ExNEPe participa da organização do I Simpósio: A luta pela Terra no Maranhão

Entre os dias 25 e 28 de novembro, ocorreu, na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e na Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), o I Simpósio “A Luta pela Terra no Maranhão”, que reuniu diversas entidades políticas e acadêmicas. 

O evento, de iniciativa do Comitê de Solidariedade à Luta pela Terra (COMSOLUTE), contou com a participação de professores, grupos de pesquisa e entidades políticas na composição da Comissão Organizadora, onde a Executiva Maranhense de Estudantes de Pedagogia atuou de maneira ativa.

A mobilização para o evento
De forma independente, por meio das inscrições e colaborações de camponeses, professores, estudantes e diversos setores da sociedade que acreditam e confiam na causa, foi possível realizar o evento, que alcançou 300 inscritos. 

Os estudantes de Pedagogia, compreendendo seu papel na sociedade e a importância da luta pela terra como parte da superação desse sistema desigual, participaram das semanas de mobilização que antecederam o evento. Essas semanas foram marcadas por intensa divulgação do simpósio entre estudantes, professores e demais setores da comunidade acadêmica nos diversos cursos das duas universidades.

A realização
Foram quatro dias consecutivos de evento, com programação nos três turnos, em que professores, estudantes, lideranças indígenas, camponesas e quilombolas puderam discutir questões como a grilagem e a violência no campo; com mesas de debate sobre os entraves na regularização fundiária e na demarcação de terras indígenas; sobre o avanço da mineração, suas consequências e formas de enfrentamento; bem como o papel do jornalismo popular na visibilidade das lutas no campo. 

Atuação da Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia
A ExNEPe, entidade estudantil que, em seus 40 anos de história, sempre demarcou posição ao lado das lutas do povo, impulsionou e segue impulsionando a criação de escolas e reforços populares em todo o país. Em seus Encontros Nacionais, a ExNEPe sempre contou com a participação de camponeses, indígenas e quilombolas nas mesas de situação política, realizando moções de solidariedade ao final de cada encontro em apoio àqueles que lutam para ter seu pedaço de chão, bem como missões de solidariedade, levando estudantes e professores para apoiar diretamente a luta pela terra.

Tais ações são desenvolvidas justamente por entender que as principais lutas do movimento estudantil não estão desvinculadas da luta em geral. A luta em defesa dos currículos científicos nas escolas e universidades, por exemplo, é a luta para que os filhos do povo, muitas vezes expulsos do campo pelo avanço do latifúndio, não sejam roubados do direito a uma formação científica, nem tenham o ensino ainda mais precarizado. Essa formação permite compreender que, na história do nosso povo, os verdadeiros heróis foram os camponeses, remanescentes de quilombos e indígenas, que nunca recuaram e conquistaram todos os direitos que temos hoje. 

Os estudantes de Pedagogia que ali estavam, organizados pela Executiva Maranhense, participaram ativamente de todos os dias do evento, colaborando na organização e realizando importantes intervenções. Em uma das mesas, intitulada “Violência estrutural e sua implicação na saúde e educação das comunidades rurais e tradicionais”, a vice-presidente da ExNEPe, Rebeca Rodrigues, foi convidada a participar. Em sua intervenção, relacionou as principais lutas da entidade com o problema da luta pela terra e demonstrou que a bandeira da combatividade da ExNEPe segue sendo levantada pelos estudantes que por ela são organizados. Citou como exemplo o mais recente caso da heroica ação da estudante de Pedagogia Cecília que, em uma atividade de solidariedade à luta dos posseiros de Barro Branco, sofreu uma tentativa de assassinato por pistoleiros organizados pelo grupo terrorista “Invasão Zero”. Ainda assim, a decisão tomada pela estudante foi de retornar ao campo de batalha e lá permaneceu durante todo o período de férias! 

Durante todo o vitorioso evento, foi ressaltada a importância da aliança campo-cidade e do trabalho do movimento estudantil e do meio acadêmico na repercussão da luta camponesa.  Este evento, além de conseguir reunir as principais lideranças que hoje enfrentam acentuados conflitos agrários no Estado, remexeu as estruturas das duas universidades sedes com as palavras de ordem entoadas pelo movimento estudantil e colocou na ordem do dia a luta pela terra!

Derrubar os muros da universidade, servir ao povo no campo e na cidade!
Viva o vitorioso I Simpósio: A luta Pela Terra no Maranhão!
Viva a aliança camponesa indígena e quilombola!

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