[RS] Merendeiras da educação estadual sofrem calote no pagamento de salários

Reproduzimos matéria do Jornal A Nova Democracia

Desde novembro do ano passado as funcionárias não receberam pagamento dos meses trabalhados, do décimo terceiro e do FGTS. As trabalhadoras relatam dificuldades enquanto ainda aguardam pelo cumprimento desses direitos.

Foto: Jefferson Botega/Agência RBS

Merendeiras das escolas estaduais de Passo Fundo enfrentam atrasos salariais desde novembro de 2024. Além dos salários, outros direitos trabalhistas, como o 13º salário e depósitos do FGTS, também não foram pagos. A situação está gerando impacto tanto para as trabalhadoras quanto para os alunos que dependem do serviço.

A empresa responsável pelas contratações, “M Serviços de Terceirização”, encerrou seu contrato com a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) em 20 de dezembro de 2024. Em nota do dia 6 de janeiro, a empresa informou que encaminhou um relatório com os dados bancários das merendeiras à Seduc para que os pagamentos sejam feitos diretamente pela secretaria. No entanto, as trabalhadoras relatam falta de informações e demora na resolução do problema.

Merendeiras enfrentam dificuldades

Janaina Ortiz Gardino, afirma que não recebeu os salários de novembro e dezembro nem os depósitos do FGTS. “O único contato que tenho com a empresa é pelo WhatsApp, e não me retornaram mais. A minha carteira de trabalho ainda está assinada por eles, e não consigo arrumar outro emprego. A última coisa que me falaram era que iriam encaminhar os papéis do seguro e que quem ia pagar os funcionários eram a Coordenadoria Regional de Educação e a Seduc.” — relatou.

Luciane Cristina da Silva, contratada em agosto, enfrenta problemas semelhantes. Ela teve que pagar do próprio bolso a passagem de ônibus para continuar trabalhando. “Minhas contas estão atrasadas, falta comida, e tenho dois filhos. Passamos um Natal muito difícil. Estamos esperando uma solução, mas até quando?”, desabafou.

Seduc empurra problema com a barriga

A Seduc informou ter realizado os pagamentos para a “M Serviços” até novembro de 2024, cabendo à empresa repassar os valores às trabalhadoras, coisa que não foi concretizada. Somente no dia 9 de janeiro, ou seja, com três meses de atraso nos pagamentos, o órgão informou o início do processo administrativo para realizar os depósitos, sem informar qualquer data para os pagamentos de fato.

A grave situação também foi relatada em outras cidades do Rio Grande do Sul, como Pelotas, Vale dos Sinos e no Vale do Caí.

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