No dia 05 de junho, em resposta aos cortes de verbas e ao recuo do governo, estudantes de pedagogia, licenciaturas, secundaristas e profissionais da educação se levantaram de norte a sul do país.
Foram realizadas diversas ações de mobilização, denunciando os cortes de verbas e reafirmando a defesa de uma educação pública, gratuita, e a serviço do povo!
Essa data marcou uma vez mais o compromisso da Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia na defesa dos direitos do povo de ensinar, estudar e aprender.
Amazonas
A Executiva Amazonense de Estudantes de Pedagogia (ExAmEPe) realizou uma ação de agitação na UFAM.
Foi confeccionada e colocada uma faixa no hall da Faculdade de Educação com a consigna: “Contra os cortes na educação: Greve geral de ocupação! – ExNEPe”.
A atividade denunciou os ataques à educação pública e reafirmou a necessidade de mobilização e luta por uma pedagogia a serviço do povo.



Rondônia
Estudantes da UNIR – campus Porto Velho – decidiram radicalizar sua luta em defesa da permanência estudantil e por um Restaurante Universitário com comida digna. Há meses, os estudantes vêm reclamando da qualidade da alimentação – que, além de ser a mais cara da Região Norte, já apresentou sérios problemas, como prego na salada, arroz mofado e até fio dental dentro do pão.
Revoltados com tal descaso por parte da Pró-Reitoria de Cultura, Extensão e Assuntos Estudantis, os estudantes organizaram um combativo catracasso como forma de aplicar uma punição à empresa terceirizada.
O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UNIR, em conjunto com vários centros acadêmicos e a Executiva Rondoniense de Estudantes de Pedagogia, organizou uma manifestação em frente ao Restaurante Universitário. Após explicar a importância da data e reforçar as denúncias sobre a péssima qualidade da comida, os organizadores conclamaram os estudantes a entrarem gratuitamente no RU.
Os estudantes, então, retiraram a fita de isolamento em frente ao caixa e informaram aos trabalhadores que, a partir daquele momento, tomariam as rédeas do restaurante. A adesão foi em massa. Durante cerca de uma hora e meia, os próprios estudantes organizaram a fila, serviram a comida e garantiram a alimentação gratuita para mais de 200 alunos, que apoiaram de forma contundente a ação do catracasso.
Após garantir que o máximo de estudantes almoçassem gratuitamente no restaurante, cerca de 30 pessoas subiram até o prédio da Pró-Reitoria e pressionaram o pró-reitor a assinar uma carta-compromisso, comprometendo-se a:
- Melhorar a qualidade da comida, com fiscalização rigorosa e punições financeiras à empresa por irregularidades;
- Abrir edital para contratação de uma nova empresa, visto que a atual está em situação temporária e já deveria ter sido substituída;
- Realizar audiências públicas para que estudantes, docentes, técnicos e trabalhadores terceirizados debatam um novo regimento para o restaurante;
- Garantir que não haja perseguição aos estudantes que participaram ou apoiaram a ação do catracasso.
A repercussão na universidade foi extremamente positiva, com muitos estudantes já perguntando quando será a próxima ação. Os organizadores afirmaram que realizarão quantos catracassos forem necessários até que a qualidade da alimentação melhore de fato.




Pará
A Executiva Paraense de Estudantes Pedagogia realizou um ato junto aos estudantes que compõe a C.O do 26° FoNEPe e calouros de pedagogia na UFPA campus Belém. Num primeiro momento, os estudantes que participaram realizaram um debate sobre a situação orçamentária das universidades. Nas falas, destacaram os sucessivos cortes e suas consequências concretas no cotidiano das universidades e permanência dos estudantes. Os membros da ExNEPe apontaram a importância do FoNEPe na organização nacional da luta e o quão importante para a mobilização dos estudantes estava sendo a luta por conseguir alojamentos dentro da UFPA para garantir um grandioso FoNEPe.
Após este primeiro momento, os presentes caminharam até a reitoria levando a faixa com a consigna “Contra os cortes na educação: Greve Geral de Ocupação” e a carta aberta ao reitor Gilmar com as assinaturas de centenas de estudantes, entidades estudantis e importantes nomes do campo da educação.
Lá foram recebidos pela vice reitora e o chefe de gabinete, e na impossibilidade da universidade ceder os alojamentos dentro da universidade, conquistamos o apoio da reitoria para intervir nos pedidos em espaços externos a universidade e outras demandas para a realização do encontro.


Maranhão
A Executiva Maranhense, junto a Centros e Diretórios Acadêmicos da UFMA, manifestou sua indignação diante do descaso com a educação pública.
A principal pauta dos estudantes é a reabertura da biblioteca setorial do prédio de Pedagogia — um espaço essencial que foi fechado sob a justificativa de falta de funcionários, após seu acervo ser transferido.
Na ocasião, os estudantes estenderam uma faixa relacionando o problema da biblioteca setorial com os recorrentes cortes de verbas que as universidades públicas têm sofrido.



Minas Gerais
A Executiva Mineira fez uma vitoriosa agitação no restaurante universitário da UFMG – Campus Pampulha -, durante a manhã, os estudantes agitaram com mega fone, faixas, distribuindo 800 panfletos conclamando os estudantes a tomarem parte da luta contra os cortes de verba, apontando a greve de ocupação como o caminho mais avançado.
Foram realizadas também intervenções que denunciavam como os cortes estavam afetando a vida dos estudantes, principalmente o fechamento das cantinas dentro do Campus Pampulha, falta de ônibus para a Biologia e Geografia para estudo de campo e a falta de luz do noturno, principalmente nos entornos da Faculdade de Educação, onde diariamente, a maioria das pessoas que frequentam o prédio são mulheres, que não se sentem seguras pela situação precária.
Durante a noite, mais panfletos foram distribuídos no RU. Estudantes interessados na luta independente, reconhecendo a justeza frente ao oportunismo e a extrema-direita, quiseram conhecer mais sobre os métodos da luta independente.
Demais panfletos foram distribuídos na Faculdade de Educação, palco nos últimos dias de sucessivas vitórias por conta da ocupação, funcionamento e utilização da cantina pelos(as) estudantes, exercendo a democracia universitária.
Ao final das mobilizações pelo dia de luta, a faixa chamando os estudantes para ocuparem seus prédios foi estendida no topo do Restaurante Universitário, dando um “olé” na burocracia e repressão universitária da UFMG, que caçou, desnorteada e sem sucesso, os estudantes combativos que realizaram tal ato.



Rio de Janeiro
Na UERJ foi realizado panfletagem e pendurado faixa com os dizeres “Contra o Corte na Educação: Greve Geral de Ocupação” e “Rumo ao 26º FONEPe!”.



São Paulo
O CEPed (Centro Estudantil da Pedagogia) da USP de Ribeirão Preto realizou uma panfletagem no Restaurante Universitário com o objetivo de informar os estudantes sobre o ENADE.
Aproveitaram a ação para também denunciar o descaso do DCE, que, neste ano, concentrou suas atenções exclusivamente nas eleições do CONUNE, sem promover debates ou divulgar informações sobre o ENADE aos alunos.
Na próxima semana, será feito mais panfletagens para avançar na conscientização e mobilização estudantil.



Paraná
Em Curitiba, estudantes realizaram uma intervenção no Restaurante Universitário Central da Universidade Federal do Paraná (UFPR) em denúncia aos cortes orçamentários na educação pública, à política de sucateamento e à tentativa do governo de maquiar a crise com reposições parciais de verba. A intervenção apontou a estratégia do governo e da UNE imobilista e governista, de impedir o crescimento de uma greve nacional, como a que ocorreu em 2024, e denunciou o projeto privatista que segue a lógica de sucatear as instituições públicas para privatiza-las depois.
Também foi duramente criticada a destruição da educação pública no Paraná, em especial com a plataformização do ensino, que vem precarizando o trabalho docente e contribuindo para o adoecimento em massa de professores. Esse processo ganhou contornos ainda mais trágicos com a morte da professora Sivaneide nesta semana — vítima direta de uma política que transforma escolas em ambientes de pressão insustentável. Além disso, todos estudantes foram convocados a mobilizar seus cursos.
Ao final da intervenção, o RU ecoou com palavras de ordem: “Chega, chega de enganação! Devolvam toda a verba da educação!” “Professora Sivaneide: Presente na luta!”. O ato foi encerrado sob aplausos por centenas de estudantes presentes, em reconhecimento à resistência e à justa indignação diante do cenário atual.
Em seguida, os estudantes marcharam em direção à Reitoria da UFPR, subindo pelas rampas e entoando palavras de ordem contra os cortes, a privatização da educação e em homenagem à professora Sivaneide, reafirmando sua memória com o grito: “Presente na luta!”




Em Laranjeiras do Sul, estudantes do Diretório Central dos Estudantes da UFFS – Campus Laranjeiras do Sul realizaram uma vitoriosa mesa de debate sobre os cortes na educação que contou com a participação do Diretor de Campus, Fábio Zeneratti, do representante do Sindicato dos Técnico-Administrativos em Educação da UFFS (SINDTAE), Guilhermo Romero, e do representante da Seção Sindical dos Docentes da UFFS (SINDUFFS), Regis Clemente, além da presidente do DCE, Maria Vitoria.
Durante a realização do debate todos os que compunham a mesa, inclusive o diretor de campus, condenaram os cortes de verbas na educação e demonstraram através da realidade material e dos problemas concretos enfrentados pela comunidade acadêmica, de que forma tais cortes impactavam o dia a dia da universidade. Além disso, houve uma dura crítica ao atual governo de turno pela aplicação dos mesmos planos econômicos de subjugação nacional e anti-povo de governos passados como o governo de Bolsonaro e militares, o papel do imperialismo na formulação da política econômica nacional e sua interferência no que diz respeito à educação foram duramente condenados e suas cabeças, FMI e Banco Mundial desmoralizadas.
A atividade foi acompanhada da realização de uma banquinha do DCE por meio da qual este tem dado cabo a campanha nacional de arrecadação da ExNEPe, na banquinha o DCE disponibilizou, mediante a contribuição, café, chá, lanche natural, bananas chips, botons da resistência nacional Palestina e posters.
Por fim, cabe destacar que os mais de 50 estudantes que participaram da atividade ao longo de sua realização demonstraram concordância com a consigna de defender as universidades públicas com unhas e dentes desfraldada pela ExNEPe, assim como o combate efetivo contra os cortes através da aplicação da tática da greve de ocupação.


Em Maringá, na Universidade Estadual de Maringá (UEM), o Centro Acadêmico de Pedagogia (CAPed) e o Diretório Central dos Estudantes (DCE), em conjunto com a ExNEPe, organizaram, tanto no período da manhã quanto no noturno, um debate em denúncia aos cortes de verbas e em homenagem à professora Sivaneide Monteiro Andrade, que morreu no dia 30/05, denunciando as péssimas condições de trabalho que os professores da educação básica estão enfrentando.
O debate ocorreu no auditório 29 de Abril, no bloco do Departamento de Teoria e Prática da Educação, com participação massiva de estudantes de Pedagogia, das licenciaturas e de professores. A mesa da atividade foi composta pelo secretário de formação da ExNEPe, pelo presidente do DCE, por representantes do CAPed da UEM, pelas professoras doutoras do curso de Pedagogia Michel Fernandes — participando na mesa do período da manhã — e doutora Gisele Masson — participando no período noturno —, além da professora da rede pública Ana Paula.
Durante o debate, foi discutida a importância de dar continuidade à luta em defesa da Universidade pública, gratuita, científica e a serviço do povo, bem como da educação, contra todo ataque privatista. Denunciando também a BNCC, o NEM e a Resolução 4.2024. As entidades estudantis reforçam que só a luta muda a vida e que não podemos cair em ilusões e no imobilismo, principalmente dos oportunistas da UNE. Foi colocado que haverá, na próxima semana, outras mobilizações na Universidade, organizadas pelas entidades presentes, junto aos estudantes e profissionais da educação para denunciar todos os ataques.




Santa Catarina
Em Florianópolis, estudantes da Comissão de Fundação da Executiva Catarinense (ExCEPe) e do Movimento Maruí fizeram uma agitação nas salas de pedagogia, denunciando a precarização na universidade e erguendo a bandeira da Greve de Ocupação. Os estudantes portavam cartazes em que se lia: “Contra os cortes na educação, greve de Ocupação!”, “Em defesa do ensino público!” e “UFSC sem verba é fogo!”.
Os diálogos foram realizados partindo da situação de enorme sucateamento que a universidade enfrenta, como as recém anunciadas demissões dos trabalhadores terceirizados, a falta de papel higiênico nos banheiros, falta de iluminação e demais questões estruturais precárias. Sobre a necessidade de se travar a luta estudantil combativa e independente, foram abordadas as vitórias conquistadas através da tática de Ocupação na UFSC, como foi o caso da Greve Geral do ano passado, na qual as únicas estruturas que foram reformadas, principalmente a Biblioteca Universitária, foram as ocupadas. Sobre o histórico de mobilizações no câmpus, os estudantes abordaram a reforma do Centro de Educação (CED), motivada também por uma greve de ocupação e a Moradia Estudantil da UFSC, que só foi posta em funcionamento após uma série de combativas mobilizações, cujo ápice foi a ocupação dos prédios.
Foi ressaltado o papel da ExNEPe na construção de diversos movimentos estudantis combativos ao redor do país e da importância da mobilização no dia 05 de junho em escala nacional. Apresentando a ExNEPe pela primeira vez a muitos estudantes, estes se mostraram inspirados com o exemplo de atuação consequente da Executiva Nacional de seu curso. Os professores também se mostraram entusiasmados e receptivos com a intervenção em suas aulas, defendendo a profissão do pedagogo como sendo de caráter necessariamente político e ligado às lutas do povo.

CONTRA OS CORTES DE VERBAS: GREVE DE OCUPAÇÃO!
EM DEFESA DA EDUCAÇÃO PÚBLICA, GRATUITA E A SERVIÇO DO POVO!