A Executiva Nacional dos Estudantes de Pedagogia estende sua solidariedade e saúda efusivamente a heroica resistência dos posseiros do Engenho Barro Branco, organizada pela Liga dos Camponeses Pobres — LCP, no município de Jaqueira, em Pernambuco, ao mesmo tempo que denuncia a investida assassina do latifúndio contra os posseiros em mais um episódio de terror e arbitrariedade contra os camponeses promovido pelo latifúndio armado e apoiado pelas hordas assassinas do Estado, em que cerca de 50 agressores, entre eles pistoleiros e policiais militares do Grupo de Ações Táticas Especiais — GATE, avançaram sobre os posseiros com arsenal de guerra. Sob ordens diretas da empresa Agropecuária Mata Sul Ltda, invadiram a comunidade derrubando cercas, promovendo a devastação de suas roças e benfeitorias, além de, criminosamente, alvejar três pessoas, entre elas, uma estudante universitária da UFPE, que foi ferida no pé.
Ressaltamos o papel que os estudantes consequentes e democráticos tiveram na ação de resistência de Barro Branco, não recuando às investidas dos pistoleiros fortemente armados, lutando ombro a ombro com as massas mais profundas de nosso país. Estiveram audazmente na linha de frente da luta pela justa defesa da terra daqueles que lá vivem e trabalham, erguendo alto a bandeira do movimento estudantil combativo, que sem temer, se alça além dos muros da universidade e se compromete materialmente com a luta mais desafiadora em nosso país, que é a luta pela terra.
Desde 2018, mais de 2 mil famílias posseiras ocuparam as terras da Usina Frei Caneca, empresa falida que passou ilegalmente para as mãos da Agropecuária Mata Sul Ltda, de propriedade do latifundiário Guilherme Maranhão. A grilagem das terras ocorre sob alegação da apropriação, num leilão, de mais de 5 mil hectares que não constam no objeto do arremate. Os ataques contra os camponeses da região — somando os povoados de Barro Branco, Fervedouro, Guerra, Laranjeiras e Várzea Velha — onde as várias comunidades posseiras já vivem há 100 anos, tem sido constantes: os moradores denunciam ataques com envenenamento de poços, disparos contra casas, ameaças e o assassinato do menino Jonatas, filho de uma liderança camponesa, em 2022.
Nesse sentido, a Executiva Nacional dos Estudantes de Pedagogia denuncia a violência perpetrada pelo latifúndio apoiada com todo aparato do Velho Estado e saúda a resistência feroz dos camponeses que, amparados pelas redes de solidariedade construídas no campo e na cidade, colocaram para correr os covardes cães de guarda do latifúndio.
VIVA A LUTA DOS CAMPONESES EM BARRO BRANCO!
TERRA PARA QUEM NELA VIVE E TRABALHA!
DERRUBAR OS MUROS DA UNIVERSIDADE, SERVIR AO POVO NO CAMPO E NA CIDADE!
Executiva Nacional dos Estudantes de Pedagogia,
29 de setembro de 2024