Reproduzimos matéria do Jornal A Nova Democracia
No último dia 25 de fevereiro (terça-feira), professores da rede estadual do Rio Grande do Norte decretaram estado de greve contra o sucateamento da profissão. A decisão foi tomada em assembleia do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do RN (Sinte-RN).
Os professores exigem que o governo estadual, encabeçado pela reacionária Fátima Bezerra (PT), cumpra o reajuste salarial obrigatório de 6,27% feito anualmente baseado no piso nacional e no plano geral de carreiras do Magistério, denunciando a ampla desvalorização e corrosão salarial a que a categoria é submetida. Isso se soma à suspensão prévia do pagamento dos retroativos de 2023 e 2024 por parte do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MP-RN).
Tentando enganar a categoria, a governadoria impôs que o pagamento ainda não foi feito por conta de decisão judicial do ano de 2024 e afirmou que só vai implantar o reajuste para quem recebe abaixo do piso. Com tal medida, somente 1.070 servidores seriam pagos em duas parcelas (uma no mês de março e outra em dezembro) em um estado com mais de 40 mil professores, demonstrando uma investida em dividir a categoria. Na contramão, a mesma governadora sancionou o aumento dos deputados da Assembleia Legislativa do estado de R$ 25 mil para quase R$ 35 mil no período entre 2022 e 2025.
Bruno Vital, coordenador do Sinte-RN, em entrevista ao jornal local SaibaMais, se pronunciou informando que “quase todos os ativos e aposentados ficariam sem reajuste. O governo alega que tem uma decisão judicial de 2024 que o impede de fazer o pagamento, mas sabemos que não é verdade porque a ação tem discussão de mérito e pedido de liminar, mas o Tribunal de Justiça deferiu apenas o pedido para suspender os pagamentos, mas não julgou o mérito”.
De acordo com o sindicato, a greve correrá por tempo indeterminado, até que a demanda dos professores estaduais seja garantida.
Outras entidades e sindicatos declaram apoio à greve
No dia 27 de fevereiro, o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde-RN) publicou uma nota de apoio à paralisação dos professores estaduais em sua conta na plataforma Instagram. A declaração ressalta que “o descaso do governo Fátima Bezerra (PT) com a categoria impacta não apenas na desvalorização dos professores, mas também no prejuízo aos alunos e à sociedade como um todo”, concluindo, desfraldando que “se solidariza com o movimento grevista e reforça a importância da união entre os trabalhadores da educação e da saúde na defesa de direitos”.
Além do Sindsaúde-RN, a União Municipal dos Estudantes Secundaristas de Natal (UMES) também publicou uma nota em apoio à greve e adicionando a exigência de reestruturação de escolas que estão há anos sem reformas, comuns em todo o estado.