[RS] Professores se mobilizam por recomposição salarial e auxílio médico

Reproduzimos matéria do Jornal A Nova Democracia.

Milhares de professores protestaram na manhã de hoje (15/8), na região central de Porto Alegre, em defesa da reposição salarial imediata e de um auxílio médico digno para a categoria. Os profissionais da educação se reuniram em frente ao sindicato Centro de Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers Sindicato) até o Palácio Piratini, sede do governo estadual, atualmente encabeçado por Eduardo Leite. 

A principal exigência das mobilizações é a reposição salarial de 12,14% para a categoria. Outras bandeiras também foram erguidas, como a defesa do auxílio médico para servidores públicos e a defesa da soberania nacional frente às sanções ianque. De acordo com informações do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS), principal sindicato que compôs a marcha, mais de dois mil professores participaram do ato, uma culminação de diversas outras mobilizações que ocorreram em diversas cidades gaúchas.

O ato ocorre em meio a uma investida privatista extremamente agressiva do governo estadual. O projeto de privatização e desmonte das escolas é um projeto antigo da gestão de Eduardo Leite, que em 2024 apresentou um projeto de concessão de 99 escolas estaduais à iniciativa privada, por meio de parcerias público privadas. Enquanto o governo estadual anuncia “melhorias” na educação, como investimentos de valores ínfimos em escolas estaduais, a grande verdade que se enxerga é um desmonte completo da educação pública em um estado onde 49% das pessoas não completou o ensino médio e conta com cidades que têm os piores índices acadêmicos do país.

No âmbito municipal, a situação é ainda pior, pois não apenas a o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB) teve seu filho e aliados próximos condenados por envolvimento em um desvio de quase 60 milhões de reais da educação pública, como protagonizou um grande ataque a democracia escolar ao protocolar um projeto que permite a prefeitura nomear e afastar diretores e vice-diretores das escolas públicas da capital. Em abril, o jornal O Humanista, da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da UFRGS, apurou informações sobre três diretores eleitos afastados de suas funções pela prefeitura de Porto Alegre, onde revelou que todos foram afastados arbitrariamente, com um deles dizendo que foi cassado por seu posicionamento crítico ao governo por conta da atuação do mesmo durante as enchentes de maio de 2024.

Resistência à privatização da educação por todo o país

O projeto de desmonte e privatização da educação pública ocorre por todo o país, porém igualmente ocorre a resistência dos professores e estudantes contra as iniciativas dos governos estaduais de conceder escolas à iniciativa privada. A demonstração mais combativa ocorreu em 2024, no Paraná, onde os professores da rede pública deflagraram uma greve contra o projeto do governador Ratinho Jr. (PSD) para privatizar mais de 200 escolas. Os professores organizaram atos maciços e chegaram a ocupar a assembléia legislativa do estado, resultando na eventual vitória que freou o projeto de privatização.

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