A Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia, neste 8 de março, dia internacional da mulher trabalhadora, saúda efusivamente a todas as mulheres de nosso povo e em especial às educadoras e estudantes que, a ferro e fogo, seguem nas trincheiras na defesa de uma educação pública, gratuita e verdadeiramente a serviço do povo!
Saudamos nossa grande companheira Remís Carla, jovem combativa, estudante de pedagogia que atuou de forma decisiva na Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia e, participou ativamente dos protestos em junho de 2013 em Recife, ajudou a organizar Escolas Populares no campo e que em 2017, foi brutalmente assassinada pelo criminoso assassino ex-namorado.
O curso de Pedagogia, majoritariamente feminino, vem sendo alvo de duros ataques, desde as reformas curriculares desatadas a partir de 2017 a mando do Banco Mundial, até a falta de verba das escolas e universidades, cada vez mais precarizadas. A defesa de um currículo científico, de escolas que sirvam ao povo e da luta contra a subserviência do nosso país a serviço das imposições do Banco Mundial, tem sido empunhada principalmente pelas estudantes e professoras, eternas defensoras da educação pública.
As mulheres do povo, carregam sobre seus ombros todo peso da vida de miséria imposta a todos os oprimidos do mundo, intensificada pela forma como o capitalismo existe nos países semicoloniais como o Brasil, enfrentando diariamente a violência no campo ou na favela, vendo seus pais e filhos sendo explorados, violentados e tendo milhares de direitos sendo negados continuadamente. Não obstante, também enfrentam toda subjugação feminina, a exploração e opressão sexual imposta de forma milenar, sendo cada vez mais intensificada por esse podre sistema de exploração em que vivemos.
É neste sentido que a pedagogia carrega em sua história, grandes heroínas não apenas da educação, mas de todo o povo como a Walkíria Afonso Costa e Helenira Rezende, jovens estudantes que se juntaram aos camponeses na Guerrilha do Araguaia; a companheira Remís Carla que contribuiu enormemente para a luta da pedagogia; Maria Firmina dos Reis e tantas outras que, ao compreenderem a necessidade histórica que tinham em suas mãos, se dedicaram a transformar esta sociedade.
Ainda assim, as mulheres seguem transformando todas essas formas de exploração e opressão em ódio de classe, se somando ombro a ombro a seus companheiros de luta na justa revolta popular. Seja na escola, universidade, na favela ou no campo, as mulheres do povo se levantam, travando duras e incansáveis lutas na defesa de um sistema que possa enfim emancipar não apenas as mulheres, mas todos os povos oprimidos.
Esse conjunto de opressões particulares que são impostas diariamente às mulheres, a um passo que pesa mais, também dá ferramentas a mais para se tornarem conscientes sobre a necessidade de lutar. As condições de violência sexual, subjugação feminina e a exploração do trabalho doméstico, que obrigaram as mulheres a serem humildes, vigilantes, fortes e engenhosas para sobreviver. Pois que esses traços que foram usados como ferramentas de sobrevivência, sejam afiados como lanças para lutar contra os nossos opressores. O sistema inadvertidamente forçou as mesmas ferramentas que será usada para derrotá-los.
Por isso, neste 8 de março, convocamos todas as estudantes, professoras, intelectuais e trabalhadoras a se somarem na luta combativa e sem descanso pelas demandas históricas do povo, ao justo direito de ter acesso à educação, saúde, acesso à cidade e à posse da terra, contra a carestia e a violência no campo e na favela! A conquista desses direitos só pode ser alcançada pela intensificação do protesto popular, que só será travado com a participação das mulheres!
COMPANHEIRA REMIS CARLA: PRESENTE NA LUTA!
VIVA O DIA INTERNACIONAL DA MULHER TRABALHADORA!
ORGANIZAR AS MULHERES DO POVO NA DEFESA DOS NOSSOS DIREITOS!