A Executiva Nacional dos Estudantes de Pedagogia vem, por meio desta, repudiar contundentemente a megaoperação militar realizada pelo governo reacionário do Rio de Janeiro ontem, dia 28 de outubro, que resultou na chacina de mais de 60 pessoas nas favelas do Alemão, Penha, Chapadão e outras regiões. Sob o discurso mentiroso de “combate ao crime”, transformaram bairros inteiros em zonas de guerra, blindados ocupando ruas, invasões domiciliares e execuções sumárias, numa política deliberada de extermínio da população pobre, tratada como inimiga interna.
Sabemos que o carcomido pretexto da “guerra às drogas” serve apenas para justificar essa violência institucional. Há evidências claras de que são os agentes do próprio Estado que nutrem as rotas de armas do crime organizado. Lembramos, por exemplo, do caso do policial federal aposentado Josias João do Nascimento, que, durante sete anos, foi o maior traficante de armas do país, responsável pelo contrabando de mais de 2 mil fuzis vindos dos EUA e do uso de veículos das Forças Armadas para transporte de drogas.
Repudiamos, sem hesitação, a política cujo fim é exterminar o povo pobre e silenciar suas reivindicações. Como defensores de uma educação pública, gratuita, científica, democrática e a serviço do povo, denunciamos que essa guerra também aprofunda os ataques ao direito do povo à educação: nega às crianças e jovens das periferias o acesso ao conhecimento científico, ao ambiente escolar seguro e a direitos básicos, como a alimentação escolar. Trata-se da continuidade brutal das políticas de sucateamento e precarização impostas pelo Banco Mundial e pelo FMI, que buscam transformar a escola pública em um espaço cada vez mais frágil, desestruturado e distante das necessidades de nosso povo.
Ora, quantas escolas tiveram aulas suspensas, quantas famílias, estudantes, professores e trabalhadores foram impedidos de circular e quantas universidades foram paralisadas pelo clima de terror instaurado? É tarefa de todo estudante democrático ir às ruas e impulsionar uma poderosa onda de ocupações de escolas e universidades, atos, panfletagem e outras formas de resistência organizada em defesa da vida, da educação e dos direitos do povo pobre. Devemos derrubar os muros da universidade e servir ao povo no campo e na cidade.
Por fim, manifestamos solidariedade às famílias das vítimas, às crianças impedidas de aprender, aos estudantes e trabalhadores com trajetos interrompidos e às comunidades que resistem.
A nossa luta unificou, é estudante junto com trabalhador!
Ir ao combate sem temer! Ousar lutar, ousar vencer!
Chega de chacina da PM na favela e Israel na Palestina!
