[SC] Viva a ocupação indígena da UFSC!

No último domingo a noite, 05/10, estudantes indígenas da UFSC ocuparam a Secretaria de Esportes para a utilizarem de alojamento, exigindo a construção de uma moradia definitiva para os estudantes e denunciando as condições precárias de seu atual alojamento, a Maloca, também conquistada através de uma Ocupação. 

A situação dos estudantes indígenas da UFSC, de negligência perante seus direitos mais básicos, fez com que diversos movimentos combativos se desenvolvessem, utilizando da histórica tática de ocupação. A luta ocorre por políticas de permanência, como bolsas e auxílios estudantis, currículo que aborde suas culturas, utilizando a língua de cada povo no curso de Licenciatura Intercultural Indígena, e principalmente a construção de uma moradia Indígena definitiva, uma promessa da UFSC desde 2016.

Possuindo alunos de diversas etnias, das mais diversas partes do país, a maioria dos estudantes, contudo, são de etnias do Sul do Brasil, os Guarani, Kaingang e Laklãnõ-Xokleng. Enfrentando o racismo que ocorre por parte da instituição, o Movimento Estudantil Indígena conquistou, em 2016, através de uma ocupação, o espaço da Maloca enquanto seu alojamento temporário, até que fosse construída a moradia definitiva, cujo projeto segue engavetado até hoje.

De 2016 até hoje, outros movimentos de ocupação garantiram moradias estudantis, por exemplo para os alunos da Licenciatura Intercultural Indígena, que conquistaram esse direito em 2022 e hoje possuem um alojamento próprio, com cozinha e banheiros. Tanto a Maloca quanto o alojamento da Licenciatura, contudo, sofrem com a precarização e o descaso da Reitoria, que não fornece reparos básicos da estrutura e constantemente se nega a disponibilizar máquinas de lavar, chuveiros e geladeiras para os estudantes. 

No caso específico da Maloca, são visíveis rachaduras em diversas paredes, sendo recorrentes as reclamações de falta de circulação de ar e das infiltrações no teto, que causam o temor de que o mesmo desabe. Além disso, a moradia se encontra superlotada em pelo menos 20 pessoas. O alojamento, que surgiu como Ocupação provisória realizada pelos próprios estudantes, se tornou, ao longo desses 9 anos, parte da política da Universidade para a permanência estudantil, enquanto o projeto de moradia definitiva foi silenciosamente deixado de lado.

Frente à todos esses absurdos, no dia 05/10 diversos estudantes ocuparam a Secretaria de Esportes da UFSC, prédio localizado no Centro de Ciências Biológicas, para servir como alojamento aos estudantes da Educação do Campo de outros campi. Ao entrar no local, os antigos moradores da Maloca encontraram três quartos amplos, com diversos colchões e pelos menos 8 beliches, mais uma cozinha com louça guardada, dois banheiros e uma área de serviço com tanque e máquina de lavar, estrutura muito diferente da que a UFSC lhes oferece, e que diz não ter dinheiro para reformar.

Desde que entraram no prédio, os estudantes indígenas têm recebido o apoio de estudantes independentes e do Movimento Maruí, que os auxiliam tanto em questões logísticas da Ocupação, como a carregar as doações recebidas para o Alojamento, até divulgar o movimento em suas redes sociais, como no vídeo abaixo, gravado em 06/10:

Os estudantes seguem firmes em sua luta, deixando claro que somente desocuparão a Secretaria de Esportes quando possuírem um novo alojamento definitivo. Agora, para a consolidação de sua ocupação, estão aceitando todo tipo de doação, desde alimentos até materiais de limpeza, como sacos de lixo, luvas, desinfetantes, etc. Também estão recolhendo contribuições no pix: djsgakran@gmail.com

VIVA A LUTA DOS POVOS INDÍGENAS!

ESTUDANTES INDÍGENAS POR MORADIA!

VIVA O MOVIMENTO ESTUDANTIL COMBATIVO!

Deixe um comentário