Recentemente, têm sido repercutidas nas redes sociais denúncias de que o Núcleo Infantil Cebolinha, em São João Batista (SC), estaria separando crianças pela cor da pele. A denúncia ganhou repercussão logo após o vereador Teodoro Adão ter visitado a creche e presenciado um apartheid nas salas de aula, em que os alunos brancos ficavam em uma sala e os negros em outra.
Tal situação, apesar de absurda, não surpreende, considerando que o estado de Santa Catarina lidera o ranking de denúncias sobre situações de racismo, com um aumento de 51% entre os anos de 2023 e 2024. Somente no ano passado, houve diferentes denúncias envolvendo uma professora e um diretor¹ de uma escola, que foram afastados de seus cargos por humilhar uma criança de 10 anos, chamando-a de “macaca” na cidade de Florianópolis; em Joinville, na escola Celso Ramos, um policial² foi afastado por agredir um jovem negro de 16 anos. O próprio “Programa Escola Mais Segura”, aprovado em 2023, que permite a presença de policiais militares no ambiente escolar, dá carta branca para que mais situações de perseguição de jovens negros ocorram nas escolas catarinenses. Outro caso ocorrido no mesmo estado na Escola Maria José Barbosa Vieira³, conhecida como CEMAJOBA, na cidade de São José, na Grande Florianópolis, os estudantes se recusaram a responder a uma atividade avaliativa que continha diversas perguntas reacionárias sobre a questão racial.

Não podemos aceitar que os filhos e filhas do nosso povo sejam humilhados e que sofram racismo dentro e fora das dependências das escolas. As crianças e jovens negros merecem estudar em ambientes democráticos, livres de qualquer preconceito reacionário, com conteúdos verdadeiramente científicos, sem qualquer supervisão policial de sua rotina escolar e atividades pedagógicas que só servem para impulsionar conteudo ideológicao reacionário. Não existe nenhuma justificativa para que a distribuição de alunos nas creches ocorra da forma como foi, nem pode ser fruto do mero acaso pedagógico e administrativo, tendo em vista a particularidade do estado, que bate recordes em crimes de injúria racial.
O racismo enfrentado pela juventude e crianças nas escolas catarinenses é absurdo e inadmissível. Todos os profissionais da educação, comprometidos com a educação pública, gratuita e a serviço do povo, devem denunciar e repudiar os crescentes casos de racismo nas escolas do estado de Santa Catarina. E aos jovens, resta seguir lutando contra qualquer opressão e repressão dentro de suas escolas, impondo o co-governo estudantil para que humilhações como essas não ocorram, denunciando e expulsando os que promovem o racismo, sejam professores, diretores ou policiais militares, inclusive brigando para colocar para fora estes últimos que nem deveriam estar dentro do ambiente escolar.
Abaixo o “Programa Escola Mais Segura”! Fora PM’s das escolas!
Chega de racismo nas creches e escolas catarinenses!
Combater o racismo e reacionarismo com co-governo estudantil!