[MG] Professores da rede municipal de Belo Horizonte entram em greve por reajuste do piso salarial

No dia 5 de junho, os professores da rede municipal de Belo Horizonte decidiram, em assembleia, entrar em greve por tempo indeterminado diante do reajuste de apenas 2,49% apresentado pela Prefeitura de Álvaro Damião — índice abaixo da inflação e do piso nacional. Desde então, já ocorreram seis assembleias, sendo a última no dia 1º de julho, realizada em frente ao prédio da Prefeitura, reunindo mais de 4 mil trabalhadores da rede. A greve já conta com quase 90% de adesão nas escolas municipais.

Apesar de todo o esforço de comunicação do sindicato, a Prefeitura se recusa a negociar um novo valor de reajuste salarial, apresentando propostas irrisórias que mantêm o sucateamento da categoria. Entre as propostas estão o pagamento dos pedidos de férias-prêmio já processados e uma possível bonificação para aposentados, condicionada ao parecer da Procuradoria-Geral do Município (PGM). A Prefeitura também sinalizou a devolução dos salários cortados, caso a greve seja encerrada e haja compromisso com a reposição das aulas — contudo, permanece inflexível quanto à reivindicação principal: a revisão do reajuste de 2,49%.

Logo no início da greve, o prefeito Álvaro Damião viajou a Israel, com a justificativa de participar de treinamentos em tecnologias de defesa e segurança pública, além de temas de desenvolvimento urbano, rural e liderança. Em seu retorno “fugido” a Belo Horizonte, o aviso de sua chegada foi dado à comissão de greve no último momento e, no aeroporto, ele dirigiu-se aos professores presentes afirmando que realizaria uma reunião para resolver a situação — o que nunca aconteceu.

Desde que retornou ao Brasil, o prefeito, declaradamente sionista, tem atacado a categoria, tentando judicializar a justa revolta dos professores — ato assegurado pela Constituição Federal. Além disso, determinou a abertura emergencial das escolas, fora do calendário escolar, no último sábado (28/06), com o objetivo de oferecer alimentação aos estudantes. A convocação dos trabalhadores da MGS ocorreu de forma irregular, muitas vezes após as 21h da noite anterior. Relatos de assédio moral, pressões e ameaças foram registrados por parte dos trabalhadores que se recusaram a comparecer às 6h da manhã de sábado. Como forma de protesto contra a postura autoritária e irresponsável de Álvaro Damião, dezenas de escolas comunicaram, prontamente, que não abririam suas portas.

Completando 28 dias de greve e diante da recusa de Damião — inimigo declarado da educação — em melhorar o índice de reajuste, os atos em defesa da educação seguem firmes. A categoria denuncia o cancelamento ilegal das férias de julho dos trabalhadores terceirizados da MGS, as violências institucionais e o abandono do governo municipal em relação aos aposentados e aposentadas da educação. Nesta quarta-feira, 3 de julho, a categoria definiu pela continuidade da greve e permanece acampada em frente à Prefeitura.

A Executiva Mineira de Estudantes de Pedagogia esteve presente nas assembleias, realizou falas e declara total apoio à greve dos professores municipais de Belo Horizonte, repudiando veementemente as medidas autoritárias e desrespeitosas da atual gestão com a educação, os professores e os estudantes. Enquanto o prefeito se nega a apoiar a educação municipal, pais de alunos expressam total apoio à greve, com faixas espalhadas por toda a cidade.

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