No dia 29 de Maio, estudantes de diversos cursos técnicos do CEFET – Campus Nova Gameleira em Belo Horizonte , adentraram o prédio administrativo, onde o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) funciona e onde a decisão estava sendo votada, para manifestar seu repúdio contra os avanços do Ensino Híbrido, em qualquer instância, em sua instituição.
Com uma faixa exigindo democracia na instituição, com os dizeres: “Abaixo O Ensino Híbrido! Ouçam os Estudantes! ”, iniciaram a mobilização com palavras de ordem e jogral, subindo as escadas do prédio e mobilizando os estudantes.
Iniciando a mobilização duas semanas antes, o Coletivo Sabotage, movimento independente e combativo conformado em meio a luta estudantil, distribuiu centenas de panfletos em batalhas de rima, em salas de aula, entre colegas e demais apoiadores, culminando na manifestação.
Ao final do ato, com palavras de ordem: “A Pandemia Já Acabou! Quero Aula Presencial com Meu Professor! ”, a diretora de campus recebeu os estudantes, ouvindo suas demandas e se comprometendo com suas demandas. O coletivo se comprometeu a continuar sua mobilização e combate a essas medidas antidemocráticas.
Avanço do Ensino Híbrido e a Precarização
Como assinalado pelo Jornal A Nova Democracia, dado o contexto da pandemia de Covid-19 e da suspensão das aulas presenciais tanto nas escolas como universidades brasileiras, a implementação da Educação a Distância (EaD) começou a ser apresentada como a única solução possível. Apesar do discurso dos seus defensores – entre eles o Ministério da Educação (MEC) do governo de Bolsonaro e dos generais – afirmar que se trata de uma medida “emergencial” apenas, a normalização da EaD representa uma ameaça profunda à Educação pública e associa-se aos outros inúmeros ataques do velho Estado que visam a sua precarização e, a longo prazo, sua privatização.
Segundo o Sindicato de Docentes do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (SINDCEFET), Instituir no CEFET-MG a possibilidade de substituir parte da carga horária presencial – 20% nos cursos técnicos e 40% na graduação – significa reforçar uma dimensão de privatização da política educacional vigente, empobrecer a formação do estudante ao prescindimos da interação presencial, abrir caminho para fragmentar o trabalho docente, além de ampliar e intensificar o tempo a ele destinado, aumentando a precarização já colocada para a educação presencial.