O meses de abril e maio foram marcados por intensa mobilização de estudantes e professores do curso de Licenciatura em Educação do Campo (Lecampo) da UFCG (campus de Sumé), o que resultou na inclusão do perfil do curso para concorrer às 1000 vagas do concurso público para professores do estado da Paraíba. Essa é uma vitória histórica da luta de estudantes e professores pois, após dez anos de existência do curso, é a primeira vez que os alunos formados em educação do campo poderão concorrer e assumir cargos efetivos para professores da rede estadual. E essa conquista se deu com muita luta!

No dia 12 de abril, quando da iminência de publicação do edital do concurso, o que seria uma reunião de uma pequena comissão de estudantes com um assessor da deputada Estela Bezerra se tornou num ato político com mais de 70 alunos do curso e diversos professores, no qual a exigência de “Inclusão já” do perfil da Lecampo no concurso público estadual” foi defendida com determinação pelos presentes, e no qual ficou definida a realização de manifestação nas ruas da capital do estado, no dia 24 de abril, para protestar pela inclusão do curso no edital do governo do estado.

Convocando também os estudantes de sociologia e filosofia para uma luta conjunta, uma vez que, das 1000 vagas abertas, apenas 06 foram destinadas a cada uma dessas duas disciplinas, os estudantes realizaram protesto unificado no centro da cidade de João Pessoa, quando foram entoadas palavras de ordem como: “Nossa Lecampo é pra lutar, o imobilismo não vai nos segurar”, “Nossa Lecampo é união, e no concurso exige a inclusão!” e “Sociologia/filosofia é pra pensar, concurso público com 06 vagas não dá!”. Na manifestação, estiveram presentes, além dos mais de 50 alunos e professores de licenciatura em educação do campo e sociologia do CDSA (Sumé), a Associação de Professores de filosofia da Paraíba e do Centro Acadêmico de filosofia da UFPB.

Pelas ruas da cidade, o protesto passou em frente ao palácio do governo e culminou com uma Audiência Pública no plenário da Assembleia Legislativa da Paraíba com a presença da deputada Estela Bezerra. Até este momento, a secretaria de educação não havia sequer retornado às tentativas de agendamento de audiência com o secretário, mas com toda a mobilização e pressão dos estudantes neste dia, ficou marcada uma reunião com o mesmo para o dia 29 de abril.

A repercussão do primeiro protesto foi imediata, e logo a mobilização para o dia 29 tomou corpo ainda maior. Enquanto a secretaria de educação esperava por uma pequena comissão neste dia, os estudantes decidiram comparecer em peso, para demonstrar a sua decisão e força de mobilização. De Sumé, um ônibus e duas vans cheias de estudantes e muito entusiasmo, desceu a serra para protestar, mais uma vez, na capital. Além destes, se somaram na luta estudantes de sociologia e filosofia de Campina Grande (UFCG e UEPB) e João Pessoa (UFPB). Se fez representar, também, a reitoria da UFCG e membros da Associação de Sociólogos da Paraíba (Solidum) e, mais uma vez, a Associação de Professores de Filosofai da Paraíba.

Após novo protesto de rua no dia 29 – vinculando contra aos demais ataques aos direitos do povo, como reforma da previdência – Greve geral de resistência nacional – e reunião com secretário, os estudantes seguiram pressionando, através, também, de reuniões com comissão do concurso.

No dia 03 de maio é dado parecer positivo do Conselho Estadual de Educação e da secretaria. O Edital foi retificado no dia 18 de maio.

Conquista da luta combativa, classista e independente dos estudantes de Sumé!