Nos dias 17 e 18 de junho, a Faculdade de Educação (FaE) da UFMG campus Pampulha, foi palco do Dia Típico Junino, realizados na Cantina Popular autossustentada, por vendedoras e estudantes. A iniciativa foi um sucesso de público, cultura e resistência, reafirmando a relevância da ocupação estudantil nos espaços universitários para garantir acesso à alimentação e à cultura.
O evento resultou de uma construção coletiva. A proposta partiu das próprias vendedoras da cantina e foi organizada em conjunto com estudantes durante uma reunião da Comissão Permanente da Cantina, da qual a Executiva Mineira faz parte. Os integrantes da comissão, vendedores e estudantes definiram o cardápio, os turnos de trabalho e toda a estrutura do evento. A ornamentação também ficou a cargo das vendedoras e membros da comissão, que levaram os enfeites e transformaram a cantina em um verdadeiro arraiá.
O dia típico junino, além de oferecer refeições a preços acessíveis e valorizar a cultura popular, carregou um forte simbolismo político. Reafirmou a importância da autossustentação em um momento em que 14 das 20 unidades acadêmicas da UFMG estão sem cantinas em funcionamento. Faculdades como Letras, Música, Economia, Engenharia e a própria FaE enfrentam o abandono desses espaços, consequência dos cortes de verbas, da burocracia nos processos licitatórios e da crescente terceirização dos serviços. Onde ainda há serviços de alimentação, os preços são elevados, e os Restaurantes Universitários permanecem fechados aos finais de semana, dificultando o acesso à comida para quem mais necessita.
Na FaE, a mobilização de vendedores e estudantes garantiu que o espaço da cantina permanecesse aberto, especialmente no período noturno, quando a alimentação se torna ainda mais inacessível. A experiência comprova que, os estudantes tem capacidade de participar ativamente na gerencia e definições da universidade a partir de suas necessidades, servindo de fato aos interesses de todos.





