar o movimento pela volta  imediata das aulas presenciais. Contra o fechamento das universidades: Greve de Ocupação! Volta as aulas presenciais já!
  2. Construir o dia de lutas no dia 01 de Dezembro como um dia de atividades presenciais com aulas públicas na UFGD e UEMS, apresentações de projetos, debates e atividades culturais como parte da luta por reocupar as universidades e colocar em pauta a volta às aulas presenciais.  
  3. Pela imediata revogação da BNC, contra a Base Nacional Docente e o currículo de competências! Pela formação unitária do pedagogo e pedagoga!
  4. Seguir na luta contra a imposição da EaD (Educação a Distância) e a privatização das instituições públicas de ensino impulsionando o boicote. Por um ensino público, gratuito, democrático, com autonomia universitária e a serviço do povo! Pelo direito de ensinar, estudar e aprender!
  5. Lutar contra a intervenção do MEC nas universidades e institutos federais! Defender a democracia e a autonomia universitária! Fora Lino Sanabria e os interventores!
  6. Contra o corte de bolsas de pesquisa e permanência estudantil e do orçamento do ensino superior! Por uma ciência a serviço do povo, contra o obscurantismo e o pós-modernismo! Defender o direito do povo de acessar e produzir ciência!
  7. Lutar contra os ataques do governo militar de Bolsonaro em meio à pandemia, organizando e tomando parte da solidariedade ativa ao povo através do Comitê de Socorro Popular.
  8. Lutar contra a militarização das escolas! Que os estudantes, professores, pais e responsáveis decidam sobre seus rumos! Lutar contra a implementação do novo ensino médio, a BNCC nas escolas públicas e seu sucateamento. Lutar pela democracia na gestão dentro das escolas.
  9. Lutar pela construção e manutenção das creches e brinquedotecas dentro das universidades do nosso estado.
  10. Lutar pela criação do RU na UEMS.
  11. Exigimos reposição presencial dos conteúdos perdidos devido a EaD nas escolas e universidades! Impulsionar iniciativas de reforço escolar nas escolas públicas da periferia.
  12. Lutar contra a precarização da profissão docente! Os professores devem ter assegurado o direito de ensinar! Defender a liberdade de cátedra!
  13. Lutar pelo funcionamento orgânico da ExSMEPe, com realização de reuniões periódicas para balanço e planejamentos das lutas a serem empenhadas no estado.
  14. Elevar a propaganda das lutas travadas em nosso estado no site e redes sociais da ExNEPe.
  15. Realizar atividades de autossustentação para garantir a independência e o funcionamento da entidade!
  16. Ocupar espaços nos CAs das universidades e brigar pela criação onde não há entidades de curso.
  17. Organizar o dia 23 de novembro com luta presencial em defesa da universidade pública e gratuita, aberta e a serviço do povo!
  18. Atuar conjuntamente com o Comitê de Apoio a Luta dos Povos Indígenas desenvolvendo a solidariedade e defesa da luta pela terra e os povos indígenas.
Preparação do espaço
Credenciamento

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