[PR] Acompanhe o dia-a-dia da ocupação da UEM!

A ExNEPe saúda efusivamente os estudantes da UEM que ocuparam a reitoria e posteriormente o  bloco J-12 contra o sucateamento da universidade e a conquista de direitos para o corpo discente e docente.

Seguiremos atualizando o andamento da ocupação em nosso site a partir das postagens do Instagram dos companheiros e companheiras do DCE UEM Presente:

Dia 1

No primeiro dia após a deflagração da greve discente, os estudantes compareceram à reitoria para pressionar o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão – CEP a incluir nas pautas da reunião de hoje o cancelamento do calendário acadêmico.

Entendemos que tal medida é fundamental para garantir o direito à greve visto que permite aos alunos a participação integral nas atividades sem a preocupação de uma eventual reprovação por falta.

O pedido de inclusão, entretanto, não foi atendido. O tema da greve surgiu apenas no final da reunião, dentro da pauta “assuntos gerais”, na qual nada foi encaminhado.

Após a reunião, permanecemos na reitoria e exigimos uma conversa com a vice-reitora, que não nos recebeu. Conseguimos, então, uma reunião com a Chefe de Gabinete, que nos garantiu uma reunião com o reitor Leandro Vanalli amanhã às 18h. Ainda não foi definida data para a reunião extraordinária do CEP na qual acontecerá a votação pela suspensão ou não do calendário, mas continuaremos pressionando neste sentido para que ela ocorra o mais cedo possível.

No fim de tarde, o bloco J-12 foi ocupado por estudantes de diversos cursos, reafirmando o compromisso com a Greve de Ocupação como tática histórica do movimento estudantil para a conquista de direitos.

Enquanto isso, reforçamos aos cursos que chamem suas assembleias para deliberarem sobre a participação ou não nas aulas, mediante convencimento dos professores que não estejam aderindo à greve e até mesmo através de medidas como piquetes.

Convidamos ainda todos os estudantes e professores a se juntarem à ocupação do bloco da geografia para participar das atividades da greve!

VIVA O MOVIMENTO ESTUDANTIL!

É GREVE DE OCUPAÇÃO! NEM SUCATEAMENTO, NEM PRIVATIZAÇÃO!

Dia 2

Na primeira noite dormida na ocupação, os estudantes se organizaram em turnos para assegurar a segurança do bloco ocupado, garantindo também que as salas com itens de alto valor (como computadores e microscópios) permanecessem trancadas e inacessíveis.

Logo pela manhã de quinta feira, 09/11, o DCE participou da reunião do comando de greve docente na qual foi realizada uma avaliação do movimento grevista até o momento. A avaliação geral tanto de professores quanto de estudantes foi de que o movimento está em um ascenso, proporcionado pela unidade entre ambas as categorias. Como forma de elevar a luta, o comando de greve docente e o DCE acordaram a realização de uma manifestação conjunta na segunda-feira a partir de 18h.

Durante a tarde e noite, houve intensa produção de cartazes nos campi regionais de Ivaiporã e Cianorte.

Ainda na quinta feira, às 18h, 60 estudantes lotaram o auditório da reitoria no campus sede para a tão aguardada reunião com o reitor Leandro Vanalli e sua equipe. Nesta reunião, que constituiu um momento de verdadeira democracia universitária visto que estudantes de diversos cursos expuseram suas demandas para além das definidas em assembleia, foram apresentadas as pautas estudantis que motivaram a deflagração da greve, ao que a reitoria respondeu comprometendo-se com o que segue:

– Informe mensal aos estudantes sobre o andamento das obras da Casa do Estudante;
– Inclusão de pauta no Conselho de Administração (CAD) para a redução do valor do tíquete do RU para R$3,50;
– Viabilização da compra do tíquete do RU por meio de Pix (sem taxas adicionais);
– Ampliação do auxílio alimentação para que atenda a mais estudantes;
– Providências para a obtenção de recursos para a retomada de 14 construções paralisadas;
– Atendimento a uma lista contendo demandas urgentes de espaço físico;
– Programa de iluminação completa dos campi da universidade;
– Remanejamento de bolsas para maior atendimento aos campi regionais;
– Pagamento das bolsas aos conselheiros discentes do CEP, COU e CAD conforme já previsto em orçamento; -Criação de uma comissão com representantes discentes para pautar uma reforma estatutária na UEM que equipare o número de cadeiras entre alunos e professores nos conselhos

Ressaltamos aqui que todos estes compromissos não surgem espontaneamente, mas são fruto da luta estudantil decidida e consequente. Frente a isso, o DCE divulgará em breve uma data para assembleia no início da próxima semana para debate acerca destas propostas e compromissos apresentados pela reitoria e deliberarão sobre a continuidade ou não da greve.

Dia 3

O terceiro dia de greve iniciou com uma manifestação em Cianorte em defesa da educação pública e gratuita! Estudantes e professores, munidos de faixas e cartazes marcharam até um evento que contava com a presença do governador do estado. Diversas mídias locais e regionais veicularam os manifestantes entoando palavras de ordem como “Ratinho, presta atenção: valoriza a educação!”.

Em Maringá, houve uma oficina de cartazes com grande adesão, seguida por uma roda de conversa entre docentes e discentes do @calis_uem e @caavs.uem.

Ainda no início da tarde, foi encaminhado ao reitor o documento com os compromissos assumidos na reunião de ontem. O DCE se reunirá com a reitoria na segunda feira de manhã para obter as devidas assinaturas e firmar o comprometimento com o atendimento das pautas.

Às 18h, o professor Dr. Carlos Roberto Bernardes de Souza Júnior, professor temporário do departamento de geografia da UEM, ministrou na ocupação uma aula com o tema “Os desafios da r-existência da universidade”. Mais de 30 alunos de diversos cursos – dentre eles pedadogia, psicologia, geografia, enfermagem, direito, agronomia, economia, comunicação multimeios e ciência da computação – estiveram presentes na discussão, que foi bastante importante no sentido de ressaltar o papel político que a universidade pública tem na sociedade.

Por fim, após a aula, estudantes reuniram-se para uma discussão acerca do papel da juventude na luta pela transformação da sociedade e como as condições objetivas de crise econômica, política, social e moral da atualidade influenciam a participação dos indivíduos na luta de classes.

Durante todo o dia, os estudantes da ocupação receberam apoio na forma de alimentação e também de visitas de professores e estudantes ao Bloco J-12, o que demonstra verdadeira solidariedade com o grupo que está ocupando o bloco.

VIVA O MOVIMENTO ESTUDANTIL!

Dias 4 e 5

No sábado de manhã, a chamado do @cageo.uem [Centro Acadêmico de Geografia] , estudantes de diversos cursos se juntaram para um mutirão de limpeza no Bloco J-12. Salas de aula, banheiros, laboratórios e corredores foram limpos!

É importante denunciar que o departamento de Geografia possui apenas um funcionário para limpeza do bloco inteiro, o que não se trata de caso isolado. O sucateamento da universidade pública atinge as mais diversas esferas da UEM, incluindo os serviços de limpeza e manutenção. Frente a isso, os estudantes dedicaram a manhã do sábado para a limpeza do bloco para garantir melhores condições aos alunos e professores que utilizam os espaços, visto que a própria universidade não consegue garantir tal serviço tão básico.

Ainda no sábado, aconteceu também uma conversa sobre os afetos, coordenada pela Professora Dra. Adriana Barin de Azevedo, da Psicologia, que demonstrou seu firme apoio à mobilização estudantil.

Após estas atividades, os estudantes se reuniram e deliberaram pelo fim da ocupação do bloco, visto que esta já havia cumprido seu objetivo político quanto ao tensionamento com a reitoria para a conquista das pautas específicas.

No domingo (12/11), aconteceu uma oficina de cartazes como preparação para a manifestação marcada para 13/11.

Dia 6

Na segunda feira (13/11), o cronograma de atividades iniciou logo pela manhã, com uma reunião na qual o reitor Leandro Vanalli assinou um documento elaborado pelos estudantes com os compromissos assumidos pela reitoria na última semana. Este assunto será tratado em post específico, considerando a sua importância.

Durante o almoço, foi realizada uma panfletagem para convocar estudantes e professores para a manifestação marcada para o fim da tarde do mesmo dia. Cerca de 500 panfletos foram entregues!

À tarde, o Professor Murilo Moschetta apresentou uma performance intitulada “29 de abril: memória da greve e a continuidade da luta”.

Por fim, encerramos o dia com uma grande manifestação que reuniu dezenas de estudantes, professores e apoiadores da comunidade externa. A concentração aconteceu em frente ao RU e, em seguida, os manifestantes marcharam pelas ruas de Maringá entoando palavras de ordem como “Ratinho Jr., cara de pau! É funcionário do banco mundial!”, “Para barrar a privatização, greve geral greve geral de ocupação”, dentre outras. Com muito ânimo, os participantes passaram por dentro do terminal urbano e fizeram uma intervenção em forma de jogral para comunicar à população a razão do protesto. No retorno à Universidade, o balanço da atividade foi extremamente positivo, com estudantes de diversos cursos expressando sua concordância com a greve e ressaltando as conquistas obtidas até o momento.

O campus regional de Ivaiporã, em especial o @cass.uem [Centro Acadêmico de Serviço Social], organizou uma aula pública com o tema “Universidade Pública e Popular: um patrimônio em risco”, que aconteceu no início da noite no Jardim Botânico.

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