[PA] Viva o vitorioso 26º Encontro Paraense de Estudantes de Pedagogia!


No dia 12 de maio a ExPaEPe realizou um grandioso Encontro Paraense de Estudantes de Pedagogia, que contou com a participação de mais de 150 estudantes de diferentes universidades e cidades do estado do Pará: da Universidade Federal do Pará (UFPA), campus Belém, campus Abaetetuba, Castanhal; da Universidade do estado do Pará (UEPA), campi CCSE e Maracanã; e da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), campus Belém.

O 26º EPaEPe é fruto da intensa mobilização feita para sua realização, com participação ativa dos estudantes do interior do estado que deram grande luta por conseguirem os ônibus e estarem presentes, bem como dos estudantes em Belém que se lançaram a construir o evento, primeiro encontro regional realizado após a pandemia que coroa toda a persistência em não se apartar da luta nos últimos anos.

A mobilização para o encontro

Já desde a mobilização tudo apontava para um grandioso encontro! A Comissão Organizadora conformada por estudantes eleitos para a ExPaEPe no 25º EPaEPe, estudantes de pedagogia das universidades da capital Belém e também de outros cursos se jogaram com muita audácia na mobilização para o evento. Primeiro, a CO buscou o apoio da coordenação do curso de pedagogia da UEPA (campus CCSE, onde fica o curso de pedagogia em Belém), que prontamente contribuiu para o encontro ao ajudar com a reserva do auditório Paulo Freire na universidade, na divulgação do evento, com a impressão de cartazes, bem como com a mobilização de estudantes de pedagogia da UEPA campus Maracanã.


Os estudantes do Maracanã se mobilizaram e com muita persistência conseguiram um ônibus para participar do evento. Assim como foi estudantes da UFPA das cidades de Castanhal e Abaetetuba, que com o apoio da CO, da ExPaEPe e da secretaria nacional da ExNEPe, se jogaram com afinco e conseguiram ônibus para o evento, totalizando 4 ônibus de cidades do interior que vieram com estudantes de pedagogia para participar do encontro! A CO e ExPaEPe ainda se mantiveram em contato com estudantes de Acará e Soure, que infelizmente não puderam comparecer ao evento.


Além de se jogar na mobilização no interior, a CO também fez grandiosa mobilização na capital Belém, com colagem de mais de 120 cartazes na UFPA, UFRA e UEPA, passagens em sala convidando para o evento e para a CO, conversas de corredores, mobilização também de secundaristas, chegando a mais de 220 inscrições e mais de 150 estudantes presentes no 26º EPaEPe!

O Encontro

Já no dia do encontro, a ExPaEPe e a CO se lançaram a preparar tudo para receber os estudantes da capital e interior: ornamentação do auditório, mesa de credenciamento, café da manhã, creche, recepção dos palestrantes. Após a chegada dos ônibus do interior (todos viajaram no mínimo 2 horas e meia para estarem no encontro!), todos tomaram posição nos assentos e deu-se início a mesa de abertura.

Uma companheira da ExPaEPe iniciou com uma saudação ao evento, aos estudantes vindos das diferentes cidades e universidades, a ExNEPe e a coordenação do curso da UEPA, declarando por aberto o 26º EPaEPe. Logo, o companheiro Alexandre da secretaria nacional da ExNEPe fez sua intervenção, apresentando a ExNEPe, seus princípios de independência, classismo e combatividade, como se organiza e estrutura nacionalmente e regionalmente, bem como brevemente seu histórico de lutas em defesa do ensino público e gratuito, do curso de pedagogia, de formação de professores e o ensino básico.


Logo, foi passada a palavra para a professora Seila Ribeiro de Moraes, coordenadora do curso, que fez uma saudação ao evento e à ExNEPe, destacando a importância de tantos estudantes estarem ali presentes e de conhecerem a entidade que os representa. Fez na saudação uma denúncia da situação do curso de pedagogia na UEPA campus CCSE, com falta de professores que acarreta aulas que precisam ser suspendidas, e que não há previsão nem de concurso público nem de contratação temporária.


Encerrada a mesa de abertura, iniciou-se a mesa de situação política, com intervenção de um companheiro do Comitê de Solidariedade Popular – Ananin, que após deixar também sua saudação, expôs a situação que se colocou após as eleições do ano passado, com crescimento do golpismo aberto da extrema direita e do Alto Comando das Forças Armadas, a tutela deste sobre o atual governo, a grave situação que tem se desenvolvido no país e que os recentes episódios de áudios e imagens vazadas mostrando o plano da intervenção federal no ano passado e a presença de um general sendo conivente com as hostes bolsonaristas no 08 de janeiro dentro do palácio dos três poderes são demonstração de que se desenvolve um golpe militar no país cada vez mais próximo de um desfecho. Expôs como o atual governo se acovarda frente a tutela do ACFA sobre si, e busca manobrar com margens cada vez mais estreitas entre cumprir seus compromissos com as classes dominantes que serve (grande burguesia, latifúndio e imperialismo, principalmente norte americano) e enganar o povo com promessas e migalhas demagógicas, porém que cada vez mais vai se desmascarando. Que frente a essa situação, para barrar o avanço da reacionarização da sociedade e do Estado brasileiro, o povo só deve confiar nas suas forças, se organizar de forma combativa e independente e lutar intransigente na defesa de seus direitos, exigindo tudo o que tem direito. Que assim deve ser nas diversas frentes de batalha, seja na principal do país que é a luta pela terra, seja na defesa do ensino público e gratuito.

Logo, alguns estudantes dos campi do interior interviram, e destacaram a importância de levar para suas universidades o debate bem como elevar a organização para a luta. Uma companheira também membra do CSP-Ananin e do Coletivo Popular de Mulheres – Ananin fez uma intervenção destacando a vida difícil do povo nos bairros e ocupações, a luta diária pelo sustento e contra a repressão crescente das forças policiais do Estado, assim como da necessidade do movimento estudantil se unir, sair dos muros da universidade e se ligar profundamente a luta do povo mais pobre.

Após o almoço, deu-se início a segunda mesa, com tema “Revogação Imediata da BNC-FP e do Novo Ensino Médio: em defesa do direito de ensinar, estudar e aprender!”. A mesa foi iniciada pelo professor doutor Doriedson Rodrigues, membro da ANPED e ANFOPE que expôs primeiro como o sistema capitalista gera como produto seu necessário uma grande desigualdade, e que nesse cenário, o NEM tanto é política que condiz com essa desigualdade como a intensifica. Na sua intervenção, fez uma defesa dos conteúdos científicos na formação dos estudantes filhos do povo contrapondo a formação esvaziada predicada pelo NEM. E afirmou que é necessário revogar a reforma!


O companheiro Alexandre que falou em seguida, chamando os estudantes a lutar pela revogação da BNC-FP, pois que representa profundo ataque ao curso de pedagogia fragmentando-o, esvaziando-o de cientificidade, e também a lutar pela revogação do NEM. Apontou as numerosas ações que a ExNEPe tem realizado contra essas duas medidas vanguardeando esta luta entre os estudantes, e apontou o caminho das greves de ocupação como a única resposta consequente para conquistar a revogação, dando o exemplo das greves de ocupação do ano passado como a da UFPR e da USP Ribeirão Preto!


Ainda na mesa foi apresentado um vídeo, enviado pela professora de filosofia da rede estadual de ensino do Pará, Paula Menezes. Em sua fala, a professora, que não pôde comparecer presencialmente ao evento, fez esforço por contribuir com o debate, expôs como tem sido a experiência prática da aplicação do NEM nas escolas paraenses: uma extrema precarização da formação dos estudantes e também do trabalho docente; um grande engodo, reforma para inglês ver. Trouxe relato da realidade de pobreza e sucateamento da maioria das escolas. Após diversas intervenções foram feitas, onde os estudantes relataram experiências, fizeram denúncias. Uma secundarista interviu relatando como tem sido caótico a aplicação do NEM em sua escola, que é geral o descontentamento com o NEM. Ao fim da mesa puxaram “1, 2, 3, 4 5 mil! Revoga a reforma ou paramos o Brasil!” e “Pedagogia é união! Não deixa o MEC acabar com a educação!”


Deu-se breve intervalo após o fim da 2ª mesa, e a coordenação da pedagogia da UEPA realizou um sorteio de 2 livros para os estudantes presentes. Logo, com o retorno, deu-se início a plenária final do evento, que aprovou um Plano de Lutas Estadual e elegeu uma nova Executiva Paraense, com representantes das 3 cidades do interior presentes no evento: Maracanã, Abaetetuba e Castanhal, e também da capital. Como encerramento com chave de ouro, os estudantes puxaram: “A ExNEPe é pra lutar! O imobilismo não vai nos segurar!” e “A Pedagogia é sensacional! Fazendo encontro fenomenal!”


E para encerrar mesmo o evento, contamos com uma apresentação cultural de um grupo quilombola de Ananideua, com músicas autorais destacando as lutas de resistência dos trabalhadores, dos quilombolas e indígenas!

Viva o vitorioso 26º Encontro Paraense de Estudantes de Pedagogia!


Cresce, cresce, por todo o Brasil: o novo movimento combativo estudantil!


Rumo ao 25º Fórum Nacional de Entidades de Pedagogia!

26º Encontro Paraense dos Estudantes de Pedagogia
Plano de Lutas

-Lutar pela revogação imediata do Novo Ensino Médio e da Base Nacional Comum de Formação de Professores! Realizar panfletagens, agitações, aulas públicas, reuniões nas escolas e manifestações e, principalmente, lutar por preparar e realizar uma nova onda de greve de ocupações nas escolas secundaristas e nas universidades contra o NEM, BNC-FP e todos os direitos atacados no último período! Unificar com as licenciaturas e impulsionar a luta independente e combativa também nestes cursos, assim como junto aos secundaristas e professores que já atuam para elevar ainda mais a luta pela revogação dessas reformas criminosas!


-Lutar contra a implementação da EaD e Ensino Híbrido nas escolas e universidades públicas, bem como contra todo o processo de privatização do ensino público! Realizar mobilizações contra o sucateamento das universidades e cursos, lutar pela abertura de concursos públicos para contratação de professores e realização de reformas nos prédios!


-Realizar mobilização para o 25º FoNEPe em Dourados/MS, em julho. Realizar pré e pós FoNEPe’s, mobilizar estudantes para debater as pautas, incentivar a produção de artigos e fazer campanha de autossustentação e de doações para levar a delegação ao Fórum.


-Combater a investida policial nas escolas e sua militarização: o enfrentamento do problema da violência nas escolas deve ser com o aumento da participação democrática dos estudantes na sua direção, melhor preparação pedagógica do corpo de trabalhadores e apoio psicológico dos trabalhadores da educação e estudantes e não a entrada das polícias ou de sistemas de segurança privados nas escolas, sejam elas públicas ou privadas.


-Lutar pela permanência estudantil e sua ampliação e contra a evasão nas escolas e universidades, como parte da defesa do direito de estudar e aprender.


-Lutar pelo passe-livre e contra os contínuos aumentos na tarifa do transporte público, pela melhoria na estrutura e ampliação.


-Lutar contra as posições de extrema-direita e denunciar as ilusões demagógicas do governo atual, contribuir à luta pela revogação de todas as reformas antipopulares desatada nos últimos anos, tal como a PEC do congelamento dos gastos, a Reforma da Previdência e a Reforma Trabalhista, os cortes na educação e ciência e lutar pela recomposição de orçamentos e ampliação para garantir todos os direitos dos estudantes!


-Desfraldar a bandeira do classismo apoiando as lutas do povo brasileiro, dos trabalhadores da cidade e do campo, dos povos indígenas e dos quilombolas.



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