Carta às entidades sobre as falsas acusações oportunistas do Diretório Acadêmico de Pedagogia da UFF

Prezadas entidades,

Nos últimos meses, a ExNEPe, entidade estudantil com um longo histórico de lutas em defesa da educação pública, tem sido alvo de difamações levianas e acusações infundadas por parte da Diretora de Propaganda eleita no 42º ENEPe, realizado em Maringá (PR), Carolyne Gomes.

Através do Diretório Acadêmico de Pedagogia da UFF, a referida diretora tem acusado a atual Diretoria Nacional de autoritarismo e de violar os princípios democráticos da entidade, em razão da abertura de um processo interno de investigação. Esse processo, fundamentado pelo próprio estatuto, foi instaurado para apurar práticas recorrentes adotadas por Carolyne antes, durante e após o Encontro Nacional, prejudiciais ao bom funcionamento e à integridade da nossa entidade. Tudo tem ocorrido de forma democrática e tido o acompanhamento de toda a Coordenação Nacional da ExNEPe que possui representantes em 13 estados de nosso país e será apresentado no próximo Encontro Nacional as resoluções e desdobramentos da situação. Por ora, cumprimos com a deliberação aprovada de forma unânime por todos, de que a mesma permaneça como diretora da Entidade Nacional, porém, afastada da responsabilidade o qual foi indicada a assumir, lhe dando possibilidade de realizar autocrítica aos demais membros da entidade durante nosso período de mandato.

O processo eleitoral da Diretoria da ExNEPe, como ocorre em diversas entidades democráticas, baseia-se na formação de chapas compostas por militantes que compartilham pontos de unidade e se comprometem, voluntariamente, a atuar de forma coletiva na gestão da entidade por um mandato de dois anos. A companheira Carolyne não foi eleita individualmente, mas junto a todos os membros que hoje compõem a Diretoria Nacional, a mesma diretoria que agora acusa, de forma ruidosa, de autoritária.

Contudo, omite um aspecto fundamental desse processo: durante todo o Encontro Nacional, sua postura foi sistematicamente voltada a sabotar a própria diretoria da qual faz parte, por meio da disseminação de boatos e da criação de picuinhas. Mesmo diante disso, tanto a gestão anterior quanto a atual optaram por lidar com os problemas de forma responsável, tratando as divergências em reuniões internas, das quais, vale destacar, ela se manteve em silêncio.

Ficou evidente, ao longo dos meses, que as críticas feitas por Carolyne nos bastidores, bem como os conflitos por ela provocados, visavam mais à desestabilização do trabalho coletivo do que à construção de soluções. Nós, membros da mesma chapa, jamais ouvimos qualquer questionamento sério ou proposta construtiva durante as reuniões. 

Em nossa primeira reunião para debater e alinhar o trabalho da nova diretoria, momento em que teríamos espaço para esclarecer a razão de tantos problemas criados sem qualquer tentativa real de resolvê-los, Carolyne se ausentou. Foi nesse momento, após um sério debate, que se iniciou o processo de avaliação de sua conduta, conforme previsto nos princípios estatutários e democráticos da entidade.

A investigação sobre a mesma é resultado de práticas recorrentes que ignoram os canais internos de debate e visam ferir sistematicamente o nome da entidade estudantil que mais tem lutado por construir um movimento capaz de defender aguerridamente a educação pública e gratuita nas escolas e universidades.

Suas discordâncias não são somente com o grupo que hoje está na diretoria, como alega. Se assim fosse, poderia ter formado outra chapa no próprio ENEPe ou permanecido nos espaços internos tentando apresentar seu ponto de vista. Mas preferiu se ausentar de todas as reuniões que tivemos para ataques públicos à entidade, tentando rebaixar a ExNEPe a um grupelho que vive de troca farpas pelas redes sociais. Nos recusamos a fazer isso!

Nossa resposta segue sendo a mobilização, politização e organização dos estudantes em cada canto deste país; a realização de estudos e formações com dezenas de Centros Acadêmicos; a defesa do pedagogo unitário nas mais diversas universidades; a luta contra a privatização das escolas; o apoio às justas reivindicações dos professores da educação básica por melhores estruturas; a firme defesa da greve de ocupação como tática para barrar a precarização das universidades públicas; e o vínculo forte com a luta do nosso povo na cidade e no campo de nosso país.

Reafirmamos nosso compromisso com a defesa intransigente da educação pública, gratuita e à serviço do povo. Seguiremos firmes, combatendo qualquer tentativa de deslegitimar o trabalho sério que vem sendo desenvolvido por esta diretoria e por todos os estudantes de Pedagogia que compõem a nossa entidade e os demais comprometidos de todo o país que têm se dedicado dia após dia em construir um robusto movimento estudantil de Pedagogia.

Demarcamos e derrotamos as posições imobilistas do oportunismo governista que antes buscava hegemonizar o movimento de estudantes da Pedagogia. Seguiremos firmes por este caminho. Mas sentimos na obrigação de esclarecer com as entidades que têm construído conosco, ombro a ombro, a luta por uma concepção científica de Pedagogia e defendido a educação pública de nosso país sobre este burburinho vindo de quem só milita na internet.

Deixamos disponível para download a Resolução Política aprovada pela Direção Nacional e Coordenação Nacional da Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia, da qual a diretoria Carolyne foi convocada porém se ausentou e segue até hoje sem apresentar justificativas de sua ausência.

Cordialmente,

Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia (ExNEPe)

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