[PR] Pedagogia realiza mesa sobre a causa palestina e sua relação com uma educação emancipadora

Na noite de segunda-feira (13), a XVIII Jornada do Curso de Pedagogia da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Laranjeiras do Sul teve início com a mesa “Educação e Emancipação humana: a luta do Povo Palestino”, que contou com a participação do professor doutor Luiz Carlos de Freitas, coordenador do curso de Pedagogia, e do representante do Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino – Laranjeiras do Sul, Carlos Henrique.

A mesa, que inaugurou as atividades da Jornada, foi proposta em razão da relevância política e educacional da causa palestina tanto no cenário nacional quanto internacional. A escolha do tema buscou preparar politicamente a semana, trazendo uma reflexão sobre o papel da educação frente às lutas de libertação e resistência dos povos oprimidos.

O professor Luiz Carlos de Freitas iniciou a mesa apresentando uma contextualização histórica do conflito na Palestina, abordando seus desdobramentos desde o período do mandato britânico até os acontecimentos de 7 de outubro de 2023. Em sua fala, destacou como as raízes do conflito estão ligadas aos processos coloniais e às políticas de ocupação impostas ao povo palestino, ressaltando o papel do imperialismo na manutenção da dominação sobre o Oriente Médio.

Em seguida, Carlos Henrique, representante do Comitê de Solidariedade, expôs uma análise sobre a situação política e militar após o 7 de outubro de 2023, apresentando de forma detalhada a Operação Dilúvio de Al-Aqsa, tanto em seu plano militar quanto em seus desdobramentos políticos. Sua exposição tratou ainda da repercussão internacional do evento, apontando como este momento abalou as estruturas do imperialismo, principalmente ianque, e o forçou a reconfigurar suas políticas de dominação a nível mundial.

O palestrante também destacou a ampla solidariedade internacional ao povo palestino, que se expressou em manifestações massivas em diversos países, bem como em ações diretas e sabotagens em fábricas de armamentos nos Estados Unidos e em outros países financiadores do imperialismo. Ressaltou ainda o papel das mobilizações estudantis ao redor do mundo, com ocupações e acampamentos em universidades, que reafirmaram o compromisso da juventude com a luta anti-imperialista.

Durante o balanço político dos dois anos do 07 de outubro, foi afirmado que o atual cessar-fogo em Gaza não representa uma vitória de Israel ou dos Estados Unidos, mas sim uma conquista do próprio povo palestino, que se impõe nas negociações e segue firme em sua resistência, consciente de que é ele quem determina o rumo da luta.

Ao final, a mesa se transformou em uma roda de debate, em que estudantes e palestrantes refletiram sobre os paralelos entre a luta palestina e as contradições vividas no Brasil. Ambos os expositores destacaram a necessidade de os estudantes seguirem o exemplo do povo palestino, enfrentando o imperialismo ianque que hoje atua sobre a economia e a política em geral e na educação em particular. Enfatizaram, contudo, que essa luta deve estar ligada à resistência dos camponeses pobres brasileiros, que enfrentam o latifúndio, considerado o “câncer histórico da nação” e uma das principais engrenagens de subjugação imperialista sobre o país.

A mesa marcou, assim, um importante momento de reflexão e formação política dentro da Jornada de Pedagogia, reafirmando o compromisso do curso com uma educação crítica e emancipadora, voltada à compreensão e à transformação da realidade social.

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