A ExNEPe não se curva! Viva a ExNEPe combativa e independente!

No dia 28 de maio de 2025, ao tornarmos pública a deliberação política sobre o relatório da Comissão de Investigação da Diretoria da ExNEPe, sobre os atos nocivos à Entidade Nacional dos estudantes de pedagogia, promovidos pela diretora Carolyne Gomes; divulgada junto com a Carta às Entidades respondendo aos ataques sucessivos contra a ExNEPe feito por ela. Recebeu-se, como resposta, uma nota em nome da delegação do Rio de Janeiro do último ENEPe, publicada pelo DAAT. Em vez de enfrentar os pontos apresentados, a nota recorre a distorções, acusações infundadas e tentativas de vitimização da referida diretora, ignorando deliberadamente os elementos concretos do relatório. Soa apenas como uma tentativa de defesa da Carolyne Gomes em causa própria.

A tentativa de defesa de Carolyne Gomes se mostra frágil ao se apoiar num suposto “histórico de luta” dela, para desacreditar fatos concretos, documentados e debatidos coletivamente. Em vez de uma resposta política, o que se apresenta é uma negação da realidade. Carolyne Gomes torce os fatos, oculta as contradições e recorre à retórica moralista para tentar justificar o injustificável. Como bem evidenciado na deliberação final do relatório da Comissão de Investigação, o problema não é pessoal, mas político — e profundamente ligado às práticas oportunistas e às escolhas feitas pela referida diretora durante e após o 42º ENEPe.

É após esse Encontro que se consolida sua adesão ao oportunismo mais podre do movimento estudantil, que, por ora, ataca a Executiva, com alinhamentos cada vez mais explícitos ao campo governista, particularmente às correntes do PT. Como é denunciado há anos pela ExNEPe, o PT e seus satélites atuam no movimento estudantil como uma verdadeira camisa de força contra a mobilização combativa, usando as entidades como trampolim eleitoral. A adesão a esse campo não é nova, mas ganha forma mais escancarada com os ataques recentes, feitos com base em falsidades, calúnias e manipulações. Um teatro que só engana incautos.

Esses ataques não partem do nada. São parte de uma tentativa de desmoralizar e isolar a ExNEPe, justamente por sua independência, combatividade e firmeza na defesa de um ensino público, gratuito, científico e a serviço do povo. Desde o seu rompimento com a UNE imobilista em 2004, a Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia é alvo constante dos que preferem os conchavos de gabinete às lutas nas ruas e salas de aula. A UNE que rompemos não é a entidade histórica de luta estudantil que foi duramente perseguida pelo regime militar fascista, como alguns querem fazer crer. A UNE que rompemos, oportunista e  imobilista, é a entidade que, desde o início dos anos 1990, não passa de um mero apêndice do governo no movimento estudantil, agindo como verdadeira camisa de força contra aqueles que querem lutar. Inclusive o Conune é organizado e realizado como um verdadeiro “vale-tudo”, onde os métodos mais podres e atrasados são usados na “disputa política”, é a expressão mais profunda do oportunismo e peleguismo encastelado nessa entidade. A ruptura foi decisiva para que a ExNEPe seguisse o legado histórico da luta estudantil em nosso País, erguendo alto a bandeira em defesa do ensino público, gratuito e a serviço do povo, mantendo a independência e combatividade necessária para que o movimento estudantil represente de fato os interesses dos estudantes e do povo. A ExNEPe tem comprovado isso na prática desde então, enfrentando os ataques às escolas e universidades públicas feitas por todos os governos, de todas as siglas, inclusive pelo PT. Mesmo durante a pandemia não deixamos de mobilizar a pedagogia na defesa da educação pública no País e fazer a defesa do ensino público gratuito contra as políticas privatistas. Não aceitam a firmeza da ExNEPe em não se submeter à política de conciliação de classes e em denunciar abertamente os ataques privatistas do MEC contra o ensino público e gratuito nos últimos 20 anos. 

Como em outros momentos da história da Entidade, os ataques são acompanhados de “apoio”, feitos por gestões de Centros Acadêmicos com proximidade explícita ao governismo petista. É óbvio que na multiplicidade das entidades de base da pedagogia existem toda sorte de posicionamentos políticos, o que é válido. Porém, há muitos anos, décadas, a Executiva Nacional dos Estudantes de Pedagogia decidiu em reiterados Encontros Nacionais e definiu em seu Estatuto uma posição independente aos governos que, na prática, ainda que, de boca, digam o contrário, atacam sucessivamente a educação pública e gratuita.

É um fato reconhecido que as organizações do movimento estudantil que compõem esse campo governista haviam sido desmascaradas a tal ponto que desistiram de manter uma atuação organizada na Executiva Nacional dos Estudantes de Pedagogia.

Ocorre que, mesmo usando um palavrório radicalóide para defender um “ambiente democrático”, o que a diretora fluminense tem buscado é reorganizar o governismo ligado a UNE dentro da Executiva Nacional dos Estudantes de Pedagogia. Como é conhecido pelos que militam na defesa de uma sociedade mais justa e igualitária, “a prática é o critério da verdade”. Carolyne Gomes, para atacar a ExNEPe, juntou-se a militantes do PT e de seus satélites, defensores desse governo oportunista, que lançou o maior projeto de privatização do ensino superior no Brasil, regado com muito dinheiro público, com sua “Reforma Universitária” – o que nem os militares tinham conseguido nos Acordos MEC-USAID; que autorizou e avançou enormemente na promoção de uma pedagogia sem formação científica; que foi responsável por vários desmontes na carreira do pedagogo; que é responsável por inúmeros cursos sem qualquer estrutura; que sucessivamente corta o investimento na educação pública; que escarnece dos professores, técnicos e estudantes em greves e manifestações e os acusa de serem agentes da direita, um claro ato antidemocrático. Na prática, é nesse manancial que deságuam os atos da diretora.

Exemplo máximo disso é a “mobilização” por parte de gestões de alguns Centros Acadêmicos do Pará, composto por estudantes que em sua maioria não estiveram presentes no 42º ENEPe. Fizemos questão de procurar essas gestões para entender melhor o motivo de terem assinado a nota, e a maioria nem sabia do conteúdo da mesma, inclusive a nota acabou sendo assinada sem autorização de uma das gestões. Isso mesmo, não faziam ideia do que estava escrito, falaram apenas que surgiu em um grupo e pediram para eles assinarem. Esse novo episódio, no mínimo lamentável, só comprova uma vez mais qual o tipo de “prática”, “democracia” e “histórico louvável de lutas”, nesse “novo” ataque contra a ExNEPe. A lógica por trás desse velho movimento estudantil é sabida: instrumentalizar os estudantes de pedagogia e futuros professores para legitimar discursos e práticas alheios à defesa de uma educação pública e gratuita que sirva verdadeiramente ao nosso povo.

Enquanto o governismo mantém historicamente essas práticas nefastas, os estudantes que verdadeiramente desejam lutar pela pedagogia, pelo ensino público de qualidade e por uma formação científica, se fortaleceram nas fileiras da ExNEPe. A Entidade cresceu porque representou, de fato, o anseio por uma educação a serviço do povo. Quanto mais a ExNEPe avançou em sua organização, mais o oportunismo se desesperou. São anos de ataques e difamações contra a ExNEPe, exatamente porque sabem que a linha combativa e coerente de nossa entidade está ocupando o espaço que antes era hegemonizado por falsos representantes dos estudantes.

Hoje, a mobilização contra esses ataques privatistas é cada vez maior por parte de entidades e organizações estudantis, uma vez que estamos diante do governo de coalizão direitista Lula-Alckmin, que mantém o arcabouço fiscal, estrangula as verbas do ensino público, deixa as instituições de ensino “no limite” do seu funcionamento, serve ao monopólio de imprensa e think tanks imperialistas, principalmente norte-americanas, dia e noite, propagandeia a necessidade de privatização do ensino. Tem ficado cada vez mais claro para o povo, que mesmo após sucessivos governos ditos “populares”, o que tem sido aplicado na prática é, dia após dia, a sucessiva retiradas de direitos fundamentais, conquistados com muita luta, exemplos não faltam como as contrarreformas: trabalhista, da previdência e do ensino médio; nenhum desses crimes chegou perto de ser revogado. Foi no auge do primeiro governo do oportunismo, há mais de vinte anos, que a ExNEPe rompeu com a UNE, e não apenas em discurso e notas, mas, principalmente, na prática, desmascarou, parte por parte, todo o plano privatista do Banco Mundial/FMI, que tem sido aplicado religiosamente por todos os governos desde a década de 90, o que resultou em conquistas e importantes vitórias para o ensino público, gratuito e democrático. O oportunismo fracassou em todas as tentativas de cerco e criminalização da ExNEPe nessas duas décadas, ao tentar arrastá-la novamente para o pântano do imobilismo. Por isso afirmamos: os atos da diretora Carolyne Gomes não são novidade, mas sim uma tentativa de arrastar a ExNEPe para mais de 20 anos atrás.

Não obstante, Carolyne Gomes e alguns poucos da JPT vêm agora acusar a ExNEPe de autoritarismo, mas ignoram que a proposta em relação à Lei 10.639/03 foi fruto de um processo coletivo, iniciado nos Grupos de Discussão (GDs), onde qualquer estudante pode se manifestar livremente. Foi uma estudante de pedagogia de São Paulo quem trouxe o tema, que depois foi levado à plenária e, com várias intervenções, resultou na criação de um Grupo de Trabalho aprovado democraticamente. A plenária foi ampla, aberta, com falas de todos os setores. Onde está o autoritarismo nesse processo? 

Nesse mesmo sentido, tirar de contexto as falas contra o Novo Ensino Médio (NEM) para acusar a Entidade de racismo é de uma desonestidade repugnante. A ExNEPe denuncia o NEM por ele destruir a formação científica, reduzir conteúdos fundamentais e impedir a aplicação séria da Lei 10.639/03. O NEM representa uma política privatista, tecnocrática e racista por essência — e não o contrário. Como consta nas notas da própria Executiva: “falar de ensino científico é, necessariamente, enfrentar o NEM e todas as suas ramificações empresariais e privatistas”.

No entanto, os que hoje acusam, da delegação do Rio de Janeiro do 42ºENEPe, estavam no evento, votaram a favor das propostas, celebraram o encerramento e fizeram publicações comemorativas. Nenhuma das acusações levantadas depois foi feita na plenária, nas reuniões ou nos GDs. O relatório documenta essa contradição, especialmente da prática da diretora Carolyne Gomes. Nenhuma denúncia de racismo contra a Comissão Organizadora (C.O.), à direção da ExNEPe ou o Encontro como um todo foi registrada durante o 42º ENEPe, tampouco há qualquer menção nas falas públicas realizadas pela delegação do RJ durante o evento. Não sejam levianos ao chamar a Entidade de racista, racismo é crime, e falsa imputação de crime é crime de calúnia.

A estrutura do Encontro foi garantida com enorme esforço coletivo, em meio a limitações materiais e institucionais. Alojamentos e alimentação foram organizados com antecedência, mapas e horários foram divulgados, e ajustes foram feitos conforme as necessidades. Inclusive, quando houve problema no RU, a C.O. garantiu o café da manhã com recursos próprios. Ainda assim, tentam construir uma narrativa de perseguição, sem qualquer base nos fatos. Chega a ser ridículo apontar “autoritarismo” e “falta de flexibilidade” em uma gestão que dedicou um sábado inteiro a atividades culturais e de lazer, justamente para atender demandas da base estudantil.

Esse tipo de comportamento já foi visto antes. Em período anterior, os oportunistas faziam esse mesmo tipo de ataque para impedir que os estudantes de universidades do interior pudessem sediar os encontros, o que ocorreu esse ano em Maringá/PR, já aconteceu no 37º ENEPe de Petrolina/PE; assim como já se sabotou a participação dos estudantes de pedagogia no 36º ENEPe de Porto Velho/RO; bem como, no 38º ENEPe, realizado em União dos Palmares/AL, diziam que os encontros eram feitos em lugares afastados para “sumir com os estudantes”. Impropérios e mentiras grotescas sempre foram uma arma dos oportunistas, principalmente os governistas contra nossa Entidade, neste momento apenas se repetem com uma não tão nova roupagem. Mas são os mesmos velhos e rotos métodos: calúnia, desinformação e oportunismo.

Sobre a defesa da diretora investigada, todos os procedimentos foram seguidos. A convocação foi feita com antecedência, o microfone foi garantido a ela na reunião da Coordenação Nacional, o relatório foi enviado previamente, e ainda foi concedido mais tempo de resposta. A decisão de não comparecer às reuniões, de não apresentar defesa e de seguir com ataques públicos foi pessoal e política. E ao esconder a convocação da Coordenação dos demais estudantes do RJ, impediu que esses pudessem participar e apresentar suas opiniões.

O episódio envolvendo a atual tesoureira foi igualmente distorcido. Um simples questionamento político sobre ausência nas reuniões foi transformado, de maneira teatral, em acusação de lesão corporal. Um fato banal usado como pretexto para fabricar conflito.

A ExNEPe não se presta a disputas personalistas, nem a presepadas de rede social. Sua luta é real, concreta, cotidiana, enraizada na vida e nas necessidades da juventude. E sua independência não será negociada.

Reafirmamos: as portas da Executiva Nacional seguem abertas para todas e todos que queiram construir a luta com honestidade, espírito coletivo e compromisso verdadeiro com a pedagogia. Daqueles que optam por seguir o caminho da mentira, da falsificação e do oportunismo mais vil — agora aliados aos setores mais podres do movimento estudantil —, queremos distância.

Que assumam, sem disfarces, as consequências de suas escolhas. Trata-se aqui de uma Executiva Nacional séria, combativa e comprometida com os estudantes, que diante de problemas ou desvios de conduta não se omite, mas aplica as medidas administrativas legítimas e transparentes, amparadas no Estatuto aprovado coletivamente pelos estudantes. É dessa forma que garantimos que ataques oportunistas sejam apurados, e que a direção da Entidade continue firme em seu propósito de servir ao povo e à luta por uma educação pública, gratuita e de qualidade.

A verdade, pela prática, o seu melhor critério, como sempre, veio à tona. Os ataques contra a ExNEPe, são iniciativas do velho movimento estudantil – que pode se vestir de “novo” como quiser – de devolver a Entidade para o pântano que saímos há tempos e para o qual, jamais retornaremos. A nossa independência e combatividade não negociaremos, a luta não para!

Derrubar os muros da universidade, servir ao povo no campo e na cidade!

A ExNEPe é para lutar o imobilismo não vai nos segurar!

Viva a ExNEPe!

Deixe um comentário