Fonte: Jornal A Nova Democracia

Atendendo ao chamado da Executiva Nacional dos Estudantes de Pedagogia ExNEPe, que em nota convoca os estudantes brasileiros a tomarem parte no movimento internacional de apoio ao povo palestino, ocupando suas escolas e universidades, de forma a impulsionar a solidariedade internacional a resistência palestina, na noite do dia 20 de junho, quinta-feira, estudantes do curso de pedagogia, letras-inglês, geografia, ciências sociais e ciência da computação, acamparam na UNIR. Em nota, o DCE e Executiva Rondoniense dos Estudantes de Pedagogia (ExROEPe) destacam que “[…] nosso acampamento, somou-se a um dos mais importantes movimentos internacionalistas das últimas décadas, onde estudantes tomaram de assalto as mais renomadas universidades dos EUA e Europa. O movimento que tem sido chamado de “intifada estudantil”, se alastrou por todo o globo e chegou ao Brasil, onde acampamentos e ocupações universitárias em apoio ao povo Palestino já foram presenciados na USP, UFMA, Unicamp, UFPR, UEM, UFGD e agora na UNIR. Essas contundentes manifestações têm denunciado os crimes contra a humanidade do estado genocida de Israel, que até o momento já ceifou mais de 35 mil vidas de homens, mulheres, crianças e idosos, além de milhares de feridos na faixa de Gaza e Cisjordânia, tendo se intensificado com a invasão a Rafah, no sul de Gaza, no início de maio[…].

O acampamento, que ocorreu no espaço Murupi, que fica ao lado da biblioteca central e do prédio do Núcleo de Ciências Humanas, foi parte do ciclo de atividades desenvolvidas durante a semana de solidariedade ao povo palestino, realizada na UNIR entre os dias 18 e 21 de junho.

O início da semana

A semana de solidariedade ao povo palestino na UNIR, promovida pelos estudantes através do DCE e demais centros acadêmicos, teve início com a participação ativa dos estudantes no importante Seminário “Imperialismo, libertação nacional e a questão Palestina”, que reuniu centenas de pessoas no auditório da UNIR centro, no dia 18 de junho, e contou com as ilustres presenças de Ualid Rabah, presidente da FEPAL, e Breno Altman, jornalista fundador do portal Opera Mundi, que também realizou o lançamento de seu livro “Contra o sionismo: retrato de uma doutrina colonial e racista, com uma acalorada sessão de autógrafos, além da presença de representantes da comunidade árabe local. Os estudantes se engajaram na organização do evento, convocado pelo Comitê de Apoio à Resistência Palestina – Rondônia e demais entidades, tomando parte ativa no credenciamento dos participantes, ornamentação do espaço, segurança dos presentes, assim como contribuindo com o debate com uma pergunta para que os palestrantes comentassem a importância dos acampamentos estudantis ao redor do mundo, no que Ualid Rabah respondeu ser este um dos movimentos de solidariedade ao povo palestino mais importantes das últimas décadas.

Como parte da campanha de finanças levada a cabo pelos estudantes a fim de garantir sua participação no 42º ENEPe, em Maringá, Paraná, os estudantes também estiveram com uma banquinha vendendo lanches, refrigerantes, água e doces, numa importante atividade de autossustentação.

No dia seguinte, 19 de junho, os estudantes realizaram uma roda de debate acerca do papel dos acampamentos estudantis no apoio e solidariedade ao povo palestino. Após a mobilização de estudantes com passagens em sala e intervenções no restaurante universitário, o debate foi realizado no auditório Paulo Freire e contou com a presença de dezenas de estudantes. Após assistirem a trechos do programa Plantão Palestina, do jornal A Nova Democracia, que trata dos acampamentos, os participantes destacaram o papel ativo que a juventude universitária tem tido ao tomar parte no apoio a resistência do povo palestino e ressaltando o quanto os acampamentos estudantis, sobretudo nos EUA e Europa, escancaram a crise que vive a democracia burguesa, onde milhares de estudantes e professores tem sido agredidos e presos simplesmente por manifestarem seu justo apoio ao povo palestino e por denunciar os crimes brutais praticados pelo estado sionista de israel.

O papel da mulher na resistência palestina

Na quinta feira, dia 20, novamente os estudantes se dirigiram ao restaurante universitário com faixas e bandeiras e lá fizeram uma agitação convocando os estudantes a participarem de um importante debate acerca do papel da mulher na resistência palestina, realizado no período da tarde. A roda de debate, organizada pelo DCE e o Grupo de Estudos Remís Carla, ocorreu no espaço Murupi e iniciou-se com os participantes assistindo a trecho do programa Plantão Palestina, que foi ao ar no dia 08 de março e em seguida a um trecho da entrevista da militante palestina Leila Khaled. Após a exibição dos vídeos foi realizada uma rodada de intervenções onde os participantes ressaltaram o papel ativo das mulheres palestinas na luta de resistência nacional, contrapondo a propaganda do monopólio de mídia que coloca a mulher palestina – e árabe, em geral – como de uma mulher passiva, subjugada ao homem e alheia ao vigoroso movimento anti-imperialista que se desenvolve há anos na região. Foi denunciado também o papel nefasto da podre cultura do sistema vigente de fetichizar e vender o corpo da mulher como mero objeto sexual e que ao longo da história são incontáveis os exemplos de bravas mulheres que rejeitam esse papel e se lançam à luta decidida contra seus algozes e todo o sistema de exploração e opressão, seja no oriente médio, no Brasil, ou em qualquer lugar do mundo.

Acampamento estudantil

Ainda na quinta feira, estudantes dos cursos de pedagogia, letras-inglês, ciências sociais, geografia e ciência da computação, acamparam na UNIR, buscando impulsionar o movimento de apoio e solidariedade ao povo palestino que tem tomado o mundo inteiro. Após gravarem um vídeo onde destacam a nefasta ligação das autoridades de Rôndonia, assim como o agronegócio local, com o estado sionista de Israel, ao ponto do genocida Benjamin Netanyahu ter recebido o título de cidadão honorário do estado, em outubro de 2023, os estudantes expressam o seu incondicional apoio a resistência palestina. Em seguida, os estudantes assistiram ao documentário “Occupation 101 – Vozes da Maioria Silênciada – que aborda as causas do conflito no território palestino, mostrando o que é e como se desenvolveu a entidade sionista, quais são seus pilares ideológicos, assim como mostra como é a vida das massas palestinas na faixa de gaza sob intenso cerco militar imposto pelo estado sionista de israel e também uma importante denuncia do papel dos EUA como principal financiador e apoiador do agressor sionista. A rodada de debate após a exibição do documentário elevou o moral de todos os participantes que sob palavras de ordem de “Estado de Israel terrorista e assassino, viva a luta do povo palestino” e “Fora israel das terras palestinas, fora ianques da América Latina” organizaram o acampamento e dormiram com o espirito de luta ardente em seus corações.

Ato político-cultural

Já durante a sexta-feira, 21 de junho, os estudantes realizaram um vigoroso ato político-cultural no restaurante universitário e uma panfletagem. Segurando bandeiras da palestina e uma faixa com a consigna “Do rio ao mar, Palestina livre já!”, os estudantes realizaram uma vibrante agitação sobre a poesia palestina de combate, na qual dos escombros da guerra, surgem os mais combativos versos dos poetas combatentes, que com seus cantos exaltam e tomam parte na heroica resistência palestina. Já no período da tarde, para encerrar em altíssimo nível a importante semana, foi realizada uma altiva oficina de bandeiras e cartazes. Ao som de canções revolucionárias palestinas, dezenas de bandeiras palestinas, assim como um mural com charges em apoio ao povo palestino, foram produzidos com objetivo de decorar o espaço da UNIR com as cores da luta palestina.

Em nota divulgada pelo DCE e ExROEPe, os estudantes afirmam: “Essa histórica semana teve como objetivo elevar o debate acerca da luta de resistência nacional do povo palestino, conhecer suas origens, como se desenvolve, ouvir o relato daqueles que estiveram em Gaza e presenciaram a ação genocida do sionismo, assim como a ação heroica e combativa do povo palestino. Dessa forma, nós estudantes da UNIR decidimos nos somarmos ao movimento internacionalista, manifestando desde Rondônia nosso apoio incondicional à luta do povo palestino.”

Do rio ao mar, Palestina livre já!

Abaixo o estado genocida de Israel!