[PR] Estudantes da UFFS ocupam Bloco A e conquistam garantias de alimentação e permanência estudantil

Reproduzimos matéria do Jornal A Nova Democracia.

Em uma ação rápida e organizada, estudantes da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus Laranjeiras do Sul, organizados pelo Diretório Central dos Estudantes, realizaram uma ocupação do Bloco A entre os dias 19 e 20 de agosto, garantindo medidas emergenciais para minimizar os impactos da interrupção do Restaurante Universitário (RU) no campus.

O fechamento do RU foi anunciado na noite de segunda-feira (18) pela direção do campus, em nota oficial, informando que a empresa responsável pela administração do serviço teve sua falência decretada pela Justiça. O anúncio, feito pelas redes sociais com menos de 12 horas de antecedência em relação à não disponibilização do RU e sem aviso prévio nas salas de aula, deixou estudantes  sem  nenhuma alternativa imediata de alimentação e com a incerteza de que seriam reembolsados pelos bilhetes que haviam comprado para o restante do mês.

Diante da falta de informações claras e soluções concretas, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) convocou uma reunião com a direção da universidade e, posteriormente, uma assembleia estudantil para esclarecer os estudantes da situação e para discutir soluções. Mais de 100 estudantes participaram e aprovaram a deflagração de uma greve de ocupação, reivindicando reembolso de bilhetes, auxílio emergencial, garantia de reposição de aulas e isenção de faltas.

Na noite de segunda-feira, às 22h30, os estudantes ocuparam o Bloco A. Durante a ocupação, foram organizados grupos de trabalho para segurança, alimentação, limpeza, propaganda e ornamentação, além da elaboração de um cronograma com rodas de conversa, confecção de faixas e assembleias. Foram estabelecidas regras para a ocupação, como proibição do consumo de drogas e bebidas dentro do espaço, preservação do patrimônio e manutenção da independência política da mobilização frente a partidos políticos, movimentos sociais eleitoreiros e empresas privadas. 

Estudantes em luta conquistam seus direitos 

A mobilização estudantil teve efeitos imediatos. No dia seguinte, a reitoria respondeu afirmando que providenciaria o ressarcimento dos bilhetes, a isenção de faltas e a reposição das aulas. O Conselho de Campus ainda suspendeu o calendário acadêmico até sábado, garantindo que nenhum estudante fosse prejudicado quanto às faltas e ao conteúdo das aulas. Frente aos estudantes, professores e técnicos, a direção também se comprometeu a trabalhar para que o RU volte a funcionar entre segunda e quarta-feira da semana seguinte, e assinou um termo de compromisso assegurando auxílio emergencial aos estudantes mais vulneráveis.

Em menos de 24h de ocupação, após garantir essas medidas, os estudantes realizaram uma assembleia de balanço da ocupação e decidiram desocupar o Bloco A, organizando um mutirão para deixar o espaço mais limpo do que encontraram. Em nota, o comando de ocupação saudou a participação de toda a comunidade acadêmica e destacou que a ação demonstrou que “só a luta radical muda a situação.”

A rápida e ágil mobilização estudantil foi prova viva de que, com abnegável dedicação à causa popular e firme organização, o povo nada tem a depender de reacionários e oportunistas, promotores de descasos distúrbios como a repentina e injustificável suspensão do RU pela justiça do velho Estado e pela reitoria. 

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