No dia 03 de julho, estudantes de Pedagogia e de outras Licenciaturas da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) realizaram dois vitoriosos Pré-FoNEPes, nos turnos da manhã e da noite, na sala Paulo Freire da Faculdade de Educação.

Os eventos tiveram como tema “Contra os cortes e a privatização: defender as escolas e universidades públicas”, apresentado por uma representante da Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia (ExNEPe). Em suas falas foram denunciados os ataques à educação pública, como os cortes de verbas, as reformas curriculares, o avanço da privatização e, por consequência, foi feita uma convocação à construção de um movimento estudantil combativo, independente e enraizado nas bases.

Também foi denunciada, por uma estudante local, a recusa da reitoria em garantir transporte para o 26º FoNEPe, bem como a omissão do Diretório Central dos Estudantes (DCE), que optou por destinar recursos ao Congresso Nacional da União Nacional dos Estudantes (CoNUNE) — entidade da qual a ExNEPe se desligou por considerá-la governista, oportunista e sem legitimidade entre os estudantes. Em resposta, os estudantes aprovaram a realização de uma manifestação em frente a reitoria no dia 09 de julho para denunciar essas posturas.

Não obstante, na atividade da noite foi feita uma grave denúncia sobre o avanço da militarização nas escolas públicas de Juiz de Fora. Segundo os relatos apresentados, aproximadamente 75% das escolas estaduais, um total de 24 instituições, já estariam submetidas a esse processo. A situação se deu com uma circular enviada pelo governo Zema em 30 de junho, determinando que até o dia 18 de julho as escolas realizem uma votação sobre a adesão ao modelo cívico-militar, coincidentemente quando estão prestes a ecerrar o bimestre letivo e a comunidade escolar se encontra desmobilizada. Trata-se de uma manobra rasteira e arbitrária, marcada por denúncias de ameaças a educadores e promessas enganosas feitas aos pais, numa tentativa de impor a força esse retrocesso à educação pública.

Durante os eventos, também foi organizada uma banquinha com venda de edições do Jornal A Nova Democracia, além de café e paçoca, com o objetivo de arrecadar fundos para fortalecer a mobilização rumo ao Fórum.

Além disso, foi divulgada uma rifa organizada pelo Diretório Acadêmico da Pedagogia Murilo de Avellar Hingel, com o livro “Sagatrissuinorana”, um reconto dos Três Porquinhos ao estilo de Guimarães Rosa, que trata dos desastres de Brumadinho e Mariana. A renda da rifa será usada para custear uma placa em homenagem a uma estudante da pedagogia que faleceu. O restante do valor será destinado à viagem dos estudantes ao FoNEPe.

Ao todo, os Pré-FoNEPes reuniram cerca de 60 estudantes: 30 no turno da manhã e outros 30 à noite — um importante passo na construção de uma mobilização combativa em defesa da educação pública, gratuita, científica e a serviço do povo.

PEDAGOGIA É UNIÃO! NÃO DEIXA O MEC ACABAR COM A EDUCAÇÃO!

A EXNEPE É PRA LUTAR! O IMOBILISMO NÃO VAI NOS SEGURAR!

VIVA O MOVIMENTO ESTUDANTIL INDEPENDENTE!