No dia 18 de Novembro, estudantes da Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia, do Grupo de Mulheres Remís Carla e da Executiva Estadual de Estudantes de Pedagogia de São Paulo se reuniram com a Direção da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP) conforme convocação da instituição para tratar a respeito de um cartaz de apoio a Resistência Nacional Palestina confeccionado pelos estudantes.
O cartaz foi produzido seguindo o chamado da ExNEPe para a mobilização do dia 7 de outubro, data que marca um importante levante das organizações que compõem a resistência palestina e do próprio povo palestino, que há mais de 80 anos enfrenta colonização, apartheid e violência sistemática. Enquanto o “estado de israel” intensifica seus crimes contra a humanidade e, conforme relatório publicado neste mês pelo Harvard Dataverse, já fez desaparecer pelo menos 377 mil pessoas em Gaza desde outubro de 2023, metade delas crianças, arrasta toda a região para um conflito ainda maior, sob o respaldo dos Estados Unidos. Diante desse cenário, cresce em todo o mundo a mobilização das massas em solidariedade ao povo palestino e na denúncia do genocídio em curso.
No Brasil, não podemos baixar por um minuto sequer a luta em defesa do povo palestino. Apesar do discurso demagógico pelo cessar-fogo, o governo brasileiro segue mantendo e até aprofundando, suas relações com Israel. Diante de tais fatos, seria um erro histórico o movimento estudantil brasileiro não se engajar na luta internacional em solidariedade ao povo palestino. Devemos nos inspirar no exemplo dos milhares de estudantes que, nos Estados Unidos e na Europa, ocuparam suas universidades enfrentando repressões e prisões, e retomar o legado combativo da greve de ocupação que marca a história de luta das e dos estudantes brasileiros.
A Direção da instituição informou entretanto que a Ouvidoria da Universidade teria supostamente recebido reclamações a respeito do cartaz e caso este não fosse retirado imediatamente haveriam consequências criminais para os estudantes por apoio a “violência” e “extermínio ”. O que chama atenção é justamente a assinatura da responsável pela notificação: Roseli Fischmann, professora emérita da USP, ligada à Confederação Israelita do Brasil – CONIB, principal entidade sionista no Brasil, grupo que vem sendo responsável pela perseguição e intimidação de diversos artistas, intelectuais, jornalistas, ativistas e demais figuras que se colocam em defesa da justa luta de libertação nacional do povo palestino. Dentre os alvos da perseguição e assédio jurídico da CONIB estão figuras como o jornalista Breno Altman, jornalista que é judeu, e que ao se colocar contra o genocídio perpetrado em Gaza, foi acusado de “antissemitismo” em processo movido pela entidade sionista e vencido pelo jornalista, pelo claro e evidente absurdo da tentativa de censura. No documento movido via Ouvidoria, o que vemos é o mesmo artifício de censura, onde o que se exige é a retirada dos cartazes sob pena de um processo criminal pelo crime de “antissemitismo”.
Tal notificação extrajudicial nos é estranha, isso porque, do ponto de vista do direito internacional, ações como as realizadas no 7 de outubro tem respaldo jurídico. A Quarta Convenção de Genebra de 1949 e o Protocolo Adicional I afirmam explicitamente o direito legítimo dos ocupados de resistirem à ocupação como parte do direito à autodeterminação, incluindo a resistência armada em situações de dominação colonial, ocupação estrangeira e contra regimes raciais.
Há evidências incontáveis de que israel promove um regime racial de apartheid e dominação colonial contra os palestinos (que também são semitas). Acusar de antissemitismo quem se levanta contra tais políticas praticadas por israel, é uma tática perigosa que serve para calar, intimidar e apagar a luta legítima pela libertação do povo palestino.
Somos pela defesa intransigente da causa humanitária que é a defesa do povo palestino, luta que do ponto de vista histórico se alça ao patamar da luta que se deu contra o nazifascismo.
As cenas de bombardeios de casas, hospitais, escolas e vilarejos inteiros; mortes de mulheres, idosos e crianças, além de fome e inanição provocados intencionalmente, são comparáveis em escala e perversidade aos crimes nazistas na 2ª Guerra Mundial e afirmamos que as concessões feita pela Universidade de São Paulo neste quesito (como no caso de tal ofício) são uma vergonha histórica.
Apesar da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP) recentemente ter rompido relações com a universidade de Haifa, por pressão da comunidade acadêmica, a Universidade tem feito vários acenos ao sionismo.
No início do ano, houve uma tentativa por parte da reitoria, de expulsar cinco estudantes por uma fala contra o genocídio promovido em Gaza, medida esta que só não se realizou, pela efetiva mobilização da comunidade acadêmica contra tal arbitrariedade. Recentemente, um evento aconteceria na Faculdade de Direito da USP recebendo nada menos que André Lajst, CEO da Stand With Us Brasil, organização think tank da máquina de propaganda israelense, evento cuja realização foi repudiada e impedida pela mobilização dos estudantes.
A USP, além de parcerias institucionais com o sionismo, resolve também se alinhar ideologicamente a este, auxiliando ativamente na perseguição de estudantes com ameaças e medidas que ferem seriamente a democracia universitária e que relembram os obscuros tempos do regime militar.
Diante da grave denúncia A Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia convoca todos os estudantes, professores, defensores do ensino público e gratuito, jornalistas, advogados e democratas a levantar ainda mais alto a bandeira em defesa do povo palestino e exigir o imediato rompimento das relações entre a Universidade e a entidade sionista de israel!
ABAIXO A PERSEGUIÇÃO SIONISTA NA USP!
DO RIO AO MAR, PALESTINA LIVRE JÁ!
Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia
Executiva Estadual de Estudantes de Pedagogia de São Paulo


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