No dia 11 de abril, após Assembleia Geral do DCE, os estudantes da UFF deflagraram greve estudantil. Com a participação de centenas de estudantes, a greve foi aprovada por unanimidade, e como tática os cursos podiam optar por ocupar os prédios ou realizar piquetes para impedir que as aulas acontecessem.
Além do apoio à greve dos técnicos e a defesa da recomposição orçamentária, os estudantes deflagraram greve também por reivindicações internas na universidade. Nos últimos anos a UFF vêm sofrendo com um abandono na manutenção e reforma dos prédios, especialmente os prédios dos cursos de licenciatura no Campus Gragoatá. Nos polos do interior os estudantes não têm Restaurante Universitário e nem moradia estudantil. Muitos dos campi sequer têm prédios e as aulas ocorrem em containers ou prédios emprestados pela prefeitura. Na cidade de Niterói, onde têm a maior quantidade de campi, não existe passe livre e o ônibus da Universidade roda apenas no centro da cidade, fato que obriga os milhares de estudantes a gastar mais de 300 reais em passagem mensalmente para conseguir estudar.

São vários os problemas que a comunidade discente tem sofrido e reivindicado há muitos anos, contudo a REItoria fecha os olhos e assume uma postura autoritária frente às manifestações estudantis. Em novembro passado, quando os estudantes reivindicavam reforma e acessibilidade nos prédios através de um ato no prédio da Reitoria, o Reitor Antônio Cláudio enviou seguranças, que durante o ato agrediram e ameaçaram os estudantes presentes. Houve grande resistência dos estudantes e dessa forma conquistaram uma Audiência Pública com a Reitoria, mas como sempre foi recheada de promessas vazias.
Por essa razão, as pautas da greve estudantil são:
1) Bolsas permanentes para ingressantes cotistas e aumento do valor das bolsas
2) Entrega das obras nos interiores, incluindo um plano de construção de Restaurante Universitário e Moradia
3) Passe livre em Niterói e busuff intermunicipal
4) Fora EBSERH da UFF
5) Volta das reuniões presenciais dos conselhos universitários (CUV e CEPEx)
6) Suspensão do calendário letivo do semestre de 2024.1
No curso de Pedagogia, o Diretório Acadêmico Anísio Teixeira realizou panfletagem, passagens em salas e assembleias a fim de mobilizar o curso em torno da greve e da necessidade de ocupar a universidade. Nos 3 dias de piquetes realizou-se aulas públicas, oficinas, rodas de conversa e atos de rua em articulação com os professores e técnicos da universidade, sempre pautando os problemas internos e a necessidade da luta como meio de conquistar as reivindicações dos 3 setores.
Na mesma semana, no dia 18, a Associação de Docentes da UFF (ADUFF) realizou mais uma assembleia e nessa a greve docente foi aprovada e será iniciada no dia 29/04. Dessa forma, as três categorias encontram-se em greve na UFF.


