Em Assembleia Geral convocada pelo DCE, estudantes da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Laranjeiras do Sul, realizam grandiosa greve de duas semanas.
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Um dia após a deflagração de greve por parte dos professores da UFFS (04/06), os estudantes, reunidos em assembleia geral convocada pelo Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Laranjeiras do Sul, discutiram a situação da greve nacional que estava sendo desencadeada pelos trabalhadores da educação a qual vinha desenvolvendo uma grande luta em defesa do reajuste salarial, reestruturação de carreira, recomposição orçamentária das Instituições Federais de Ensino e a revogação de diversas medidas nocivas à educação pública, como a BNCC e o “Novo” Ensino Médio, aprovaram a deflagração de greve dos estudantes para o dia 10 de junho.
Os estudantes decidiram se somar à mobilização nacional dos trabalhadores da educação e pautar, dentro da comunidade acadêmica, principalmente à direção de campus e à reitoria demandas históricas dos estudantes do campus que o DCE tem levantado a quase um ano e sem respostas palpáveis das instâncias burocráticas. As principais demandas colocadas foram a moradia estudantil, a representação discente nos conselhos deliberativos da universidade, a disponibilização de café da manhã no RU e a falta de uma reprografia no campus.
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Ao longo das duas semanas de greve os estudantes constituíram um Comando unificado entre os três segmentos em greve (TAEs, docentes e discentes) o qual foi responsável por desenvolver diversas atividades científicas, políticas, culturais e esportivas durante todos os dias de greve, além de distribuir gratuitamente café da manhã todos os dias.
Entre as atividades realizadas se destacam uma mesa sobre o orçamento da universidade e do campus, que contou com a presença do diretor de campus que expôs a situação orçamentária da universidade; uma mesa conjunta dos três comandos de greve para expor as especificidades de suas reivindicações, assim como para unificar a luta em torno da defesa da universidade pública em nosso país; também foi realizado um vitorioso Pré- 42º ENEPe, que contou com a participação do Antônio Nascimento, presidente da ExNEPe; além da realização de constantes reuniões com a direção de campus e com a reitoria, inclusive reuniões presenciais em Chapecó, na qual os estudantes arrancaram uma minuta da reitoria que foi apresentada e aprovada no Conselho Universitário (CONSUNI) da universidade. A minuta em específico reconhece o direito dos estudantes de entrarem em greve, caracterizando o calendário acadêmico como atípico e garantindo a reposição das aulas e atividades avaliativas aos estudantes grevistas desde o dia de deflagração da greve.
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No dia 20/06 os professores da universidade, reunidos em assembleia geral, decidiram assinar a proposta do governo e finalizar a greve a partir do dia 24 de junho. Os estudantes, frente aos avanços obtidos durante a greve e ao novo cenário na universidade, convocaram uma nova assembleia geral para o dia 21 de junho, a qual realizaram um vitorioso balanço da greve, apresentando aos estudantes as conquistas que tiveram, que são de caráter político, como a elevação do grau de organização dos estudantes do campus e o reconhecimento, por parte da reitoria e do Conselho Universitário, do direito à greve dos estudantes, mas também conquistas concretas, com a criação de Grupos de Trabalhos com a participação de representantes estudantis para, finalmente dar passos em direção da solução de demandas estudantis, como a moradia estudantil, o café da manhã no RU em todos os campi e um espaço de acolhimento materno, além da conquista de um espaço para o DCE e uma reprografia no campus, que será tocada pelo DCE e funcionará como fonte de renda do mesmo. Assim, os estudantes decidiram finalizar a greve discente junto aos professores e, como última atividade da greve, realizar um acampamento em solidariedade ao povo palestino.
O acampamento foi de um dia, contando com a leitura e debate da edição 254 do jornal A Nova Democracia, material todo destinado ao debate sobre a Resistência Nacional no povo palestina; um cine-debate sobre o documentário “Por que Geração Z palestina perdeu a confiança no sistema político” e o filme “A 200 metros”; um debate sobre a origem da opressão da mulher e o papel das mulheres palestinas na Heróica Resistência; a confecção de 31 bandeiras palestinas, que foram penduradas pela universidade, juntamente com cartazes de apoio à Heróica Resistência do Povo Palestino e, como última atividade do acampamento pró-palestina foi realizado um mutirão de limpeza.
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De todos os campi da Universidade Federal da Fronteira Sul, o de Laranjeiras do Sul foi a vanguarda do movimento grevista na universidade, tanto no que diz respeito à greve dos docentes como dos discentes, sendo o único dos seis campi em que os estudantes se posicionaram frente à greve nacional dos trabalhadores da educação e o único em que os estudantes entraram em greve, inclusive com adesão de mais de 50% da categoria estudantil. Isso evidencia a combatividade e a capacidade de organização dos estudantes em se levantar em defesa das universidades públicas em todo o país.