No dia 09 de março estudantes da UFOP ocuparam a reitoria da universidade e conquistaram o fim das cobranças de tarifas de energia das moradias socioeconômicas e a passagem da titularidade das contas para os estudantes! Uma ocupação já no início do ano e que é exemplo para os estudantes do país inteiro do caminho a seguir para derrotar a privatização do ensino público: A LUTA INDEPENDENTE E COMBATIVA!
A ocupação é resultado da persistência no caminho independente e combativo de estudantes que, rompendo com o imobilismo e burocratismo de organizações estudantis pelegas conformaram ainda em dezembro um Comando de Luta contra a privatização da universidade e da água, com apoio da ExMEPe. Foi fazendo luta de verdade, com trabalho persistente de agitações, panfletagens, conversas nos corredores, que o Comando acumulou para um salto no movimento estudantil na UFOP com a realização no dia 15 de fevereiro de uma mesa cujo tema era a luta contra a privatização do ensino público e da água de Ouro Preto, que contou com a participação de movimentos combativos como a ExMEPe e o CSDP da cidade.
Essa mesa deliberou uma manifestação a ser realizada no dia 01 de março. Novamente o comando arregaçou as mangas e pôs-se a trabalhar, elaborando panfletos, arrecadando recursos para custear as impressões, agitando no bandejão, realizando passagens em sala, construindo uma vigorosa manifestação que saiu do bandejão e caminhou até a pró reitoria de assuntos comunitários e estudantis (PRACE), que ainda em fevereiro havia enviado aos estudantes um ofício onde ameaçava de despejo estudantes das moradias que não aceitassem pagar as contas de energia e assumir a titularidade destas. O descaso no recebimento das pautas dos estudantes só provou como a burocracia universitária serve como força auxiliar dos privatistas, como foi durante toda a pandemia ao capitular frente a imposição da EaD pelo governo militar de genocida de Bolsonaro em troca de comodidade. Assim nova manifestação foi marcada para o dia 09, agora em direção da reitoria da universidade.
A pressão do Comando de Luta obrigou que as entidades de base da UFOP tomassem posição pela luta, principalmente a direção oportunista do DCE que havia boicotado a manifestação do dia 01, justificando seu imobilismo com o surrado “construir pelas bases”, e acusando o Comando de Luta de fazer “movimento paralelo”. Como se não fosse pelas bases que o Comando havia em 2 meses feito mais do que os militantes que hegemonizam a direção do DCE ao ouvir os estudantes, passar em salas, realizar conversas nos corredores e assembleia nas moradias, agarrando com firmeza o apelo geral estudantil de enfrentar o sucateamento e privatização da universidade pública e da água de Ouro Preto. Como se “construir pelas bases” fossem as podres reuniões em que os movimentos encastelados nas entidades de base fazem seus acordos de manifestações em datas e da forma que melhor sirvam seus interesses próprios, aparelhando a luta estudantil, usando da revolta dos estudantes para seus fins eleitoreiros.
A ocupação da reitoria!
No dia 09, logo após o horário de almoço os estudantes começaram a concentrar para o ato em frente ao bandejão e confeccionam cartazes. Com responsáveis de agitação segurança e logística para o ato, é realizada a caminha desde o bairro Bauxita, onde se localiza o campus Ouro Preto até a reitoria da cidade próxima a Praça da Estação.

Os estudantes tomaram o prédio de assalto e exigiram uma reunião com a reitora Claudia Aparecida de Lima. Na reunião, exigiram reformas nas moradias de Ouro Preto e Mariana (as moradias estão com tetos caindo, goteiras pela casa, infestação de animais peçonhentos, chuveiros elétricos estragados, mofo nas paredes); retirar a cobrança das contas de luz das moradias universitárias; reformas em prédios da UFOP (o departamento de arte está com risco de incêndio por conta de fiação elétrica, prédios com paredes descascando, quando chove em vários prédios começa a pingar água das lâmpadas); refeições dignas (há relatos de carne de porco e frango cruas e muitos estudantes reclamam que passam mal logo após as refeições no bandejão); transporte gratuito entre os campus e melhores horários das aulas, pois há aulas que conflitam com horário de almoço; e melhores condições nos estágios da licenciatura.

A reitora demonstrou todo seu descaso com os estudantes, rindo de suas intervenções e se fazendo de “sonsa”. Firmes, os estudantes conseguiram arrancar um documento redigido por eles e assinado pela reitora cancelando as cobranças da energia elétrica das moradias, como também um melhor acompanhamento das péssimas condições das moradias. Também foi criado um comitê que participará estudantes moradores das repúblicas, DCE e reitoria para resolução dos problemas.
Como ainda a totalidade das pautas não havia sido contemplada (sucateamento do Departamento de Arte, posição e medidas sobre assédios recorrentes), os estudantes ao fim realizaram uma assembleia decidiram ocupar a reitoria por 24h. Alguns estudantes do Comando de Luta haviam levado consigo um documento da ExNEPe sobre Greve de Ocupação para se orientarem e dar justa direção a luta!

Nós da ExMEPe saudamos essa importante luta e aos estudantes da UFOP que ousaram elevar sua combatividade, mostrando o tom da luta estudantil nesse ano, que já se inicia com uma vitoriosa greve de ocupação!
Viva a vitoriosa ocupação da reitoria da UFOP!
Contra os ataques a universidade pública: Greve de Ocupação!