[DF] Na semana universitária, estudantes da UnB promovem simpósio acerca da luta pela educação

Com sala cheia, estudantes do Coletivo de Base – Honestino Guimarães (CB-HG) promoveram como atividade da semana universitária um simpósio com tema “A Luta pela Educação Pública, Científica e de Qualidade no Brasil”. A atividade contou com a participação do professor Everton, da rede pública de ensino do Distrito Federal (DF), e com a Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia (ExNEPe). O simpósio ocorreu com apoio da professora Dra. Caetana Juracy, da Faculdade de Educação (FE) e teve a presença de cerca de 50 pessoas, muitas das quais demonstraram interesse em conformar uma Executiva Brasiliense.

Em fala inicial, um representante do CB-HG discorreu acerca do tema da atividade. Tratou da importância da luta pela educação no país, especialmente na situação atual de cortes de verba e ataques constantes à educação, e de contrarreformas como o Novo Ensino Médio (NEM), todas medidas que seguem em plena vigência no governo de Luiz Inácio. Relatou ainda das lutas pela educação em Brasília. Segundo o ativista, o próprio CB-HG se conformou durante uma greve dos professores da rede pública em 2023. Os estudantes da Universidade de Brasília (UnB),  buscando apoiar a greve e vendo que os coletivos existentes brecavam a mobilização estudantil, pensando em como a greve dos professores afetava seus políticos no senado, lutaram para fundar uma organização que prezasse pela independência e combatividade, travando a luta sem “rabo preso” com nenhum político. 

Saudou ainda a ExNEPe pois seu exemplo e suas teses contribuíram em sua atuação durante a greve dos estudantes que ocorreu este ano. Lutando contra o DCE oportunista do Juntos e Correnteza, que fez de tudo para que a greve estudantil se tornasse negociações a portas fechadas com a reitoria, os estudantes independentes, seguindo as teses da ExNEPe, conseguiram conquistar uma ocupação do Bloco de Sala de Aula Norte (BSAN), além de unir a luta pela educação com a defesa da causa palestina, estendendo uma grande faixa em defesa da Resistência Nacional Palestina e promovendo debates acerca da causa.

Em seguida, o professor Everton apresentou sua tese de mestrado, que trata da relação do neoliberalismo com a educação. Contou a história do neoliberalismo e explicou seus conceitos basilares como “capital humano”, “meritocracia”, dentre outros que são utilizados constantemente pelos arautos das contrarreformas educacionais. O professor explicitou como o neoliberalismo se relaciona com a educação, acostumando os estudantes com a extrema exploração do trabalho e a “uberização” com a romantização de termos como “empreendedorismo”. 

Demonstrou ainda como a educação vem cada dia mais se tornando um ponto importantíssimo para o capital internacional, preso em crises cada vez mais constantes, que os faz ter que explorar novos mercados e aumentar a exploração dos trabalhadores. E como esta lógica econômica acaba por adentrar a própria escola, que cada dia mais é tratada como uma empresa que deve ser “gerida” da melhor forma, não para o benefício dos estudantes e trabalhadores nela presentes, mas em benefício da própria empresa, isto é, em benefício do gestor ou dono.

Por fim, um representante da ExNEPe apresentou a entidade aos estudantes. Relatou o histórico de lutas da executiva desde seu rompimento com a UNE até os dias recentes, relatando suas principais lutas como a defesa da universidade pública frente aos ataques do Banco Mundial e congêneres, como as políticas enganadoras como o Prouni, as contrarreformas como a Base Nacional Curricular Comum (BNCC), a Base Nacional Curricular – Formação de Professores (BNC-FP), e o NEM, além dos desafios vencidos pelos estudantes de pedagogia e pela executiva nacional frente a pandemia, sendo a única entidade estudantil a fazer um encontro nacional durante o período, além de ter dado apoio no país inteiro às populações principalmente de periferias com a confecção de produtos de limpeza em comunidade e a realização de Escolas Populares.

Tratou ainda das diversas ocupações que ocorreram no país inteiro dirigidas ou apoiadas pela ExNEPe nos recentes anos, em defesa da educação com unhas e dentes, nas quais se inclui a própria ocupação deste ano em Brasília, na qual a entidade deu apoio fulcral. Apresentou ainda aos estudantes o Plano de Lutas tirado no 42º ENEPe em Maringá.

Terminado o evento, estudantes de pedagogia presentes demonstraram interesse em conhecer mais acerca do coletivo e da executiva nacional. Muitos deixaram seu contato para participar de próximas atividades em defesa da educação, e estudantes de pedagogia demonstraram interesse em conformar uma Executiva Estadual em Brasília.

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