O Diretório Central dos Estudantes da UNIR vem a público repudiar a recente presença da Polícia Militar em nossa Universidade.
No dia 8 de setembro, estudantes relataram a presença de inúmeros policiais militares dentro da UNIR Centro. Nesse mesmo dia, outros estudantes relataram que cartazes com conteúdos políticos no Campus UNIR José Ribeiro Filho haviam sido arrancados.
Além disso, no dia 11 de setembro, estudantes avistaram mais uma vez a presença da Polícia Militar, desta vez no Campus UNIR José Ribeiro Filho (localizado na BR-364), com a viatura parada em frente à Diretoria de Registro e Controle Acadêmico (DIRCA).
A universidade pública em nosso país é um espaço democrático e de luta! A recente vitória dos estudantes da UNIR, com a derrubada do DOI-Código de Ética e Conduta, mostrou na prática que a universidade deve servir aos interesses dos estudantes! Sem censura e sem perseguição! Não permitiremos que a Polícia Militar entre em nosso espaço para arrancar cartazes políticos, perseguir os que lutam, tentar intimidá-los e reprimi-los!
Assim como essa mesma polícia faz em nosso estado, nos bairros periféricos, como foi o terror causado pela PM no mês de janeiro deste ano, no bairro Orgulho do Madeira, invadindo as casas dos trabalhadores, batendo e ameaçando o povo com a desculpa falsa e esfarrapada de “guerra às drogas”.
E assim como a PM fez recentemente, sob comando do Coronel “Tiktoker” Regis Braguin: assassinaram um camponês na Área Valdiro Chagas no dia 8 de agosto, um dia antes dos 30 anos da Heróica Resistência de Santa Elina. E pior que isso: se orgulhar de reprimir o povo pobre e matar camponeses tem sido motivo de vanglória para o Coronel Regis Braguin, que constrói uma narrativa falsa sobre a Liga dos Camponeses Pobres (LCP), chamando-os de terroristas e guerrilheiros.
Relembremos quem são os verdadeiros terroristas: são aqueles que matam e perseguem o povo pobre! A Polícia Militar é bancada pelo latifúndio para causar terror no campo, matando indígenas, quilombolas e camponeses! Polícia que faz trabalho de segurança privada para o latifúndio!
Não causarão terror na universidade! O Diretório Central dos Estudantes reforça que a UNIR é dos estudantes, espaço de onde deve sair a ciência que servirá ao povo e às suas necessidades! Não deve ser espaço de repressão. Recentemente, na UFPR, os estudantes expulsaram contundentemente os galinhas-verdes que tentaram realizar uma palestra de extrema direita — galinhas-verdes que, amedrontados, correram para o colo da PM, que respondeu aos estudantes com tiros de bala de borracha, spray de pimenta no rosto dos manifestantes, bombas de gás lacrimogêneo e ainda prendeu um estudante.
Isso nos mostra com clareza que a presença da PM nas universidades não é, e nunca foi, para proteger os estudantes! Em 2023, a Polícia Militar foi acionada pela chefe de gabinete da Reitoria da UNIR, Aurineide Braga, para conter um estudante que, na realidade, precisava de suporte psicológico. O que aconteceu, de fato, foi a contenção violenta da PM contra esse estudante.
No mesmo ano, ocorreram inúmeros casos de assédio sexual no campus. E o que a Polícia Militar fez? Nada! Esses totens de segurança, que em teoria acionam a PM, sequer atendem às necessidades dos estudantes. Ao sofrer assédio sexual dentro do banheiro, quem vai sair correndo para apertar o botão do totem e contar com a sorte?
A Polícia Militar tem demonstrado que possui unicamente o papel de causar terror para o povo pobre na cidade e no campo. Não será diferente com sua presença dentro da universidade! Por isso, não aceitaremos que intimidem, censurem e persigam os que lutam!
Convocamos todos os estudantes da UNIR e as entidades estudantis verdadeiramente democráticas a somarem nesta luta!




