[SP] Importante debate sobre o NEM é realizado na USP

No dia 13/05, mais de 70 estudantes dos cursos de pedagogia, licenciaturas e secundaristas prestigiaram um importante debate sobre o Novo Ensino Médio na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP). O evento foi organizado pela Frente Independente de Luta contra o Novo Ensino Médio de São Paulo (FIL-SP) e a Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia (ExNEPe) junto ao professor Daniel Cara, docente e pesquisador da Universidade de São Paulo.

O evento iniciou-se com a apresentação da mesa, que contava com o professor Daniel Cara, o estudante Michael, calouro de pedagogia na USP e ativista da FIL-SP, e Antônio, presidente da Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia. O professor Daniel Cara foi o primeiro a falar, no qual traça o panorama histórico do surgimento e aplicação do projeto do Novo Ensino Médio, entendendo-o como um ataque aos próprios fundamentos da educação, além de contextualizar sua atuação contra esse nefasto projeto educacional ao longo dos anos, relacionando suas críticas aos conteúdos passados em suas aulas, deixando muito claro o caráter anti-educacional do Novo Ensino Médio e firmando sua posição de combate à ele. O professor também afirma que não devemos limitar-se à lutas dentro do sistema, colocando enorme peso na importância da mobilização dos estudantes, professores e funcionários no combate ao Novo Ensino Médio, além de saudar a FIL-SP pela luta travada e o enorme entusiasmo de seu aluno Michael em colocar o debate contra o NEM na ordem do dia nas aulas, se colocando à disposição da organização de novos eventos e confirmando sua presença no 42 Encontro Nacional de Estudantes de Pedagogia (ENEPe).

Após a importante intervenção do professor Daniel, o presidente da ExNEPe inicia sua fala saudando a luta travada pelo professor e a FIL-SP, e aponta mais críticas ao Novo Ensino Médio, maior ataque à educação pública das últimas décadas, como projeto privatista do Banco Mundial/FMI, salientando também a importância do combate à Base Nacional Comum de Formação de Professores (BNC-FP), ataque criminoso à formação de professores nos cursos de pedagogia e licenciaturas, que junto ao NEM, buscam esvaziar o conteúdo científico dos cursos de pedagogia e licenciatura, e transformar os professores em meros “dadores da aula”, aplicadores de uma cartilha educacional vazia de conteúdo científico aos seus alunos. Antônio realiza também uma contundente crítica à UNE/UBES pelo seu imobilismo frente à esse projeto privatista, afirmando aos estudantes que não trata-se mais de uma entidade de luta, mas os representantes do governo no movimento estudantil, ao mesmo tempo que nomeia as combativas lutas encabeçadas pela ExNEPe nos últimos anos, que rompeu com o imobilismo dessas entidades oportunistas e eleitoreiras como condição para lutar contra os ataques privatistas à educação pública e gratuita.

O estudante Michael saúda em nome da FIL-SP as falas anteriores e direciona sua fala em torno das lutas feitas pela FIL-SP desde sua fundação, agitando aos presentes a fundamental importância da luta contra o NEM, relembrando a todos das ondas de ocupações secundaristas de 2015 contra o fechamento de salas em SP e contra o NEM em 2016 no estado do Paraná, convidando todos a somar-se nessa luta, para que os próximos semestres dos cursos de pedagogia e licenciaturas sejam de combativas lutas contra os ataques ao ensino público e gratuito, e que se necessário, os estudantes ocuparão novamente todas as escolas e universidades desse país!

Após as falas dos convidados, abriu-se inscrições para intervenções dos presentes, no qual diversos estudantes secundaristas contaram sobre suas experiências com o Novo Ensino Médio, denunciaram sua ineficácia e ressaltaram a importância da luta combativa, criticando a UNE pelas suas tentativas de desmobilização ao chamar esporádicas manifestações contra o NEM em horários absurdos impedindo a participação efetiva dos estudantes, desmascarando sua conivência e covardia. Uma professora interviu apontando a importância do evento e suas críticas ao projeto, além de incentivar o debate com perguntas aos convidados.

O evento encerrou-se em alto espírito de combatividade e otimismo, no qual os palestrantes saúdam novamente a iniciativa, convidam os estudantes à participarem do 42 ENEPe em Maringá e ressaltam que se abrirá uma nova jornada de lutas na Universidade de São Paulo contra os ataques à educação pública e gratuita. Na saída os estudantes folhearam e compraram exemplares do Jornal Estudantes do Povo – JEP produzido por organizações estudantis e de juventude do campo democrático-popular. Esse importante debate é um salto no avanço da luta combativa e independente na Universidade de São Paulo, e mostra que não importa o quanto o oportunismo tente desviar as massas estudantis do caminho da luta através de ilusões eleitoreiras e imobilismo, não são capazes de frear sua revolta contra os ataques ao direito de estudar, aprender e ensinar!

VIVA A LUTA COMBATIVA E INDEPENDENTE!

ABAIXO O NOVO ENSINO MÉDIO E A BNC-FP!

PEDAGOGIA, É PRA LUTAR, O IMOBILISMO NÃO VAI NOS SEGURAR!

RUMO AO 42 ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDANTES DE PEDAGOGIA!

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