Vitorioso 17º Encontro Mineiro de Estudantes de Pedagogia realizado na Unimontes!

No dia 30 de novembro, foi realizado o 17º EMEPe, com sede na Universidade Estadual de Montes claros (Unimontes). O evento contou com dezenas de participantes, estudantes de pedagogia, licenciaturas e outras áreas, professores e apoiadores da luta pelo ensino público e gratuito. O evento foi bastante proveitoso para a elevação da compreensão acerca dos problemas educacionais do país e culminou num Plano de Lutas que guiará a luta dos estudantes de pedagogia do estado durante o ano de 2025.

O 17º EMEPe teve seu início com uma pujante Mesa de abertura em que esteve presente a vice-coordenadora do curso de Pedagogia da Unimontes, Leonice, além do presidente e vice do C.A de Pedagogia da Unimontes Monica Amorim, bem como representantes das Executivas estadual e nacional. Leonice saudou calorosamente o encontro e disse estar bastante emocionada com a visível vontade de lutar expressa na fala daqueles estudantes. Denunciou o golpismo e defendeu que deve haver uma verdadeira revolução no curso de pedagogia da Unimontes, que pode ser lograda com uma maior união dos estudantes. Após as falas, foi aprovado o regimento interno do encontro, sendo aprovado com unanimidade por todos os presentes.

Mesa de situação politica 

Para a mesa de situação política, foi convidado um representante do Comitê Mineiro de Solidariedade a Palestina, que destacou a transcendental resistência do povo palestino e o impacto do 7 de outubro para a elevação da resistência anti-imperialista e para impulsionar a luta dos povos de todo o mundo contra o imperialismo. Denunciou também o golpismo do ACFA, que mais uma vez viu exposta sua natureza reacionária e antidemocrática após a revelação das maquinações golpistas de dezembro de 2023.

Depois, uma representante da ABRAPO falou sobre a luta pela terra, saudando as resistência de Barro Branco, do Acampamento Mãe Bernadete e denunciando os 10 anos do assassinato do companheiro Cleomar Rodrigues, dirigente da Liga dos Camponeses Pobres do Norte de Minas e Sul da Bahia, cujos mandantes até hoje não foram punidos. Também denunciou os golpistas e defendeu a necessidade de  propagar os valores democráticos e mobilizar audazmente todos os seus defensores.

Mesa tema: Em defesa das escolas e universidades públicas, gratuitas e a serviço do povo: Derrotar os cortes de verbas e as privatizações das escolas e universidades em todo o Brasil!

A mesa tema do evento contou com a palestrante Débora Mayara, mestranda em educação pela Unimontes, a professora Hellen, professora da educação básica na rede estadual de ensino e vice-coordenadora da escola Gonçalves Chaves, além de uma representante da Executiva Nacional dos Estudantes de pedagogia.

A fala de Débora denunciou a gravidade da aplicação do NEM nas escolas e o prejuízo que sua implementação tem significado para a formação dos jovens no país. Apresentou os trechos mais fundamentais da proposta e o problema que representa para a formação e continuidade dos estudos, que em comparação com as escolas particulares, gera grandes dificuldades para acessar o ensino superior. A professora Hellen destacou sua trajetória como representante do Centro Acadêmico de Pedagogia da Unimontes e saudou calorosamente a nova gestão que refundou o CA e que tem impulsionado a luta na universidade. Relacionou o projeto de municipalização das escolas ao projeto Somar do governo Zema, destacando que o objetivo principal é precarizar para privatizar o ensino, começando pelo ensino médio. A ExNEPe denunciou os cortes de verbas nas universidades, destacou a luta pela democracia universitária, a necessidade de ocupar todas as escolas e universidades e de aplicar o co-governo estudantil, dando inúmeros exemplos de lutar encabeçadas pela entidade nesse ano.

As intervenções, bastante profundas, destacaram outras questões importantes como projetos de terceirização do direito a formação técnica com o projeto Trilhas do Futuro e a gravidade da situação da educação inclusiva, em que os alunos são abandonados pelo Estado e os professores são sobrecarregados. 

Plenária final

Foram debatidos os dezoito pontos do Plano de Lutas que tem como objetivo impulsionar a organização dos estudantes para pôr abaixo as políticas de privatização do ensino. Assim como avançar no apoio classista ao professorado, a exemplo da greve no Rio de Janeiro e aos camponeses, que tem se levantado em defesa de suas terras e que tem recebido apoio concreto dos estudantes, a exemplo das delegações de estudantes de Pernambuco na Batalha de Barro Branco.

Foi adicionado ao Plano de Lutas a defesa das escolas no campo que estão sendo fechadas, que em ultima instância servem a política do latifúndio expulsão dos jovens do campo.

Para a defesa da democracia universitária, foi colocada a necessidade de impulsionar a organização de CAs e Das com os princípios da independência e combatividade, e desatar greves de ocupação para impor uma universidade que atenda as reivindicações estudantis por melhores condições de estudo e permanência.  

Também e ressaltado que se faça atividades em datas importantes da pedagogia como o 28 de março e 23 de novembro, com atos, manifestações, panfletagens entre outros.

Notas e Moções

– Nota contra a municipalização das escolas em Montes Claros

– Nota contra o fechamento dos CA’s e DA’s 

– Nota contra o Projeto Somar

– Nota em apoio a luta pela terra 

-Nota em apoio a greve dos professores do Rio de Janeiro. 

Eleição nova diretoria

A eleição da nova diretoria foi bastante vibrante, com 8 representantes – 5 da Unimontes e 3 da UFMG -, que se comprometeram a impulsionar a luta dos estudantes de pedagogia e licenciatura no Estado. São eles: Max Machado Morante – UFMG; Anielly de Paula Ferreira Marques Martins – UFMG; Larissa Moraes de Lima – UFMG; Maria Elis – Unimontes; Lucas Alves – Unimontes; Giovana Silveira Miranda – Unimontes; Ana Julia Rodrigues Nascimento – Unimontes; e Jeovana Rodrigues Gonçalves – Unimontes

Comissões de trabalho

Durante todo o evento, as comissões de trabalho funcionaram, com uma creche exemplar e alimentação de qualidade. O comprometimento da C.O. em garantir todos os itens do kit credenciamento resultou em doações feitas pela própria Unimontes como exemplo de apoio da universidade a mobilização estudantil.

Credenciamento

Creche

Alimentação 

O encontro teve uma grande repercussão e mobilização na Unimontes e UFMG, que tendo como mote os ataques ao ensino público e gratuito, angariou apoio de estudantes e professores quanto a justeza de sua realização e importância do debate. Durante todo o evento, o espirito foi de grande interesse e empolgação quanto aos assuntos nacionais e os da Pedagogia. O vitorioso 17º EMEPe certamente resultará num grande impulso a luta dos estudantes de pedagogia em Minas Gerais!

Plano de Lutas

PLANO DE LUTAS DO 17° EMEPE EM MONTES CLAROS


O Plano de Lutas é o documento construído durante todo o encontro estadual. Através dos debates das mesas, da situação política nacional e das bandeiras e dos princípios da ExNEPe. O plano de lutas orientará a luta dos estudantes no estado. Compreendendo o plano de lutas nacional e as especificidades da região, o plano é aplicado conforme sua realidade, com o objetivo de defender a educação pública e gratuita que sirva ao povo do campo e da cidade. Lutando e defendendo os direitos estudantis de poder estudar, ensinar e aprender sem nenhuma descriminação.


01) Lutar com unhas e dentes pela revogação imediata do Novo Ensino Médio (NEM), entendendo que este representa o maior ataque ao ensino público e gratuito das últimas décadas, impulsionando a criação e organização de Grêmios Estudantis combativos e uma nova onda de ocupações secundaristas por todo o Brasil, defendendo o direito dos estudantes de estudar e aprender, e dos professores de ensinar.

02) Lutar pela desmilitarização completa das escolas públicas e contra a presença de policiais em escolas e universidades de todo o país, defendendo o direito à livre associação, reunião e manifestação, contra a perseguição política aos estudantes que lutam.

03) Lutar pela revogação imediata da nova DCN da Pedagogia. Defender a concepção do Pedagogo Unitário aplicando a indiassociabilidade entre docência, gestão e pesquisa na formação.

04) Fortalecer a construção da Executiva Estadual, através do trabalho de base, mobilizando, politizando e organizando os estudantes de pedagogia do estado. 

05) Fortalecer a arrecadação da Executiva Estadual com mais atividades de finanças e um plano específico. Garantido a independência da Entidade e sua contribuição à Entidade Nacional.

06) Disputar as eleições de C.A., D.A. e DCE de universidades para ampliar nosso trabalho, impulsionando entidades representativas que defendam a linha da ExNEPe. Lutar pela criação dessas entidades onde não haja.

07) Derrubar os muros da Universidade, impulsionando projetos de extensão que sirvam ao povo com atividades de solidariedade classista, oferecendo aulas de reforço escolar e apoio pedagógico, lazer e cultura, além de impulsionar a organização da população nos bairros e favelas, tal como nos comitês de solidariedade espalhados por todo o país.

08) Ligar-se à luta dos professores e trabalhadores em geral do campo e da cidade contra o ataque aos seus direitos e somando às suas reivindicações impulsionando a greve geral, unificando a luta de estudantes e demais trabalhadores.

09) Realizar atividades políticas como atos, panfletagens, colagens de cartazes, debates públicos entre outras coisas, no Dia do Estudante Combatente (28 de março).

10) Realizar atividades políticas como atos, panfletagens, colagens de cartazes, debates públicos entre outras coisas, no Dia Nacional de Lutas da Pedagogia (23 de novembro)

11) Lutar contra o criminoso fechamento das escolas do campo que visa negar aos camponeses o acesso ao conhecimento científico e a garantia de um ensino vinculado ao seu trabalho, cultura e a luta pela terra.

12) Lutar contra a privatização das escolas levada a cabo pelos governos do Paraná e São Paulo. Levantar o movimento secundarista para ocupar suas escolas em união aos professores e universitários em greves de ocupação.

13) Lutar contra o desmonte e apagamento da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no país. Organizar debates em defesa da EJA e incluir na luta contra o Novo Ensino Médio brigando por abertura de turmas e melhores salários aos professores.

14) Lutar contra a municipalização das escolas em Montes Claros e em outras cidades do estado, que visa sucatear à docência e qualidade do ensino, impulsionando a organização dos estudantes em Grêmios Estudantis, assim como em manifestações e ocupações. 

15) Lutar contra o projeto “Somar” que visa privatizar e sucatear as escolas, a docência e o ensino no estado. 

16) Apoiar irrestritamente a resistência do povo palestino contra o sionismo, realizando atividades como debates, agitações, panfletagens e outras. 

17) Lutar contra a imposição da Educação à Distância e a plataformização da educação que representam um ataque ao direito de ensinar e aprender, pois que ferem diretamente a autonomia do professor e submetem o processo educativo ao uso de plataformas digitais privadas que cerceiam o conteúdo científico em prol de um ensino raso e pragmático, sob vigilância ideológica constante do governo e de empresas.

18) Lutar contra o sucateamento da educação inclusiva que tem tirado professores de apoio das salas de aula e debilitado a aprendizagem dos estudantes. 

Executiva Mineira de Estudantes de Pedagogia
ExMEPe 30 de novembro de 2024

VIVA A EXECUTIVA NACIONAL DE ESTUDANTES DE PEDAGOGIA!
VIVA O 17° EMEPE EM MONTES CLAROS!

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