[RJ] Profissionais da educação protestam durante segundo turno da PLC 186. Estado de greve é aprovado

Reproduzimos matéria do Jornal A Nova Democracia.

Profissionais da educação organizados no Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (SEPE) se concentraram na última quinta-feira (05/11) em frente a câmara municipal, em uma vigília para acompanhar a última sessão de votação do PLC 186, ou como é chamado, “pacote de maldades do Eduardo Paes”.

O objetivo era expor todos aqueles que votaram a favor do PLC 186, o Prefeito Eduardo Paes e seu secretário da educação Renan Ferreirinha, através da colagem de cartazes e falas combativas. Na ocasião, professores e apoiadores debaixo de chuva, ecoavam palavras de ordem, dentre elas “a verdade é crua, essa casa é puxadinho da prefeitura!” e “educação na rua, prefeito a culpa é sua!”.

Ainda pela parte da tarde, foi estendido frente a câmara municipal, fotos dos vereadores que votaram a favor deste projeto, na sessão de terça feira (03/11). Em um carro de som, outra pessoa pronunciava o nome de cada um deles, seguido de intensas vaias por parte dos manifestantes presentes.

Já pela parte da noite, se pendurou no poste, bonecos que representavam o atual Prefeito Eduardo Paes e seu secretário de educação Renan Ferreirinha, que posteriormente foram destruídos com chutes e socos no meio da praça.

Em depoimento para o correspondente local do AND, a educadora popular Vanderlea Aguiar ressalta que a categoria está a anos sem reajuste salarial e que já se passaram 14 anos que o ticket alimentação é de R$12. Ela também acrescenta que “ao invés de Eduardo Paes aumentar ou reajustar o salário, de valorizar o profissional da educação, ele aumenta o trabalho e tira o tempo de planejamento do professor”.

A PLC 186 foi aprovada em segundo turno, com 31 votos favoráveis e 15 contrários. Apenas 5 parlamentares não votaram. 

Categoria em estado de greve

No dia seguinte (06), os profissionais da educação do Rio realizaram uma nova assembleia, no Club Municipal, Tijuca, às 10 horas da manhã, para debater os rumos passo da luta. 

Com cantos de “PT traidor, fecha com Paes e ataca o servidor” e “PT traidor votou contra o servidor”, os profissionais presentes denunciaram os votos favoráveis à PLC 186. 

Para Emanoel Borges, professor da 3ª CRE, o sentimento após mais de 10 dias de greve é de orgulho: “A gente precisa se orgulhar de ter sido tirado da inércia! A categoria desde 2013 não teve esse nível de mobilização. A gente precisa de orgulhar de ter parado o capital nessa cidade, na Presidente Vargas, por mais de uma hora dentro da confusão da institucionalidade. Os policiais não estavam preparados para a força coletiva que a gente tinha”. E por fim conclui: “Ano que vem a gente vai começar já em mobilização! Isso foi um aquecimento para a derrocada total do Eduardo Paes e das figuras políticas que orbitam o seu governo.”

Em seguida a categoria aprovou o estado de greve e a transformação do comando de greve em comando de luta, objetivando a mobilização para a volta às aulas. Foi tirado também a realização de uma nova assembleia durante a primeira semana de fevereiro, para discutir a possibilidade do retorno à greve após as férias. 

Presença ostensiva da polícia

Às portas do Club Municipal se encontravam ao menos 5 viaturas, a maioria delas da RECOM. Ao início da assembleia, 2 PMs, um deles utilizando uniforme do choque e o outro portando fuzil, subiram no andar da assembleia. Uma professora relatou à correspondência de AND que eles estavam na porta comunicando a um rádio o perfil de quem entrava. 

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