A Executiva Paranaense de Estudantes de Pedagogia vem, por meio desta, se colocar ao lado dos estudantes, professores e da comunidade em defesa de suas escolas, que estão novamente sendo ameaçadas de privatização completa pelo governo privatista e reacionário do Paraná, representado por seus executores diretos: o governador Ratinho Junior e o secretário da Educação, Roni Miranda.
Recentemente, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) teve acesso a um documento que revela os planos do Estado em dar continuidade à sua ofensiva privatista por meio do projeto “Parceiro da Escola” — ou melhor, Inimigo da Escola — com a intenção de privatizar mais 97 escolas. Já está mais do que comprovado que a privatização não serve ao povo, mas sim aos monopólios privados da educação, que enchem seus bolsos à custa da precarização do ensino e do trabalho de estudantes e professores.
Nas escolas já entregues à iniciativa privada, multiplicam-se os casos de precariedade: salas e quadras sujas, merendas de baixa qualidade e condições degradantes, mesmo com o investimento por aluno saltando de R$ 8 para R$ 800. Além disso, há inúmeros relatos de assédio moral contra professores e estudantes. No dia 21 de outubro, uma professora do Colégio Estadual Dirce de Aguiar Maia, em Maringá, chegou a cortar os próprios pulsos após sofrer assédio moral da direção do colégio em razão do cumprimento de metas impostas pela gestão.
Em Curitiba, as queixas são constantes: no Colégio Estadual Natália Reginato, estudantes e responsáveis denunciam a falta de funcionários, a má qualidade da merenda e a ausência de limpeza nas salas. Já no Colégio Estadual Maria Montessori, os alunos relatam desrespeito, negligência, falta de transparência e omissão por parte da gestão terceirizada diante de casos de bullying, agressões e violências de cunho homofóbico, além da evidente desorganização.
Em Sarandi, um professor muito querido pelos estudantes foi demitido de forma arbitrária e sumária apenas por pedir explicações à empresa sobre mudanças no pagamento da hora-atividade.
No conjunto, a privatização apenas intensifica o que já vem sendo imposto nas escolas públicas: o “Novo” Ensino Médio (NEM), a plataformização, a precarização das condições escolares e do trabalho docente, e a repressão à luta de estudantes, professores e comunidades que resistem a esses ataques.
Nós, da Executiva Paranaense de Estudantes de Pedagogia, repudiamos veementemente o avanço da privatização e conclamamos todos os estudantes de Pedagogia e das demais licenciaturas a se somarem a uma ampla jornada de lutas junto aos secundaristas, professores e comunidades, em defesa das escolas públicas.
As Greves de Ocupação de 2016, protagonizadas pelos estudantes paranaenses, são a prova viva de que é possível resistir. Naquele momento, escolas ocupadas tornaram-se trincheiras de luta a serviço do povo, onde estudantes, professores e comunidades exerceram o co-governo estudantil, organizando aulões, debates e ações coletivas que fortaleceram a defesa da educação pública.
Hoje, mais uma vez, impõe-se a necessidade de barrar com unhas e dentes a privatização, o NEM, a plataformização, a precarização do ensino, o assédio em todas as suas formas e a perseguição política contra quem ousa resistir.
Diante disso, os estudantes bradam em alto e bom som: “GREVE GERAL DE OCUPAÇÃO!”
