A Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia (ExNEPe) estende sua irrestrita solidariedade aos camponeses sem terra e aos guerreiros indígenas Guarani-Kaiowá, que no dia 18 de janeiro retomaram suas terras da Usina São Fernando, em Dourados (MS), terras antes roubadas pelos criminosos latifundiários da família Bumlai, herdeiros do bandido José Carlos Bumlai, preso na Operação Lava-Jato por corrupção passiva e gestão fraudulenta de instituição financeira. Também denunciamos a truculenta e ilegal reintegração de posse ao acampamento Terra Prometida – na Usina São Fernando – ocorrida um dia após a retomada das terras, colocando em risco a vida de crianças, mulheres e idosos.

Perante a falsa promessa de gerar milhares de empregos, como costuma propagar o “agronegócio”, a falida Usina São Fernando tornou-se símbolo do que de fato é o latifúndio. Atualmente, a usina é responsável por um calote milionário a diversos camponeses que trabalhavam nas terras. Além disso, parte das terras arrendadas sobrepunham territórios indígenas, e pistoleiros eram usados para ameaçar queimar barracos como forma de reprimir a legítima defesa dos povos indígenas por seus territórios. Não nos choca que tão escandaloso crime nunca tenha sido punido, já que a Usina recebeu apoio do governo federal, na época sob gestão do atual presidente Luís Inácio da Silva, com investimentos milionários do BNDES  e Banco do Brasil. 

No dia de ontem (sábado), seguindo o chamado da Frente Camponesa de Luta, diversas entidades estudantis, entre elas a Executiva Nacional de Estudante de Pedagogia, realizaram uma atividade de solidariedade, levando alimentos e roupas ao Acampamento Terra Prometida. 

 No dia seguinte (domingo) a tropa de choque da PM, que veio de Campo Grande (MS), apareceu dando ordem de reintegração sem apresentar qualquer documento oficial que embasasse tal expulsão; sem a identificação obrigatória na farda; impediram a presença do advogado no local e entraram soltando bomba de efeito moral e disparando tiros de borracha. Sem se preocupar com as crianças, idosos e mulheres grávidas que estava no local. Em vídeo divulgado pelo jornal A Nova Democracia, dá para escutar os camponeses dizendo ‘tem crianças aqui, tem crianças aqui’.

Essa truculenta e criminosa ação, com total apoio do Estado, demonstra que cada vez mais se torna necessária a união do povo para tomar o que é seu por direito! A ExNEPe, entidade estudantil que sempre tomou lado na luta do povo brasileiro em defesa de seus direitos, na universidade e fora dela, denuncia essa ação que acoberta e defende os ladrões de terra! As terras do nosso país devem servir ao povo, devem ser entregues aos camponeses, indígenas e quilombolas, que derramam sobre a terra seu suor e sangue para alimentar o povo brasileiro e fazer nascer das terras um Brasil Novo!

Terra para quem nela vive e trabalha!
Viva o acampamento Terra Prometida!
Derrubar os muros da Universidade, servir ao povo no campo e na cidade!