A Executiva Amazonense dos Estudantes de Pedagogia (ExAmEPe) vem a público expressar seu veemente repúdio às publicações de teor nazi-fascista realizadas pelo atual presidente do Centro Acadêmico de Geografia da Universidade Estadual do Amazonas (UEA). O conteúdo divulgado revela conivência explícita com ideologias responsáveis por genocídios, perseguições raciais e políticas de extermínio institucionalizado.
Esse tipo de posicionamento vergonhoso não ocorre por acaso: ele é viabilizado por um ambiente universitário que, ao longo dos anos, tem se consolidado como um verdadeiro feudo político de reacionários. Na UEA, práticas autoritárias, conservadorismo retrógrado e o silenciamento do pensamento crítico têm sido naturalizados. Um espaço que deveria formar sujeitos emancipados tornou-se, em muitos casos, cúmplice e incentivador de posturas abertamente antidemocráticas.
Não aceitaremos o avanço do fascismo sob o manto da “liberdade de expressão”. Por isso, apoiamos os centros acadêmicos da unidade que se recusam a realizar qualquer atividade conjunta com a chapa recém-eleita. Não se trata aqui de mera divergência política, mas de um crime moral e histórico contra os direitos humanos. A permanência de figuras assim à frente de representações estudantis é uma afronta direta à memória das vítimas do fascismo e uma ameaça à integridade do movimento estudantil.
É urgente que a comunidade acadêmica e os estudantes da UEA se levantem. É hora de reagir, de se mobilizar e romper com o silêncio que protege o ódio disfarçado de discurso. Não há mais espaço para tolerância com quem defende o inaceitável.
Como pedagogos em formação, acreditamos na neuroplasticidade — a capacidade do ser humano de transformar suas ideias, crenças e posicionamentos políticos. Reconhecemos que essa mudança é possível, como o próprio acusado afirma em sua nota de defesa. Contudo, a defesa de ideologias autoritárias e genocidas exige respostas firmes, especialmente dentro de um ambiente institucional que se pretende igualitário e inclusivo. Respostas que deveriam ser proporcionais à gravidade do ato — como, por exemplo, proibir o envolvimento da pessoa em qualquer atividade que a coloque em posição de representação política até o fim da graduação. No entanto, ao invés de adotar tais medidas, a Universidade opta por aplicar apenas 30 dias de suspensão, como se mera reflexão, sem qualquer intervenção pedagógica, fosse suficiente para enfrentar ideologias de ódio. Isso contrasta com a severidade aplicada a estudantes que expressam críticas legítimas à gestão da Universidade, como no caso recente da deposição de um companheiro nosso do Centro Acadêmico de Pedagogia da UEA.
A universidade que se cala diante do fascismo não é neutra — é cúmplice. E a nossa resposta será a luta organizada.
Executiva Amazonense dos Estudantes de Pedagogia – ExAmEPe Manaus
11 de maio de 2025