Elevar a solidariedade internacional ao povo palestino!
Nas últimas semanas o mundo tem presenciado um dos mais importantes movimentos internacionalistas de estudantes tomar de assalto as mais renomadas universidades da América do Norte e Europa. Ao passo que o estado genocida de Israel intensifica seus crimes contra a humanidade, ceifando mais de 35.000 vidas de homens, mulheres e crianças na Faixa de Gaza e Cisjordânia, além de centenas mais no Líbano, Iêmen, Síria e Irã, buscando arrastar toda a região para um conflito generalizado no qual se esconderá debaixo das saias do tio Sam, as massas de todo o mundo intensificam seus esforços de solidariedade ao povo palestino e de denúncia ao genocídio perpetrado pelos sionistas.
Numa demonstração de coragem e abnegação, milhares de estudantes norte-americanos ocuparam suas universidades, impedindo que estas fossem usadas para transferência de tecnologia, parcerias e para propaganda do estado genocida de Israel. Em Nova Iorque (Colúmbia e MIT), Los Angeles (UCLA e USC), Austin (Texas University), Boston (Yale, Havard, Stanford, Tuft, Emerson), Providence (Brown), Atlanta (Emory), Chicago (Northwestern University) Washington (George Washington University) e muitas outras, as principais universidades dos Estados Unidos foram ocupadas. Na França a histórica universidade de Sorbonne também foi tomada pelos estudantes, bem como a Universidade de Lille em Lyon. Na Holanda a Universidade de Amsterdã permanece ocupada mesmo com a ameaça de um ataque sionista eminente. Na Alemanha uma grande ocupação de estudantes também tomou a Universidade Livre de Berlim e a praça em frente ao Reichstag, onde um acampamento foi montado por vários dias. Em todos os casos a repressão policial foi imediata e extremamente violenta, por mais que não tenham ocorrido sequer um incidente de violência por parte dos próprios manifestantes que justificasse tamanha desproporcionalidade por parte das forças policiais.
Nos Estados Unidos mais de 1000 estudantes foram presos. Outros milhares foram feridos durante as ações truculentas da polícia. Em mais de uma ocasião, como em Atlanta e Austin, os próprios professores e funcionários das universidades conformaram cordões de isolamento em torno de seus estudantes para protegê-los das agressões promovidas pelas forças de repressão em conjunto com organizações de extrema-direita sionistas ligadas a lobbys pró-Israel. Tudo isso prova mais uma vez a cumplicidade das potências mundiais lideradas pelos EUA, para com o genocídio do povo palestino.
Casos cotidianos de agressão, preconceito e mesmo assassinatos promovidos por elementos da extrema-direita sionista em seus países são abafados e normalizados, enquanto que a luta democrática, feita com base no direito de reunião e manifestação, é violentamente repreendida. O parlamento americano, num ato evidente de censura, tornou ilegal falar a palavra de ordem: do rio ao mar, Palestina livre já! O governo da Alemanha proibiu a realização de um congresso pró-Palestina organizado por instituições judaicas do país, e prendeu todos os seus organizadores quando este foi feito à revelia das autoridades no dia 13/04. Não a toa o embaixador alemão em Israel foi apedrejado por estudantes da Universidade de Bierzeit, na Cisjordânia ocupada durante uma visita no final de abril. Tanto na França quanto na Alemanha estão proibidas todas as manifestações em apoio à Palestina e centenas já foram presos pelo Estado por apenas desfraldarem bandeiras ou puxarem palavras de ordem durante atos. Que bela democracia esta da qual tanto se orgulham europeus e estado-unidenses.
A repressão nos campi americanos remonta aos episódios do massacre da universidade Kent (Ohio) em 04 de maio de 1970, quando tropas do exército executaram 4 estudantes com tiros a queima roupa durante uma ocupação contra a guerra do Vietnã. Pois bem, os Estados Unidos e o governo lacaio do Sul foram derrotados no Vietnã e novamente os Estados Unidos e o governo lacaio de Israel serão derrotados na Palestina, pois novamente lutam uma guerra injusta voltada a massacrar um povo que não se dobra a seus anseios de dominação global. Por isso temem tanto as ondas de apoio democrático por parte dos cidadãos de seu próprio país, tratando-os como inimigos de guerra a serem massacrados.
Em nosso país não podemos baixar por um só minuto a luta em solidariedade ao povo palestino. Por mais que mantenha um chamado demagógico pelo cessar-fogo, o governo brasileiro ainda se recusa a romper relações diplomáticas com Israel, e muito pelo contrário, aproxima-se ainda mais deste Estado pária. Em 29 de abril deste ano o comando do Exército brasileiro anunciou que a empresa israelense Elbit Systems venceu uma licitação para prover 36 blindados de combate obuseiros para as forças terrestres. Se trata de um contrato de mais de 1 bilhão de reais que deve ser avalizado pelo presidente da república para poder ser efetivado. Tudo indica que Lula sancionará a compra, como foi recomendado pelo Ministério da Defesa. Assim, o dinheiro do contribuinte brasileiro, que poderia ser usado para a construção de 120 escolas ou 69 UPAs, irá financiar diretamente o genocídio do povo palestino. Isso porque a Elbit é também uma das maiores fornecedoras de armamentos para o exército israelense, armamentos estes que são testados diariamente no massacre de milhares de homens, mulheres e crianças na Faixa de Gaza, e que se intensificará ainda mais com a ofensiva sobre Rafah, a qual deve começar ainda esta semana.
Diante desta condição seria um crime para o movimento estudantil brasileiro não tomar parte na luta internacional em solidariedade ao povo palestino, erguendo-se sobre o exemplo dos milhares de estudantes que destemidamente tomaram suas universidades nos Estados Unidos e na Europa, e retomando o histórico caminho combativo da greve de ocupação que tanto orgulho traz às novas gerações de estudantes brasileiros. A Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia chama todos estudantes, professores, defensores do ensino público e gratuito a tomarem parte desta luta, ocupando suas escolas e universidades contra o genocídio do povo palestino, contra a assinatura do contrato entre o Ministério da Defesa e a Elbit Systems, contra as prisões de estudantes e professores nos EUA e Europa, e pelo fim do genocídio em Gaza.
Do rio ao mar! Palestina Livre Já!
Abaixo o estado genocida de Israel!
Abaixo o contrato com a Elbit!
Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia,
Maringá. 05 de maio de 2024.